Fernando Martins não tentou reaproximar Vieira e Pinto da Costa
Fernando Martins, falecido este domingo, assumiu a presidência do Benfica a 29 de maio de 1981. Entre outras coisas, os seis anos que esteve no clube ficaram marcados pelo fecho do terceiro anel. O perfil (ou parte dele) traça-se pelas suas palavras em entrevista a Record publicada a 25 de janeiro de 2012, dia em que fez 95 anos.
Record – Conheceu Luís Filipe Vieira, cuja candidatura apoiou, por causa da ligação de ambos à construção civil?
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Fernando Martins – Não, conheci-o já no Benfica.
R– Como apoiante de Vieira e amigo de Pinto da Costa, alguma vez tentou reaproximá-los?
FM – Não, porque nunca vi que estivessem interessados nisso.
R – Considera-se um benfiquista especial por se dar bem com Pinto da Costa?
FM – Não! Há muita gente que se dá bem com ele. Pinto da Costa é um senhor. Dou-me muito bem com ele. Aliás, enquanto fui presidente do Benfica, nunca me chateei com nenhum outro. Nessa altura decidimos reunirnos de 15 em15 dias, encontros que viriam a dar origem à Liga, e nunca se viu ninguém zangado. No primeiro encontro, em Lisboa, tinha Pinto da Costa e João Rocha a meu lado. Como era o mais novo, fiquei para último. Quando chegou a minha vez, o Valentim Loureiro interferiu e calei-me. Perguntou-me por que não continuava, ao que lhe respondi que ele tinha de se falar, enquanto falava.“O senhor tem de fazer o mesmo que eu fiz, porque, se fala, as reuniões acabam e eu calo-me. O senhor e todos os outros. Ele pediu-me desculpa. “Pensei que não se ofendesse”, retorquiu. “Ofendi-me, ofendi-me. Quando for a minha vez, nem o senhor, nem ninguém, fala; caso contrário, fala sozinho”, ainda acrescentei. A partir dali nunca mais ninguém foi interrompido.Demo-nos todos muito bem. Sempre!
R – Na sua gestão, adotou uma medida polémica na altura, mas banal hoje em dia: pagava ordenados baixos e prémios altos...
FM – Lembro-me daquele campeonato que ganhámos, o terceiro. Foi um campeonato lixado. Tivemos duas saídas seguidas, ao Bessa e a Guimarães. No primeiro jogo, depois da palestra do treinador, dirigi-me aos jogadores, como sempre o fazia. Prometi-lhes 250 contos [1.250 euros], quando o prémio normalmente era de 100 contos [500 euros]. “Se vencerem este jogo, somos campeões. Espero que pensem como eu”, disse-lhes.No jogo seguinte aumentei o prémio para 300 contos [1.500 euros]. Vencemos ambos. Estava sempre a falar com os jogadores. Dizia-lhes que passara muitas dificuldades e que lutara muito para ter a vida que tinha. Eles estavam sempre a pedir dinheiro, aumentos de ordenado.
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