Feliz e com a noção de que está a ser um dos jogadores em maior destaque na equipa do Benfica esta época. É este o estado de espírito de Nicolas Gaitán, que por estes dias ainda vive sob o efeito da festa do último domingo, após o jogo com o Olhanense. Em entrevista à rádio La Red, da Argentina, o extremo passou em revista a época das águias e não poupou nos elogios a uma equipa que “está muito bem trabalhada pelo técnico”.

“Estou no momento mais alto da minha carreira e sinto-me muito feliz no Benfica”, atirou o camisola 20, destacando depois a forma como o conjunto encarnado reagiu ao pesadelo do final da última época. “Estamos em quatro competições e a fazer grandes jogos. E só uma equipa muito madura e forte consegue seguir em frente depois do que aconteceu no ano passado”, referiu.

Da esquerda para o meio, do meio para a esquerda, Gaitán é um dos jogadores que mais desequilíbrios cria na equipa. E, na opinião do extremo, é esta constante troca de posições que acaba “por confundir a equipa adversária”. “Jogamos em 4x4x2. Normalmente jogo na esquerda, mas nunca estou fixo. Tenho liberdade, tal como outros jogadores. Por exemplo, o Rodrigo joga na frente mas por vezes também está na esquerda”, explicou o argentino, que fez uma pausa na refeição para dar a entrevista.

“O meu irmão e o meu empresário [Jose Irribaren] vieram para o jogo de domingo. Estou a jantar com eles e com o Maxi Pereira. Somos muito amigos. Aliás, este grupo de trabalho é uma família e muito unido. Não temos jogadores com grande nome, mas todos dão o melhor em prol do grupo”, realçou.

A festa do título continua na memória – “os adeptos vivem de forma especial, foi impressionante” – mas o extremo já aponta baterias para outras frentes.Vem aí a Juventus. “Vai ser difícil, mas queremos ganhar.”

Seleção

A grande temporada realizada por Gaitán alimenta-lhe o sonho do Mundial. Aliás, o jornalista argentino que conduziu a entrevista vincou que o extremo constava na lista de 30 jogadores da qual sairá a convocatória final. Ainda assim, o internacional alviceleste prefere não acalentar grandes esperanças. “Estar na seleção é o sonho de qualquer jogador. Ainda para mais a Argentina. Mas as chances não são muitas, porque fui poucas vezes chamado.”

Mercado pressiona pelo camisola 20

Gaitán pode não resistir às muitas sondagens que têm chegado à Luz. A cumprir a quarta época de águia ao peito, o argentino é um dos jogadores mais cobiçados do plantel, sabendo-se que está a ser seguido há algum tempo por clubes espanhóis e ingleses. Luís Filipe Vieira não quer grandes conversas com potenciais interessados enquanto a equipa estiver concentrada em jogos importantes, mas o líder das águias tem consciência que terá de vender este verão, depois de ter resistido no ano passado, e o camisola 20, que tem uma cláusula de rescisão de 45 milhões de euros, é um alvo preferencial do mercado.