Antigo jogador e adjunto de Roger Schmidt diz que quer ser treinador, assumindo que a saída das águias dá-se por esse motivo
Javi García explicou esta terça-feira, em declarações ao site do Benfica, a razão que o levou a sair da equipa técnica liderada por Roger Schmidt, assumindo que desejava voltar "mais preparado" ao 'seu' clube. "A razão de falar agora é a de que tive de tomar uma decisão. Nas últimas duas épocas, o trabalho no Benfica foi muito, temos de dar 100 por cento pela nossa equipa e pelo nosso clube. Foram duas épocas muito exigentes, não só no Clube... Estou a tirar a minha formação como treinador, tenho a minha família, e a decisão que tive de tomar foi a de que tenho de deixar de fazer parte do staff técnico do Benfica. A razão é a de seguir a minha formação, para estar mais preparado e um dia poder voltar aqui, ao meu clube. É o que sinto, é o meu clube, a minha casa, e vou seguir a minha formação para poder um dia voltar, e voltar mais preparado."
O antigo médio defensivo, de 37 anos, festejou o título como jogador e também como elemento da equipa técnica dos encarnados. Questionado acerca das diferenças, Javi Garcia foi direto. "Lembro-me quando fui campeão como jogador, nunca esquecerei. Foi, quiçá, o meu primeiro título. É verdade que tinha conquistado alguns títulos antes, mas, a sentir-me protagonista, foi o primeiro título. Foi uma sensação incrível, que nunca esquecerei. Depois, como treinador, do outro lado, foi também diferente. Conseguir na primeira época também foi uma sensação incrível. Mas a verdade é que é diferente, pois como treinador podes desfrutar um pouco mais. Vemos as coisas de outra perspetiva, e podes desfrutar um pouco mais dos adeptos e da alegria de todo o mundo. São experiências igualmente bonitas", afirmou em entrevista à BTV.
Em jeito de balanço das duas épocas como adjunto, o espanhol mostra-se satisfeito pela evolução das águias. "Um Benfica que cresceu muito! Quando deixei o Clube [como jogador] já era grande, saí a falar muito bem do Benfica à família e aos amigos, porque era o que realmente sentia. Quando voltei, ainda mais. O crescimento do Benfica nestes últimos anos foi muito grande, não só cá dentro, em termos de infraestruturas e formação, como com os adeptos, que não deixam de te surpreender. É incrível jogar fora do país, não importa onde... encontramos sempre milhares de adeptos, e isso mostra bem o que é este clube e a grandeza do Benfica", frisou, deixando rasgados elogios ao treinador principal. "Em geral, foi um trabalho bem feito. Falo do dia a dia. Trabalhámos muito bem, temos uma ligação muito boa. Com o Roger [Schmidt], o dia a dia é muito fácil, aprendemos todos imenso. Mas o Benfica é ganhar. É verdade que somos os primeiros a querer ter sucesso e ganhar títulos. É verdade que na primeira época fomos campeões, na última não foi possível", admitiu, olhando já para o futuro imediato: "O principal, para mim, o que é imprescindível, é fazer agora um reset nesta paragem de férias, foi o que falámos à equipa, e voltar mais fortes. Essa é a mensagem que temos de passar à equipa e aos adeptos. A obrigação do Benfica é ganhar, é o que queremos todos, mas o mais importante é voltarmos mais fortes, unidos, com uma grande ligação entre a equipa e os adeptos."
Na hora do até já, Javi Garcia revelou um pouco de como é Roger Schmidt fora dos relvados. "A verdade é que os adeptos só conseguem ver o míster no dia do jogo e no dia anterior ao do jogo, que é quando sentimos a tensão que é preciso para fazer bem as coisas. Mas, no dia a dia, o míster é incrível! Não há pessoa dentro do dia a dia do clube, entre jogadores, staff técnico e médicos, que fale alguma coisa de mal sobre ele. É muito boa pessoa, muito agradável, muito simpático. Pode-se falar com qualquer pessoa, que vai dizer o mesmo. No dia a dia é muito fácil estar com o Roger [Schmidt]", garante, com um sorriso.
De seguida, o espanhol explicou que estava perfeitamente identificado com a forma de jogar do Benfica. "Tive a sorte de jogar em equipas que jogam para ser campeãs, e, na minha opinião, para se ser campeão, temos de jogar como nós jogámos. Ser uma equipa que olhe para a frente, com bola, sem bola; uma equipa que vai tentar fazer golo desde o primeiro minuto. E o mesmo sem bola, não tentar deixar jogar o adversário, independentemente de quem seja. É uma mentalidade de equipa campeã e uma mentalidade que deve ter uma equipa como o Benfica", afirma, detalhando a planificação dos lances de bola parada: "É sempre bom para qualquer pessoa ver que o trabalho que faz resulta. Tentamos fazer o mais fácil para os jogadores, e são eles quem coloca a bola onde devem colocar e quem remata para dentro da baliza. Tentamos ajudar em todos os aspetos, mas com a qualidade que [os jogadores] têm é tudo mais fácil."
Antes de sair do Benfica, Javi Garcia deixa uma palavra de apreço ao presidente. "Desde que saí do Benfica até ao dia de hoje – e daqui para a frente –, Rui Costa deixou-me uma imagem incrível. Já quando eu joguei aqui, ele era diretor-desportivo e tinha deixado uma imagem incrível. O meu pai fala até hoje da imagem de Rui Costa, pois é uma pessoa muito humilde, com muita sensibilidade para com as pessoas. É amigo dos seus amigos. O trabalho feito enquanto presidente é muito bom. Todos queremos ganhar, é normal, mas não somos apenas nós, todas as equipas querem ganhar e fazer as coisas bem. Em geral, o presidente está a fazer as coisas muito bem. Fomos campeões na temporada passada, nesta última não deu, mas vamos fazer tudo para que o Benfica volte a estar onde deve estar, que é em 1.º lugar. Se há alguém com mais vontade de ser campeão, esse alguém é Rui Costa, pois o Rui Costa é o Benfica."
Após duas épocas de convivência, o adjunto não tem dúvidas. "O balneário do Benfica é muito bom! É muito fácil trabalhar com os jogadores. Querem sempre aprender, são um grupo extremamente bom. Desde o primeiro dia, aceitaram muito bem a nossa proposta de jogo, acho até que adoram este estilo de jogo, pois, enquanto jogador, não há maior prazer do que olhar para a frente, com e sem bola. É isso que queremos fazer, e o que o míster quer fazer. Há duas épocas, quando fomos campeões, mostraram que este é um estilo de jogo que eles querem e gostam de fazer. E que é o que se vai tentar fazer na próxima época", antevê.
A finalizar a entrevista à BTV, Javi Garcia deixou uma mensagem aos benfiquistas. "Dizer o que tenho dito ao longo dos últimos anos, desde que aqui joguei, e que no futuro vou continuar a dizer: vocês são muito importantes para o clube, para esta equipa, são essenciais. O que é preciso daqui para a frente – enquanto jogador senti que é muito importante ter essa ligação entre adeptos e equipa – é fazermos todos reset. Vamos voltar mais fortes, com muita vontade de levar a nossa equipa, o nosso clube, para onde deve estar, que é no 1.º lugar e ser o melhor de Portugal", sublinha.
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