Greve dos oficiais de Justiça levou a um novo adiamento da leitura do acórdão do processo que tem como arguidos Paulo Gonçalves, Júlio Loureiro e José Augusto Silva
A leitura do acórdão do processo E-Toupeira foi adiada pela quinta vez. Tal como já havia sucedido em janeiro, a greve dos oficiais de Justiça levou a um novo adiamento do processo que tem Paulo Gonçalves, Júlio Loureiro e José Augusto Silva como arguidos.
Cerca de um ano e cinco meses depois do início do julgamento, em 29 de setembro de 2021, o ex-assessor jurídico do Benfica Paulo Gonçalves e os funcionários judiciais José Augusto Silva e Júlio Loureiro continuam sem conhecer a decisão do tribunal. Refira-se que a leitura do acórdão chegou a estar agendada para 4 de novembro de 2022, 09, 23 e 25 de janeiro, mas foi sendo sucessivamente adiada, no caso da última data e hoje devido à greve dos oficiais de justiça.
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À saída do Campus de Justiça, onde estava prevista a leitura do acórdão, Paulo Gonçalves assinalou respeitar o "direito à greve" e reiterou a confiança de que será "absolvido". "Tenho essa convicção. A minha fé e a minha cosnciência é mais forte do que todos aqueles que me perseguem. Tenho essa convicção. Se não tivesse não viria aqui a Tribunal nem me tinha disponibilizado para prestar declarações", assinalou.
Paulo Gonçalves, antigo assessor jurídico da SAD do Benfica, está acusado de seis crimes de violação do segredo de justiça, 21 de violação de segredo por funcionário, nove de acesso indevido, nove de violação do dever de sigilo, em coautoria, além de um crime de corrupção ativa, dois de acesso indevido e dois de violação do dever de sigilo.
O funcionário judicial Júlio Loureiro está acusado de um crime de corrupção passiva, enquanto o funcionário judicial José Augusto Silva responde por um crime de corrupção passiva, seis de violação do segredo de justiça, 21 de violação de segredo por funcionário, nove de acesso indevido, nove de violação do dever de sigilo, 28 de acesso ilegítimo e um de peculato.
Nas alegações finais realizadas em 13 de julho, o procurador Luís Ribeiro defendeu que os três arguidos deveriam ser condenados, embora sem definir a duração das penas. O magistrado do MP alegou então que "à atuação de Júlio Loureiro, em conjunto com José Augusto Silva, correspondeu como contrapartida de Paulo Gonçalves um tratamento preferencial, consubstanciado em bilhetes, convites, acesso ao parqueamento e 'merchandising' do clube".
"Espera-se que seja proferida decisão condenatória", salientou o procurador, notando relativamente ao antigo assessor jurídico dos encarnados e ao funcionário José Augusto Silva "o elevado grau de ilicitude" e as "elevadas exigências de prevenção geral". Já em relação ao funcionário Júlio Loureiro, Luís Ribeiro assumiu ter havido uma "intervenção mais limitada".
As defesas dos arguidos refutaram a maioria dos crimes imputados e pediram a absolvição. Para o advogado do ex-dirigente do Benfica, Tiago Rodrigues Bastos, o caso E-toupeira é "uma mão cheia de nada", aludindo a "prova proibida" e à declaração de inconstitucionalidade da designada Lei dos Metadados, proferida em abril de 2022 pelo Tribunal Constitucional.
Rui Pedro Pinheiro, advogado de Júlio Loureiro, reiterou também a inocência do funcionário judicial neste processo, sublinhando que "não há nada com relevância criminal". Já o advogado Paulo Gomes, mandatário de José Augusto Silva, admitiu uma eventual condenação, mas realçou o caráter do funcionário judicial e a sua integração na sociedade.
O caso E-toupeira remonta a 2018, quando o MP acusou os dois funcionários judiciais, Paulo Gonçalves e a SAD do Benfica de vários crimes. Contudo, em dezembro desse ano, a decisão instrutória acabou por não pronunciar para julgamento a SAD 'encarnada'.
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