O dérbi fica igualmente marcado por uma chuvada de... lã de vidro, acontecimento que todo o país guarda na retina, mas que, segundo o alergologista Pedro Mata, contactado por Record, não constitui problema de maior para a saúde de quem compareceu na Luz.

“Pode provocar irritações na pele, olhos e mucosas, mas como a situação teve lugar em campo aberto seria difícil que isso se verificasse”, explica o médico, acrescentando: “Pode existir uma irritação direta decorrente do contacto com o material, tal como sucede, por exemplo, quando se mexe em urtigas ou lixívia.”

Pedro Mata rejeita que a lã de vidro tenha repercussões cancerígenas. “Há uma relação tipo 3 com o cancro, ou seja, bastante ténue e sem apoio científico. Muito menos para quem está exposto ao material duas ou três horas ao ar livre. É, isso sim, irritativa para a mucosa. Tudo o resto diz apenas respeito ao plano teórico. Pode gerar problemas respiratórios, mas apenas para quem trabalha com aquele material horas e horas em espaços confinados. Não para quem está ali duas ou três horas”, sublinha o alergologista, frisando: “A lã de vidro não terá estado na base do adiamento; ele estará relacionado com qualquer coisa ligada à estrutura do estádio. Caso contrário, teriam alertado as pessoas para não cheirar o material.”

Revestimento com qualidades térmicas

A lã de vidro é um isolamento com propriedades térmicas habitualmente utilizado em coberturas, especialmente em interiores. É normalmente colocada entre chapas de alumínio de quatro centímetros de espessura. Ontem à tarde, a lã de vidro acabou por soltar-se, devido às fortíssimas rajadas de vento que se abateram sobre o local.