Luís Filipe Vieira apresentou ontem a sua candidatura à presidência do Benfica numa unidade hoteleira de Lisboa sob o lema "O Benfica não pode parar". O actual presidente da SAD encarnada optou por um discurso brando, sem entrar em polémicas com os outros concorrentes já assumidos ao lugar, mas deixou claro algumas das linhas gerais por que se vai reger nos próximos três anos, caso os associados benfiquistas o tornem no sucessor de Manuel Vilarinho. Sem aprofundar temas sobre a vida desportiva do clube, Vieira fez questão de deixar bem vincado que pretende as tão ansiadas vitórias a curto prazo.

"O meu grande objectivo é construir um Benfica desportivamente ganhador nos próximos três anos e uma SAD atractiva para os investidores", anunciou. Durante grande parte do discurso, o dirigente encarnado aflorou a vida pessoal e garantiu que sem ser nenhum "santo" também não é um "malfeitor". "Muitos nunca tinham ouvido falar de Luís Filipe Vieira e acredito que ainda tenham dúvidas sobre quem eu sou. Muitos perguntam se ganhei o meu dinheiro a trabalhar. Não pretendo ser nenhum santo, mas também não sou nem nunca fui um malfeitor", sublinhou.

Sem nunca mencionar o nome de Jaime Antunes ou Guerra Madaleno, Luís Filipe Vieira não perdeu a oportunidade de lançar algumas indirectas. "Muitos falarão de vantagens pessoais, contratos milionários e truques de magia. Não responderei a esses ataques, vindos de pessoas que todos conhecemos. Os benfiquistas saberão distinguir o trigo do joio. Todos têm visto o nível das entrevistas dos já candidatos e seus apoiantes.A bem do Benfica não alimentarei debates para lavagem de roupa suja", referiu, acrescentando que considera "benéfico" para o clube da Luz o surgimento de três candidaturas: "Até podiam haver cinco ou seis."

O actual líder da Benfica, SAD recusou ainda a ideia de que possa vir a tirar algum benefício da inauguração do novo estádio a apenas seis dias da data das eleições e fez uma revelação. "O novo estádio é um orgulho e não jogará a meu favor, mas, sim, a favor de todos os benfiquistas. Vou convidar os outros dois candidatos para estarem na inauguração", revelou. Nem mesmo o nome de jogadores apresentados por outros candidatos reduzem o optimismo de Vieira. "A nossa política desportiva ficou bem evidente no início desta temporada. Antigamente, no Benfica, cada época entravam 15 e saíam outros 15. Rui Costa? Tenho muito respeito por ele, temos falado muitas vezes nos últimos tempos, mas ele se quiser que fale sobre tudo isto. Durante a campanha não vou mencionar o nome dele nem de outro qualquer jogador", afiançou.

Vieira explicou ainda o porquê de defender que a presidência do clube, da SAD e da sociedade Benfica, Estádio deve ser um cargo desempenhado pela mesma pessoa. "Julgo que é o melhor para o Benfica. O presidente do clube deve ser o mesmo que o da SAD", afirmou, recusando-se a anunciar se será o próprio a gerir o futebol do clube ou convidará outra pessoa. Mais revelações sobre o programa ficaram adiadas para a campanha eleitoral que tem o seu início agendado para o próximo dia 11.

A lista de Vieira

ASSEMBLEIA GERAL - Tinoco Faria (presidente); Ana Paula Pinho (vice-presidente); Jorge Arrais (secretário); Fialho Gouveia (secretário); Bernardo Sousa (secretário suplente).

DIRECÇÃO - Luís Filipe Vieira (presidente); Fonseca Santos (vice-presidente); Mário Dias (vice-presidente); Rui Cunha (vice-presidente); Fernando Tavares (vice-presidente); José Fragoso de Sousa (vice-presidente suplente); Rui Santos (vice-presidente suplente).

CONSELHO FISCAL - Walter Marques (presidente); Rui Barreira (vice-presidente); Afonso Henriques (vogal); Rui Pereira (vogal); Gualter Godinho (vogal); Pedro Nunes Carvalho (vogal suplente).