"VAMOS continuar a lutar até ao fim." Pedro Mendes Pinto, vice-presidente para a área jurídica do Benfica, reafirmou terça-feira a determinação do clube da Luz no "caso Hugo Leal". Convicto de que a razão está do lado das águias, este dirigente confirmou que segue esta semana uma exposição para a FIFA. A Comissão do Estatuto do Jogador reúne-se dia 29 e o líder do gabinete jurídico dos encarnados defende a anulação da decisão da Comissão Arbitral Paritária (CAP).

"O processo é muito claro: ao jogador não assiste qualquer razão, como confirmam todos estes desenvolvimentos. Infelizmente, não foi possível obter até hoje uma decisão favorável. Vamos continuar a lutar até ao fim, porque a razão moral e jurídica está do nosso lado", salientou Mendes Pinto, denunciando irregularidades no acórdão da CAP, que reconheceu a justa causa invocada pelo jovem médio para rescindir contrato com as águias.

"Há vários aspectos que têm a ver com a própria nulidade da decisão. No fundo, vamos dar a conhecer à FIFA como a decisão foi tomada e todo o envolvimento da mesma em Portugal. Além dos aspectos jurídicos, que também são salientados. Designadamente, o facto de a decisão ter sido anunciada no dia 8 de Outubro, sem ter sido formulado um acórdão, que surge com data posterior - 11 de Outubro."

A defesa do clube não se fica por aqui. "O facto de o relator do processo ter um acórdão que dava razão ao Benfica e depois os outros elementos não terem concordado" é uma situação também denunciada. "O anúncio revela que começaram a fazer a casa pelo telhado, ou seja, o Benfica não tem razão, mas não apresentam os fundamentos. Foi um processo pouco claro, que não favoreceu a Comissão Arbitral Paritária e o futebol português."

Segunda-feira, o gabinete jurídico esteve reunido para preparar a exposição a enviar para o organismo sediado em Zurique. Sem assumir abertamente que confia numa deliberação favorável às pretensões do clube, Mendes Pinto explicou que o interesse do Benfica em enviar uma exposição para o organismo sediado em Zurique é "precaver casos futuros". Sobre a reunião de dia 29, o vice-presidente admitiu dois desfechos: "Ou é tomada uma decisão ou esta é adiada. Em todo o caso, a decisão FIFA, como superintende o futebol, terá valor superior à proferida e Portugal." - N. M.