R – Domingos Soares Oliveira tem um papel relevante no Benfica. Vê-o como um possível candidato à presidência?
AC – De forma nenhuma. Primeiro, porque não o poderá ser tão depressa, pois presumo que só tem cerca de dez anos de associado; e depois porque a função que ocupa na hierarquia – presidente da comissão executiva – já lhe dá todo o poder executivo para liderar em quase todas as suas áreas. E porque as suas decisões e atos executivos não têm o escrutínio público, e não são penalizados, já que é Luís Filipe Vieira quem responde publicamente por toda essa gestão, não vejo razão para alterar o seu estatuto. Até à minha saída, Domingos Oliveira controlava todo o aparelho do clube e empresas associadas com profissionais escolhidos por ele e da sua confiança. Exceto o futebol profissional – equipas A e B –, cujo responsável era o diretor do futebol, que reportava somente ao presidente.
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R – Após a sua saída, assumiu mais responsabilidades no futebol.
AC – Sim, começou a ter uma palavra também no futebol profissional, sendo agora normal reunir-se assiduamente no Seixal com o responsável da formação, que tem a equipa B a seu cargo, e com Lourenço Coelho. Acredito, com as diretrizes do presidente. A verdade é que não existe, em nenhum clube do Mundo, um quadro que detenha tanto controlo e poder em todas as suas áreas desportivas e empresariais. Não estou a tecer qualquer crítica, até porque é claramente uma opção do presidente. Trata-se de uma mera constatação de um sócio do Benfica.
R – Manteve com ele uma boa relação?
AC – Mantive com todos os profissionais e colaboradores do clube uma relação cordial, respeitadora e profissional. Mas, volto a referir, só trabalhei seis anos no Benfica como responsável pelas minhas áreas e sempre a reportar somente a Vieira. Estamos a falar de futebol!
R – Foi conhecido o seu mau relacionamento com quase todos os elementos da direção do Benfica, à exceção do presidente. Não foi uma imprudência assumir a postura do quero, posso e mando?
AC – Isso não é verdade. Não sou, nem nunca fui, um líder do quero, posso e mando. Liderei sempre com diálogo, justiça, verdade, constante interação entre todas as áreas do departamento, solidariedade e assumindo sempre uma lógica coletiva. Basta falar com os meus antigos colaboradores. Podem dizer, por outro lado, que sou exigente, rigoroso, intenso, chato por vezes, que sei o que quero e como quero, que não sou permeável a pressões e influências e acima de tudo independente nos meus pensamentos, atos e decisões! Em relação a esse pretenso mau relacionamento com os dirigentes, não sei do que se trata. Até porque os nossos contactos eram esporádicos. E porque o meu trabalho e área de ação não colidia com o seu espaço.
R – Não era essa a impressão que passava...
AC – Acredito que não seja o tipo de diretor a que sempre estiveram habituados. Além do presidente, a quem reportava, não permito interferências na minha área de responsabilidade nem discuto ou abro espaço para comentários sobre o futebol profissional. Não vou a jantares ou almoços em grupo ou frequento locais noturnos. Não contrato pseudobruxos ou pseudovidentes africanos, acreditando que assim posso influenciar resultados e ganhar jogos. Comigo não existem confusões e agressões nos túneis, já que essa é também uma área onde só está quem trabalha com a equipa. Nunca pressionei ou tentei influenciar, na competição ou fora dela, qualquer árbitro, já que defendo o respeito, a confiança e a independência entre ambas as partes e acredito que o Benfica não necessita disso para ganhar. E porque ganhar com batota não faz sentido e não tem qualquer valor. Não estabeleço ligações pessoais com jornalistas ou opinadores, no sentido de trocar informações e retirar proveitos pessoais e fazer assim lóbis de influência. Por tudo isto, é normal que existam pessoas que possam não gostar do meu perfil de profissional.
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