NÃO FOI fácil a ambientação à Luz. Se quiserem, o "peso" da camisola com a águia ao peito era maior do que o da camisola axadrezada, mais a mais quando o salto qualitativo trazia, mão dada, os sonhos naturais em chegar ao topo.
Talvez por isso os primeiros tempos no Benfica não lhe tenham dado o lançamento que, por certo, estava nos seus planos. Fez a travessia do deserto no clube em que apostava saborear glórias atrás de glórias, vitórias atrás de vitórias. Mas, verdade verdadinha, o homem que fez a mala no Bessa e desceu à capital com o rótulo de goleador, teve de esperar para ver e, depois, poder mostrar os predicados que, afinal, estavam lá, intactos.
Dissociar de tudo isto uma certa instabilidade vivida no clube, será negar a realidade das coisas. Nuno Gomes apanhou essa "onda" e, no mar mais ou menos revolto, balançou. No futebol, o que conta é a bola no fundo da baliza e os pontos somados ao cabo de cada jornada.
Da "era Souness", tem a sua conta. Quase se poderia dizer que era -- como outros -- um "homem marcado". Os níveis anímico e psicológico desceram. Naturalmente. Chegou a pensar-se que poderia estar a passar ao lado de uma grande carreira, mesmo tendo em conta a verdura dos seus anos e o espaço de progressão de que dispunha.
Mas, como quem sabe nunca esquece, ei-lo esta temporada a "renascer das cinzas" e a mostrar credenciais que, por isto ou por aquilo, estiveram adormecidas nestas épocas todas.
Hoje, Nuno Gomes é um jogador diferente. Diz a crítica, confirma-o o treinador, delicia-se o espectador. Que pensará o jogador?
"É difícil estar a fazer uma autocrítica dessa situação mas, para lhe ser sincero, considero-me o mesmo, embora reconheça que com o andar dos anos a nossa maneira de ser e de estar torna-se diferente, evolui. Mau seria se assim não fosse. Por isso, hoje, é verdade, sou um jogador mais calmo quando entro em campo, sinto mais confiança em mim próprio. Dir-me-á: é natural. Também concordo. Por isso julgo que tudo isto, todo este rendimento será ainda maior para a próxima época e para as próximas épocas. Tenho muito espaço para evoluir.
Relativamente à maneira de estar em campo, não se pode dissociar que cada treinador tem a sua maneira de montar a estrutura da equipa e de ordenar aos jogadores uma postura táctica e estratégica. Cada treinador tem a sua maneira de jogar e cada qual diz o que pretende. O ‘mister’ tem-me dito para jogar à vontade, para fazer o que sei e é isso que tem acontecido. Não lhe vou negar que me corrigiu alguns aspectos, que me ensinou outros, e tenho tentado cumprir aquilo que me diz. Ao contrário do que muita gente pensa, nunca fui um jogador estático, de esperar pela bola. Gosto de a procurar, de vir buscar jogo. Sempre fui assim. Porém, quando recebia ordens em contrário, obviamente que não poderia contrariá-las."
-- Na terceira época no Benfica. Na mala das ilusões houve desilusões.
Hoje...
-- Ao principio foi difícil, pois foi, mas julgo que a meio da primeira época já me sentia melhor, já estava adaptado. Hoje... não tenho problemas.
Estou identificado com o clube, com a cidade, gosto de todo o apoio que as pessoas me dão e, acima de tudo, de estar no maior e melhor clube português.
-- Mas uma coisa era o Bessa, outra a Luz...
-- Grandezas diferentes, embora, curiosamente, a mesma paixão pelo futebol.
-- Com uma diferença: no Benfica, a obrigatoriedade era e é ganhar.
-- Pois é. Foi com esse pensamento que vim para aqui e vim porque quis, porque queria estar numa equipa ganhadora, que iria ter de marcar muitos golos para não defraudar as pessoas, enfim, assumi essas responsabilidades sem medo, sem receio. A ambição de um jogador de futebol é jogar no Benfica, num dos grandes e não desaproveitei a oportunidade.
-- E a ambição parou por aí?
-- Queremos sempre mais, mas neste momento sinto-me muito bem onde estou, estamos no bom caminho, a lutar pelo título, sou titular, espreito um lugar na selecção, enfim, sinto-me realizado.
-- Mesmo sem um único título nestes três anos?
-- É isso que falta. Foram dois anos tristes sem conseguir vencer nada e um clube como o Benfica vive de grandes vitórias e todos os anos terá, obrigatoriamente, de ganhar qualquer coisa. Mas eu estou aqui há dois anos e, neste plantel, há colegas que já estão há cinco. O que é pior. Por isso, quando lhe disse que estava realizado, não abrangia essa particularidade.
Vim para ganhar coisas, ainda não ganhei nada! Mas este ano, tudo se encaminha para que se dê o grande salto...
"SOUNESS CRIOU AMBIENTE CONFLITUOSO"
Feliz onde está. Realizado. Logo, a hipótese estrangeiro não terá eco no seu espírito. Engano-me?
"Sempre me ensinaram a dizer "nunca digas nunca!" O dia de amanhã é uma incógnita. Na época passada tive conhecimento de algumas propostas mas não chegaram a ser tentadoras. Se surgirem convites daqueles que nos obriguem a fazer pensar -- a mim e ao clube -- nunca se sabe o que poderá acontecer.
No entanto, também lhe digo que essa ideia já foi mais forte no meu espírito."
-- Assume que com Souness, fez a tal travessia do deserto?
-- Assumo, sem problema. Não sou pessoa de fugir às questões nem aos conflitos. Com Souness criou-se um ambiente conflituoso. A certa altura, em vez de estarmos a falar de forma directa, isto é, de jogador para treinador ou vice-versa, estávamos a falar, sim, mas por intermédio da Comunicação Social. Os jornalistas, no desempenho do seu papel, "puxavam" por ele na Sala de Imprensa e Souness não hesitava em descascar nos jogadores todos. Aquilo que nos devia dizer na cara -- se é que deveria dizer, se é que tinha razões para isso -- dizia-nos através dos jornais.
-- Nessa altura o balneário estava dividido?
-- Não. Ao contrário de tudo aquilo que as pessoas possam pensar, esteve sempre unido. Não era verdade a divisão que se dizia existir entre os jogadores portugueses e ingleses. Tínhamos um ambiente espectacular, dentro das condicionantes existentes. Todos nos apercebemos que ele preferia os jogadores que tinha trazido e nem tinha a preocupação de esconder essa opção, chegando ao ponto de um ou outro jogador chegar a meio da semana e ser titular no domingo seguinte. Mas isso são águas passadas, já esquecemos tudo isso e a realidade de hoje não tem comparação. E como vivemos o presente e o passado já é história, falemos do presente...
-- Uma comparação entre Heynckes e Sounnes?
-- O balneário continua bom e são, como sempre esteve. Em relação aos treinadores é tudo muito diferente. Heynckes é um profissional a sério. Não brinca em serviço, é muito mais humano que Souness, sabe falar aos jogadores no momento certo. E um jogador gosta -- até diria, precisa -- que o treinador quase o trate como um filho, passe a força da imagem.
-- Isso é a força da estabilidade deste plantel que, afinal, pouco mudou?
-- A estabilidade resulta da confiança mútua que existe entre todo o grupo de trabalho. Desde o início da época que fomos assimilando as ideias que o treinador expressava e fomos conseguindo dar-lhes expressão dentro do campo. O facto de irmos destacados na frente do campeonato também assenta na nova mentalidade profissional que se adquiriu com a entrada do novo treinador.
-- Souness não deixou saudades?
-- Deixaram saudades alguns dos jogadores ingleses. Só isso.
"HÁ COISAS QUE NÃO SE REPETIRÃO..."
Se formos "por aí, também poderemos lembrar que o Benfica, com Souness, chegou a andar nos primeiros lugares e, depois... Por alguma razão o título foge há vários anos.
"É verdade o que diz e recordo-me, a título de exemplo, do jogo com o Marítimo, no Funchal. Por uma pequena coisa -- nem sequer pretendo dizer que eu e o João não errámos -- conseguiu-se empolar a situação de tal maneira, aplicar, inclusive, um castigo e, depois, deu no que deu! E não lhe escondo que esse episódio abalou a equipa. Ora, coisas dessas não se repetirão com este técnico. Por formação, por profissionalismo, por competência.
E o que aconteceu a partir do jogo do Funchal? Começámos a cair.
Coincidência ou não com a existência desse episódio, a verdade é que nos afastámos de um lugar que estava perfeitamente ao nosso alcance. E o que mais nos chocou foi que, com essa atitude, ficou claro que Souness tinha dois pesos e duas medidas."
-- Se há coisas que não se repetem, outras não mudam: a “malapata” ante o Boavista, na Luz...
-- Digo-lhe que era confiança generalizada do balneário que seria desta que iríamos quebrar esse enguiço! E repare: se conseguíssemos materializar as oportunidades que tivemos na primeira parte, tínhamos acabado com o jogo. Bastaria ter marcado mais um golo...
Não o conseguimos e, no segundo tempo, o Boavista teve todo o mérito em pressionar-nos, sentimos que quebrámos um pouco e, apesar de ainda termos criado situações para marcar, julgo que o resultado acabou por ser justo.
-- Havia a pressão gerada pelo empate do FC Porto, em Guimarães?
-- Há sempre, por muito que se diga que não, um dobrar do querer ganhar sempre que o adversário que nos persegue perde pontos. Era mais uma motivação para ganhar o jogo, já que poderíamos ampliar a vantagem. No entanto -- sem que isto possa servir de desculpa --, descansámos muito pouco entre o jogo da Grécia e o do Boavista. Mas, repito, o Boavista teve todo o mérito em sair da Luz com um ponto na bagagem.
"CASO-BOSSIO É DESAGRADÁVEL"
Estabilidade é uma palavra-chave na produção de uma equipa. Estabilidade económica gera estabilidade desportiva. Ou vice-versa. O Benfica vive um momento de estabilidade económica?
"Estabilidade económica não sei. Não me ocupo dessa área, não sou eu que faço essa gestão. Mas se não está, pelo menos dão sinais claros que ela poderá surgir a curto prazo. Tem-se vindo a realizar um bom trabalho e acima de tudo todos temos aprendido a falar menos, cá para fora, das coisas que se passam no clube e só interessam aos que nele trabalham e nele vivem.
A estabilidade e a tranquilidade que a equipa respira é um dos pontos mais fortes que temos para encararmos os jogos."
-- O “caso-Bossio” não "entrou" no balneário?
-- Claro que entrou. Não vou mentir. Como jogador de futebol considero-o uma situação muito desagradável. Mas, por outro lado, sem esconder que tais coisas mexem um pouco com os jogadores, também tenho de afirmar que sempre são coisas que nos ultrapassam. Nós que lidamos com ele todos os dias, sentimos que para além de um excelente guarda-redes é uma óptima pessoa e, claro, merece estar integrado no grupo. Pelo que tenho lido -- e não procuro outras informações porque nada tenho a ver com isso --, há a perspectiva de se resolver rapidamente essa situação.
-- A vantagem de seis pontos, à 8ª jornada, o que quer dizer?
-- Que temos sido, nestas oito jornadas, a equipa mais regular, mais objectiva e a defesa menos batida. Não se diz sempre que o campeonato é uma prova de regularidade? E essa regularidade não começa logo na 1ª jornada?
Então, até aqui, o Benfica é a equipa mais regular.
Sendo tudo isto verdade, é evidente que a vantagem que conseguimos sendo sempre boa -- é sempre melhor ir à frente do que ir atrás... --, não quer dizer nada, no momento. Faltam 26 jornadas, muito ponto em disputa, muitas dificuldades pela frente para todas as equipas. Claro que estando em 1º lugar, queremos manter essa posição o mais tempo possível e ir assim até ao fim do campeonato. Iremos lutar para isso. Julgo que, pelo que temos mostrado, este Benfica nada tem a ver com o dos outros anos, em mentalidade ganhadora, em filosofia de jogo, em dinâmica de vitória.
-- Para um estar mais forte, tem de haver quem esteja mais fraco...
-- Não, necessariamente. O futebol é isto mesmo. Recorda-se que na época passada, de um momento para o outro, começámos a perder pontos e criou-se um fosso que foi impossível recuperar? Se tivéssemos ganho ao Boavista a nossa vantagem aumentaria dois pontos. Está tudo em aberto, falta muito campeonato, mas, repito, é sempre muito mais agradável ir na frente. Só temos de nos preocupar connosco. É muito bom dependermos só de nós.
-- Falou na perda de pontos na época passada. Há esse espectro, este ano? -- Não é uma coisa obsessiva mas não é coisa que esqueçamos. Aliás, as lições, boas ou más, devem permanecer sempre e a todo o momento serem recordadas. Também não lhe escondo que na situação actual, quer classificativa quer do momento da equipa, pensamos que poderá estar a chagar a altura de ganharmos alguma coisa e, aí, aquilo que vivemos na época passada -- e nas outras -- de derrotas e de tristezas, não queremos que volte. Daí ninguém embandeirar em arco. É muito cedo -- volto a frisar -- para isso. O importante é pensar jogo a jogo e ganhar domingo a domingo.
Por isso, entramos com outro espirito, outras "ganas" para os jogos.
"O VAZIO DESILUDE"
Nuno Gomes não evita um nostálgico olhar quando fala em anos a fio sem saborear um triunfo. Por menos significativo que seja. Uma certa desilusão nestes dois anos de Benfica?
"Sim, não adianta dizer o contrário. Estou triste por não ter conseguido, até hoje, ganhar nada com a camisola do Benfica. Quando assinei contrato, é verdade que não havia garantias de títulos, de triunfos, mas no meu pensamento só estava ser campeão nacional, ganhar a Taça de Portugal, participar na Liga dos Campeões e chegar à final..."
-- Eram os sonhos...
-- Eram e, quem sabe se um dia não se concretizarão todos. Um jogador estando aqui, neste clube, arrisca-se a tudo, isto é, a poder chegar ao “top” do futebol europeu. É uma grande equipa, tem uma imensa massa associativa -- em Portugal e no Mundo -- e a qualquer momento essas situações poderão acontecer. A estrela não pode estar sempre virada para o mesmo lado.
-- Nesse período -- que ainda vive -- chegou a descrer de si próprio e a alimentar o desejo de regressar à base?
-- Não, isso nunca. Mais a mais -- e não podemos evitar esquecer isso -- o meu período no Benfica coincidiu com anos complicados na vida do clube, com mudanças de presidentes, com ataques cerrados ao que entrou, a história Souness, enfim, foi um período difícil para o clube e para todos os que cá estavam. Tive a infelicidade de ter vindo nessa "maré", ter sido apanhado por essa "onda" e o "edifício" estava um bocadinho a abanar. Vivia-se uma situação difícil. Notei isso. Neste momento, as coisas estão muito melhor do que há dois anos.
"EURO-2004, UMA GRANDE VITÓRIA"
Deixemos o Benfica e olhemos para 2004. Uma grande vitória do futebol português...
"Sim, foi uma grande vitória para o futebol português e para Portugal.
Julgo que esta decisão da UEFA vem provar que as suas observações a tudo o que se tem passado em Portugal, lhe dão garantias de um êxito absoluto na organização de uma prova com esta envergadura. O futebol português precisava disto para se emancipar, não em relação às competições por equipas onde o nosso passado é rico e responde por si mas quanto à capacidade da nossa selecção.
Aliás, a qualificação para a fase final do Euro-2000 é prova disso. Outro feito que esta geração de futebolistas merecia há muito. Esperamos, agora, não desiludir as pessoas. Numa fase final tudo poderá acontecer e é certo e seguro que iremos para a Bélgica e para a Holanda com a intenção de chegarmos o mais longe possível.
"HOUVE A HIPÓTESE DE RESCINDIR"
"Nunca fujo às questões." É uma afirmação do Nuno. Convicta. Peremptória. Sem margem para que dela se duvide.
E do desfolhar do “dossier” Nuno Gomes-Benfica, há quem garanta que, certo dia, esteve vai não vai para apresentar a rescisão do seu contrato. Verdade? Mentira?
"Não estive para rescindir. O "estar para" implica acção, decisão e isso, na verdade, não aconteceu. Mas é verdade que se pôs a hipótese -- mera hipótese, como tantas e tantas outras que colocamos na nossa vida -- de isso acontecer. Por outras palavras: se eu quisesse, poderia ter rescindido o contrato. Não quis. Só isso."
-- Recuou, porquê?
-- Vamos ao mesmo: só teria recuado se tivesse tomado uma decisão e, sem ponta de mentira, não havia decisão nenhuma. Existia a tal hipótese, tão-somente. No entanto, falei com quem tinha de falar, discutimos os assuntos e tudo ficou esclarecido.
-- E o que levou a que tudo ficasse esclarecido?
-- Porque acreditei nas pessoas, porque não queria desiludir as pessoas que acreditam e acreditavam em mim e, finalmente -- talvez o mais importante --, porque era uma atitude contrária aos meus princípios.
-- Não está arrependido?
-- Não. Sou feliz no Benfica, tenho vindo a corresponder sempre ao que as pessoas me pedem e só falta mesmo um título para completar todo esse bem-estar.
"ESTAMOS NA FRENTE POR MÉRITO"
Candidatos ao título. Os "crónicos" Benfica, Sporting e FC Porto, ou poderá surgir, como na época passada, outro "outsider" a intrometer-se nesse lote? Para já, todos menos fortes, ao que parece...
"Não nos podemos esquecer que o FC Porto tem, a bem dizer, a mesma equipa do ano passado, muito embora tenha saído o Zahovic, que, na minha opinião pessoal, era uma peça importante no desenvolvimento do jogo da equipa. Penso que tem excesso de brasileiros -- isto não quer dizer que não sejam jogadores de elevada capacidade --, mas são opções que se fazem. O curioso é ter dito que "todos menos fortes, ao que parece". Porquê? Pelo facto de o Benfica ir à frente com meia dúzia de pontos de vantagem? Não podemos ver as coisas assim e teremos de usar a mesma bitola para todos. Se nos campeonatos anteriores o FC Porto era a melhor equipa, a equipa mais forte e, também, aquela que tinha a estrelinha da sorte pelo seu lado, nunca se disse que "os outros estavam mais fracos". O FC Porto é que estava mais forte. Agora, lá porque o Benfica está bem e recomenda-se, o demérito é dos outros. Nada disso. Sabe o que me parece, por exemplo, em relação ao FC Porto? É que não tem a sorte que teve nas outras épocas. Lembro-me que na época passada ganhou jogos sem mostrar dentro do campo essa superioridade. A sorte estava pelo seu lado. Este ano, talvez ainda não tenha encontrado essa pontinha de sorte que teve nessa altura."
-- E o Sporting?
-- Também é um candidato ao título. Por que não? Até o Boavista. Não mostrou na Luz que tem equipa com capacidade para lutar pelo primeiro lugar? É verdade que não começou bem a época, que perdeu alguns pontos de forma algo imprevista, mas não está afastado dessa luta. Até parece que estamos na recta final do campeonato e, afinal, ainda não atingimos o primeiro terço.
-- Considera que o Boavista está a ser vítima de uma sobrecarga de jogos face a um plantel reduzido e, para mais, vítima de lesões em elementos nucleares da estrutura?
-- Talvez esteja a ser vítima disso tudo. Nós que estamos na Taça UEFA e, por isso, sem a sobrecarga de jogos da Liga dos Campeões, notamos algum cansaço, quanto mais eles. Depois, as lesões do Timofte, do Quevedo. Julgo que essa é uma das razões para este começar menos bom.
"PAOK? NADA ESTÁ GANHO"
A vitória em Salonica foi muito importante para as aspirações do Benfica em continuar na Taça UEFA. Uma vitória suada, ante uma equipa que mostrou bem as suas potencialidades.
Na Luz, certamente que não será "um passeio", apesar de a vitória trazida da Grécia não deixar de dar alguma tranquilidade...
"Vamos ter que nos cuidar, pois ficou bem claro que é uma excelente equipa. Na primeira parte passámos por muitas dificuldades -- essencialmente nos primeiros 30 minutos -- e onde poderiam ter feito um golo ou dois. Julgo que a eliminatória está ao nosso alcance se, por exemplo, entrarmos em campo com o mesmíssimo espírito que entrámos em Salonica. É bom que se diga que a eliminatória está ao nosso alcance mas ainda não está ganha."
-- A estratégia de Heynckes resultou...
-- Sem dúvida. É um técnico com muita experiência, com grande capacidade e que tem uma particularidade importante: conhece as equipas adversárias -- porque as estuda -- e sabe muito bem os jogadores que tem para poder contrariar o sistema oposto.
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