O Benfica pode queixar-se de si próprio. Pelo que jogou, até merecia ganhar...
Agora, parece que só mesmo em sonhos é que o Benfica poderá ver-se na final da Champions. É verdade que no futebol ainda acontecem milagres, mas como as coisas ficaram dificilmente se poderá acreditar no apuramento dos encarnados. A não ser que Roberto, que ontem tudo tirou, volte a dar...
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O Benfica teve tudo para poder arrancar em Atenas um resultado que não apenas evitaria aquele cenário “trágico”, como até lhe poderia pintar o horizonte de cor-de-rosa. Bastaria, para tanto, concretizar um terço das oportunidades flagrantes de golo que criou. O número de ocasiões que o Benfica construiu dar-lhe-ia para ganhar dois jogos. Só que o desperdício foi tão brutal – diria que chegou a ser ofensivo – que, nesta altura, Jesus e a sua equipa ainda devem estar a tentar perceber como foi possível falhar tanto.
Perante o quadro que se colocava ao Benfica e face àquilo que produziu – desde a qualidade de jogo à entrega total dos jogadores –, os golos perdidos foram um ato verdadeiramente criminoso.
Fatal
Esse crime começou a ser cometido bem cedo. Aliás, nada fazia prever, que depois da excelente entrada no jogo, o Benfica viesse a ficar em desvantagem ao minuto 13. O golpe entendia-se de duas maneiras: uma, fatalista – como se o sortilégio do número tivesse sido mais forte; a outra, associada à eficácia do Olympiacos: ao segundo remate à baliza fez golo – e que está, também, relacionada com a vulnerabilidade que o Benfica voltou a demonstrar num lance de bola parada – esta época, já sofreu quatro em pontapés de canto.
Mesmo aceitando estas duas explicações, a verdade é que custou ver o Benfica sair para o intervalo a perder. Primeiro, porque foi quem deu mais ao jogo, assumindo desde início a vontade de ter bola e iniciativa; segundo, porque criou oportunidades de golo em número suficiente (três, claríssimas) para merecer não apenas ser o primeiro a marcá-lo como até chegar ao fim da 1.ª parte em vantagem.
Com o triângulo do meio-campo a tomar conta das operações (apesar da tentativa de bloqueio de Enzo com dois homens sempre de olho nele – Samaris e Fuster – e de Matic sentir a pressão de Saviola sempre que reclamava a posse da bola) e Markovic a fazer as diagonais nas costas da linha defensiva grega, o Benfica tomou, de facto, conta do jogo. E merecia ter sido recompensado por tudo o que fez, ainda que por vezes (não tão poucas como isso) a equipa também tenha procurado o azar. O lance que antecedeu a ida para intervalo foi elucidativo: Matic na cara de Roberto a querer marcar de calcanhar…
Tanto Roberto
Se a 1.ª parte foi um recital de futebol encarnado e algumas oportunidades falhadas, a 2.ª tornou-se um festival de golos perdidos, não apenas por obra e graça da fraca pontaria do Benfica, mas também por causa de Roberto.
O mal-amado espanhol vingou-se de todas as diatribes de que foi vítima quando jogou no Benfica. Logo no primeiro minuto do reatamento impediu que Markovic fizesse o golo do empate. Mas não ficou por aí.
Num jogo de sentido único – com a saída de Saviola, o Olympiacos abdicou de se estender até à área de Artur –, outros tiros levaram a direção da baliza grega, mas no caminho encontraram sempre um último e determinante protagonista. Aos remates de Gaitán, Enzo e Djuricic correspondeu Roberto com defesas espantosas – a última das quais ao minuto 88, de novo diante do sérvio, garantiu em definitivo a vitória dos gregos. E o fim do sonho encarnado? Sim, é o mais certo.
Árbitro: Damir Skomina (nota 3)
O esloveno estava “marcado” pelo Benfica, mas os encarnados, desta vez, nada lhe podem apontar. Sem decisões que ferissem a verdade da partida, Skomina, no entanto, não foi um homem fiável na condução do jogo, pois variou muito o critério disciplinar que aplicou durante o encontro. Por exemplo: mostrou um amarelo por simulação de Maxi, mas pouco depois não tomou a mesma medida perante igual comportamento de Holebas.
Momento: minuto 88
Foi o golo de Manolas que decidiu o jogo, mas foram tantas as chances que oBenfica teve para não ficar a zero que é justo destacar aqui a última. Djuricic correspondeu ao centro de Gaitán, mas o desvio não foi suficiente para desfeitear Roberto.
Nota técnica
Míchel surpreendeu com a utilização de Saviola que, de facto, teve papel de protagonista no jogo. Optou depois por gerir a vantagem a partir de trás, sem riscos. (3)
Jorge Jesus ganhou as apostas Sílvio e Amorim. Quis uma equipa a mandar no jogo e conseguiu com um 4x3x3 consistente e versátil. A lesão de Cardozo traiu-o. (3)
Falta só definir detalhes relacionados com os adjuntos para se assinar o vínculo. Treinador deve ser apresentado esta quinta-feira
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