André Silva diz que primeiro-ministro deu "certificado de honra, de credibilidade e de probidade a quem não merece”
André Silva, líder do PAN, manifestou-se este sábado contra as "ligações próximas" entre "o futebol e a política", pedindo a António Costa que reconsidere o apoio dado a Luís Filipe Vieira. O primeiro-ministro integra a Comissão de Honra da candidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica e, "com este gesto público de apoio inequívoco", diz André Silva, está a dar um certificado de honra, de credibilidade e de probidade a alguém que já deu várias provas de que não é merecedor de tal certificado".
"Todas estas situações de ligação próxima da política ao futebol não são admissíveis do ponto de vista ético, porque abrem a porta a que o amor ao clube se possa sobrepor ao compromisso para com o interesse público, que deverá sempre nortear qualquer titular de um cargo político no exercício do cargo. A salvaguarda da imagem externa do Parlamento, do Governo e dos órgãos autárquicos recomendava que este tipo de situações não sucedesse, uma vez que um dos principais problemas da sociedade portuguesa é precisamente o excesso de promiscuidade entre a política e o futebol e as ligações perigosas e pouco transparentes associadas a este mundo. De resto, essas ligações são mais do que óbvias quando a própria EUROPOL considera a corrupção no desporto como uma das 12 principais atividades criminosas organizadas na União Europeia", pode ler-se no comunicado enviado este sábado às redações.
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Leia o comunicado na íntegra:
"Soubemos hoje que o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, farão parte da comissão de honra da candidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica. Este caso vem juntar-se aos casos recentes, como a ida da deputada socialista Cláudia Santos para o Conselho de Jurisdição da Federação Portuguesa de Futebol ou a ida do deputado socialista Tiago Barbosa Ribeiro e dos autarcas Rui Moreira, Eduardo Vítor Rodrigues e Manuel Pizarro para o Conselho Superior do Futebol Clube do Porto no âmbito da candidatura de Jorge Nuno Pinto da Costa. Casos estes que se vieram juntar também ao de Marcos Perestrello, que recentemente assumiu o cargo de deputado que acumula com o de secretário de sociedade da Belenenses SAD.
Todas estas situações de ligação próxima da política ao futebol não são admissíveis do ponto de vista ético, porque abrem a porta a que o amor ao clube se possa sobrepor ao compromisso para com o interesse público, que deverá sempre nortear qualquer titular de um cargo político no exercício do cargo. A salvaguarda da imagem externa do Parlamento, do Governo e dos órgãos autárquicos recomendava que este tipo de situações não sucedesse, uma vez que um dos principais problemas da sociedade portuguesa é precisamente o excesso de promiscuidade entre a política e o futebol e as ligações perigosas e pouco transparentes associadas a este mundo. De resto, essas ligações são mais do que óbvias quando a própria EUROPOL considera a corrupção no desporto como uma das 12 principais atividades criminosas organizadas na União Europeia.
No caso do apoio de António Costa a Luís Filipe Vieira, para além dos óbvios problemas éticos já assinalados, temos um posicionamento a favor de alguém que está a braços com a justiça em casos de corrupção, fraude fiscal, lavagem de dinheiro ou de recebimento indevido de vantagem, e que até aos prejuízos do Novo Banco e da Caixa Geral de Depósitos estará ligado. Não haveria mal nenhum que Costa viesse a público defender a presunção de inocência de Luís Filipe Vieira, o problema é que com este gesto público de apoio inequívoco está a dar um certificado de honra, de credibilidade e de probidade a alguém que já deu várias provas de que não é merecedor de tal certificado.
É importante não esquecer que a invocação de que o faz como adepto não colhe, porque conforme disse o próprio António Costa, em Abril de 2016 relativamente a João Soares, nem à mesa do café podem deixar de se lembrar que são membros do Governo. Portanto, como primeiro-ministro, Costa em nenhum momento pode colocar o adepto acima do titular de cargo político, e não pode ser incoerente ao ponto de, na mesma semana que publica a estratégia nacional de combate à corrupção, se colocar ao lado de um figurão do mundo do futebol envolvido em casos judiciais tão graves.
Face a este caso e aos restantes casos recentes de ligação institucional de deputados ao mundo futebol, é importante que, o quanto antes, o Parlamento faça a sua parte no combate a estas promiscuidades e tenha a coragem de aprovar a iniciativa do PAN que, seguindo o modelo já em vigor para os magistrados, impede a ocupação de cargos em órgãos de clubes de futebol. Esperemos, também, que António Costa volte atrás nesta sua decisão que descredibiliza a política e afasta os cidadãos, a bem da transparência e da salvaguarda do interesse público".
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