O porta-aviões de Jesus precisa de ficar uns tempos no estaleiro. A eliminação da Taça de Portugal deixou marcas visíveis e a ausência de peças fundamentais tornou a embarcação muito frágil. Valeu o e
Resumir o jogo do Benfica com oGil Vicente ao erro do árbitro assistente Pedro Felisberto e que valeu o golo aos campeões nacionais seria demasiado simples.Mas o facto indesmentível que o Benfica venceu com um golo que resultou de um fora-de-jogo (e bem evidente), é verdade que não se pode esconder.
Consulte o direto do jogo.
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Não está em causa a justiça do triunfo do Benfica, mas como é óbvio fica esse anátema num jogo que foi decidido por esse lance.Bem sabemos que nem todas as vitórias são imaculadas, mas, desta vez, o erro fez toda a diferença.
Os 3 pontos que o Benfica acabou por conquistar – e que mantém o campeão com a almofada de 6 pontos de vantagem sobre o FCPorto – estiveram em causa também por outras razões. Na reta final do jogo, quando José Mota decidiu correr alguns riscos perante um adversário que se sentia estar demasiado permeável, houve momentos de verdadeiro pânico na área de Júlio César que poderiam ter valido o golo aos minhotos. A ocasião mais flagrante aconteceu aos 83’, quando Paulinho serviu Gabriel que, frente à baliza, atirou a bola ao lado.
Deve dizer-se que as melhores oportunidades de golo na 2.ª parte pertenceram aos gilistas. À de Gabriel juntou-se uma de Simy (salva “in extremis” por César, que conseguiu recuperar os metros que tinha de atraso para o avançado e fez o corte na hora H) e outra de João Vilela (um cabeceamento na sequência de um livre lateral – momentos que oGil procurou explorar à exaustão – que obrigou Júlio César a defesa apertadíssima).
Foram longos minutos em que oBenfica mais parecia uma frágil embarcação, capaz de se desfazer se apanhasse um mar um pouco mais revolto. Nada que se comparasse ao tal porta-aviões que Jesus orgulhosamente comanda.
Quem manda aqui?
Foi notório que o “tiro” que o Sp. Braga acertou no navio comandante da Liga fez mais estragos do que aqueles que ditaram a eliminação da Taça de Portugal. Do ponto de vista emocional, as águias ficaram fragilizadas. A nível físico, a equipa apresentou-se desgastada. No coletivo, faltaram elementos essenciais para dar consistência e segurança ao jogo.
O Gil quis aproveitar o momento e entrou destemido no jogo. Apresentou um bloco subido, fez marcações cerradas a peças-chave (Yamissi e João Vilela cortaram as linhas de passe para Lima e Jonas) e chegou-se à área do Benfica, bloqueando a saída de bola, que pelos pés de César e Jardel nunca foi bem conseguida.
As primeiras impressões foram surpreendentes, mas quando Samaris recuou para procurar bola e foi mais eficaz no passe e Talisca assumiu o papel de organizador, o jogo encarnado passou a sair mais fluído, ainda que lhe faltasse velocidade para se tornar dinâmico e agressivo.
Quando o Benfica teve bola, pôs finalmente ordem no jogo. Como que a perguntar “afinal quem manda aqui”, a águia assumiu responsabilidades e tornou-se dona e senhora do jogo. Com o incansável Maxi a mostrar o caminho e Gaitán e Talisca a brilharem a espaços, a águia sentiu a falta de um matador. Pressentia-se, porém, que o golo seria questão de tempo. Ele lá veio, de forma menos correta, mas acabou por legitimar o maior domínio dos encarnados e um volume de jogo ofensivo que não teve, porém, grande expressão em termos de oportunidades.
O golo, guardado como uma relíquia, foi conservado até ao fim (entre alguns sustos e um momento mágico – defesa fantástica de Adriano a remate de Talisca), mas, para os benfiquistas, do jogo não ficará outra memória se não a do resultado. Tudo o resto foi muito tristonho naquela que terá sido a pior exibição da época.
O homem do jogo: Gaitán
Não fez um jogo de encher o olho (aliás, ninguém fez) mas ainda assim foi dele que se esperou sempre a inspiração que fizesse a diferença. Marcou o golo que decidiu o jogo e teve mais alguns apontamentos de nível. Destacou-se na mediocridade.
Árbitro: João Capela (nota 1)
A atuação de Capela fica marcada por um golo que surge na sequência de um off-side de Maxi Pereira. Bem na expulsão de Diogo Viana, que até deveria ter visto o cartão vermelho direto.
Nota técnica
Jorge Jesus (3)
Apostou em Talisca no papel de Enzo, mas o brasileiro não tem a intensidade que aquele lugar exige. Mexeu quando era aconselhável fazê-lo, mas há muito que deve saber com quem pode contar e com quem apenas faz número...
José Mota (3)
Surpreendeu o Benfica com uma entrada forte no jogo, mas cedo recolheu as tropas. O Gil revelou boa organização defensiva que lhe permitiu manter-se no jogo até ao último minuto. Aposta quase total nos lances de bola parada.
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