A esperança é a última a morrer e Salvio mantém-se na rota do embate com a Juventus, em Turim, referente à segunda mão das meias-finais da Liga Europa. Operado na segunda-feira, com sucesso, ao osso do cúbito do antebraço esquerdo, El Toto inspira-se, entre outros, no exemplo de Drogba, avançado da Costa do Marfim, que defrontou Portugal no Mundial da África do Sul, em 2010, onze dias após ter fraturado o osso do cúbito do antebraço direito.
A bola está do lado do jogador e do departamento médico do Benfica, que está a estudar profundamente a situação, sendo soberano o seu veredito. Para alinhar na quinta-feira, em Itália, o argentino precisa, então, de continuar a recuperar bem, ter luz verde do staff médico e utilizar uma proteção semirrígida, que lhe diminua praticamente a zero – só se a pancada for extraordinariamente forte – o risco de uma nova fratura.
Relacionadas
Aquele que parecia, ao princípio, um cenário completamente negro para o camisola 18 pode tornar-se, somente, uma conjuntura difícil, mas ultrapassável a curto prazo. Em consonância com o departamento clínico, o futebolista, de 23 anos, tudo fará para ser opção em Itália. Contactado ontem por Record, João Pedro Oliveira, ortopedista que trabalhou no Estrela da Amadora, exercendo agora a profissão no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, aborda a problemática da utilização de uma proteção, a qual é indispensável e... permitida pelas Leis do Jogo do International Board.
“A estrutura tem que ser de material semirrígido e relativamente maleável, caso contrário não é permitida, para não haver risco de magoar um adversário. Alinhar com gesso está, portanto, fora de questão. A proteção necessita de se adaptar perfeitamente à zona afetada, imobilizando-a e protegendo-a de quedas ou pancadas”, explica João Pedro Oliveira, alertando: “Falo em abstrato, pois não conheço o caso de Salvio. Mas seja qual for a cirurgia, existe o risco de cair e voltar a fraturar o osso. Não há segurança absoluta!”
Domingos Gomes
Ex-médico do FC Porto, Domingos Gomes não teve problemas, em 2010, em comentar de forma otimista a hipótese de Drogba defrontar Portugal, onze dias depois de fraturar o cúbito, tal como agora sucede com Salvio em relação à Juventus. “Imobilizando a zona cuidadosamente com resinas, ou seja, materiais leves e que não afetem os movimentos normais do braço/cotovelo, Drogba pode dar o contributo à equipa”, antecipava.
Árbitro é soberano mas lei autoriza “acessório”
É na Lei 4 que se lê que “o equipamento usado não deve em nenhum caso apresentar qualquer perigo” para os jogadores, companheiros e adversários, advertindo-se ainda que o material usado deve ser de borracha, plástico ou qualquer outro similar.Ou seja, esta proteção não pode ser rígida e deve ser maleável.Naturalmente, qualquer “acessório” extra, seja para proteger o braço, a face ou uma perna, terá de ser inspecionado pelo árbitro, a quem cabe a última palavra. Certo é que Salvio, se for a jogo, terá de atuar de manga comprida ou com a proteção tapada, já que tem de haver uniformidade com a cor predominante da camisola que os jogadores usam.
16 dias até aos golos
Didier Drogba não esquecerá os dias alucinantes que passaram desde a lesão até ao jogo com Portugal, no Mundial de 2010, que marcou o regresso do atacante aos relvados, com uma proteção especial no braço. E muito menos os 16 dias até voltar aos golos, o que aconteceu a 20 de junho na derrota da Costa doMarfim diante do Brasil. O avançado foi operado a 5 de junho na cidade suíça de Berna, um dia depois de ter sido lesionado por Tulio Tanaka (15’) no particular com o Japão.
Drogba chegou a temer o pior e disse que ia perder o Mundial, mas a 10 de junho estava a chegar a Joanesburgo, para o estágio da seleção. A 15 de junho, aos 66 minutos do jogo com Portugal, o selecionador da Costa do Marfim, Sven-Goran Eriksson, fez entrar Drogba. “Senti-me bem e estou pronto para continuar”, disse o jogador no final. E continuou por mais 180 minutos, frente ao Brasil e Coreia do Norte.
Argentino com vontade
Salvio é parte fundamental em todo o processo e a verdade é que tem andado animado com a possibilidade de regressar mais cedo. O argentino lesionou-se a 20 de abril, no jogo do título com o Olhanense, e foi operado à fratura do cúbito do antebraço esquerdo no dia seguinte. A 1 de maio, o camisola 18 cumpre 10 dias de pós-operatório, o mesmo tempo que Drogba teve desde que foi operado até ao jogo com Portugal. Para o osso solidificar são precisas oito semanas, mas o facto de os futebolistas não precisarem do braço para jogar facilita um eventual regresso.
Médio de 19 anos somou os primeiros minutos pela equipa principal frente ao Nápoles, na Champions
Jovem defesa, que se estreou pela equipa principal na Champions, concedeu uma entrevista aos canais oficiais do clube
Clube argentino pretende comprar metade do passe
Alemão liderava a prospeção dos suíços quando Renato Veiga foi contratado e em que foi feita uma aposta na robustez física
Jovem defesa do Boca Juniors fez confissão aos jornalistas
Avançado uruguaio de 38 anos deve rumar ao Nacional de Montevideo
Estudo mostra que os jogadores têm mais dificuldades em se impor ao saírem muito jovens dos seus países
Belgas e holandeses também perderam