Conferência de José Mourinho: o resumo
No seu primeiro jogo deste regresso ao Benfica 25 anos depois, José Mourinho gostou do que viu, principalmente na segunda parte, em que a equipa, no seu entender, conseguiu soltar-se. Admitindo que tentou já meter algum cunho pessoal, o treinador pediu ao intervalo uma reação mais forte. Ainda assim, deixou claro que não é caso para muitas alegrias.
"Houve coisas que nós fizemos e que, jogando praticamente com os mesmos jogadores, fizemos coisas diferentes. Agradeço aos jogadores o profissionalismo, a forma como representam o clube e à forma como me receberam. Se tivéssemos perdido, era um desastre em termos de pontuação, ganhando não era fenomenal mas era o melhor que podíamos. Disse-lhes no fim do jogo: 'Foi bom, mas não foi nada de extraordinário. Despachem-se que amanhã temos treino'."
Mourinho revelou ainda que falou com André Villas-Boas e Frederico Varandas após assinar pelo Benfica e que não vem para promover qualquer guerra, nomeadamente com o FC Porto, seu antigo clube: "Eu não vim para o Benfica para chatear o FC Porto, vim para usufruir do facto de treinar um clube grande, com ambições grandes. Espero que não fiquem chateados comigo. Depois de vir para o Benfica, falei com o Villas-Boas e com o Varandas, o presidente do Sporting. O facto de ser treinador do Benfica não significa que vim para fazer guerra. Se acho que vou ser ovacionado novamente no Dragão, obviamente que não. O FC Porto é parte importantíssima da minha história e eu da do Porto. Combinámos, com o meu staff, vamos a diversos sítios seja em Portugal ou no estrangeiro, mas só em clubes que estejam a ganhar. O FC Porto na semana passada, esta semana seria o Sporting-Moreirense, depois íamos para Madrid, tínhamos decidido que não ia ao Inter. Os adeptos tiveram aquela receção fantástica para comigo, que acho que mereço, mas inimigos em 90 minutos... mas inimigos desportivos, não gosto de nada mais do que isso. O FC Porto quer ganhar e eu quero ganhar. Nada mais do que isso."
Admitindo que continua a achar que vai ser um dia selecionador nacional, o Special One deixou, no entanto, a porta aberta para continuar na Luz para lá de 2027, quando acabar este contrato de duas épocas: "Quando tiver 80 anos voltarei a Portugal definitivamente mas isto não é voltar a Portugal definitivamente, isto é um contrato de dois anos com o Benfica e depois eu e o Benfica decidiremos se é para continuar ou não. Vim para aqui para trabalhar, para sentir exigência e para me pôr à prova porque eu esqueço-me do que aconteceu nos últimos 25 anos. Estou super contente pela responsabilidade de treinar um grande clube como este, não pelo facto de regressar a Portugal."