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12 setembro

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Um dia diferente na vida de Nuno Gomes

É às primeiras horas do dia que Nuno Gomes deixa Lisboa rumo a Londres, a capital inglesa que o recebe com acentuado sotaque no último esse. A M-40, no seu constante vaivém, serpenteia ao longo dos vales e as curvas servem como um tranquilizante para o ponta-de-lança do Benfica.

Nuno Gomes esteve em Inglaterra a convite da marca desportiva que representa para participar numa campanha publicitária mas antes deixou-se embalar pelo ritmo pausado do carro para entrar num sono quase profundo, até ao momento em que despertou, já com o Bosque de Ashridge em fundo, num cenário de brumas tão tipicamente inglês.

Faz frio nos subúrbios de Londres, mais ainda em St. Albans, onde decorre a acção do anúncio. As nuvens encobrem o sol, a neve ameaça cair a qualquer hora. Jovens de cabelos loiros, jeans e camisolas grossas de lã servem café e quase pedem desculpa por nos oferecerem tão baixas temperaturas.

A essa hora, os companheiros de Nuno Gomes no Benfica estarão a treinar-se no Estádio Nacional, enquanto o avançado, devidamente autorizado pelo clube, continua a demonstrar a sua apetência para se tornar protagonista num filme inédito.

Ao fim da tarde, o avançado despe a pele de actor e volta à vida real. Antes de mudar de roupa, no mesmo carro que o transportou, ainda tem tempo para uma curta sessão de autógrafos improvisada. A todos diz que sim e nem o frio o consegue vencer.

São mais umas dezenas de quilómetros de regresso a Londres, pela M-40 que fervilha ainda mais, agora que todos regressam a casa depois de um dia de trabalho. Se o almoço foi algo fugaz, o jantar passou ao lado. E, ao fim de muitas horas, de um dia que parecia eterno, a chegada a Lisboa.

"Foi um dia diferente, vivido com muita intensidade", confessa, cansado, o avançado dos encarnados.

Luzes, câmara, acção!

Nuno Gomes concedeu uma curta entrevista a Duncan Humphreys, da Can Communicate, um jornalista que aprecia a forma fácil como o avançado do Benfica se coloca perante as câmaras. "Já não é a primeira vez que o entrevisto. Fiz um trabalho com ele após o Campeonato da Europa, em 2000 e sinto que o Nuno Gomes está particularmente à vontade perante as câmaras."

As perguntas foram feitas em inglês e Nuno Gomes, confrontado com a possibilidade de responder em português, preferiu a língua de Camões para dizer o que lhe ia na alma. E falou, pela milésima vez, de Fernando Gomes, seu ídolo, da origem do Gomes, do primeiro golo marcado, daquele que mais gostou. Uma vez ou outra, a resposta saía em inglês, logo corrigida e sempre acompanhada de um sorriso.

"Nuno Gomes, ao contrário de outros jogadores, encara a participação no anúncio e em outras campanhas da Adidas com o máximo de seriedade e de profissionalismo", garante uma assistente da marca alemã.

Lá fora, a paixão pela bola ia além do anúncio publicitário. Alguns dos elementos do “staff” corriam atrás do esférico para se aquecerem e gritavam como se estivessem a travar uma batalha. No interior, a entrevista era, forçosamente, interrompida. Segundos depois, reinava o silêncio e Nuno Gomes recuperava memórias.

Foi numa auto-caravana que Nuno Gomes se instalou, com todo o conforto, na antecâmara do anúncio publicitário que teve como palco o Bosque de Ashridge. Ainda antes da habitual sessão de maquilhagem, na qual se revelou um paciente inglês, o avançado do Benfica tomou um café e dedicou algum tempo à leitura da imprensa britânica, ficando a par das atrocidades cometidas pelos soldados ingleses em solo iraquiano, uma vergonha para a nação e para o mundo.

Blair não está preocupado com o que Nuno Gomes pensa; preocupados estão os assistentes da Adidas, que de quando em vez perguntam se está tudo bem, ao que o ponta-de-lança responde afirmativamente e sempre com um sorriso.

Os termómetros atingem valores com os quais Nuno Gomes está pouco identificado. Mas nada o faz recuar. Deixa que lhe pintem a cara, que o transformem num guerreiro sem armas, um guerreiro da bola, louco por encontrá-la na penumbra de um bosque que parece assombrado e onde até os anões se passeiam para tornar mais real a cena que se passa à sua frente.

Sentado a escassos metros, Jermain Defoe, avançado do Tottenham, enrola-se numa manta e bate o dente de frio. Nuno Gomes recusa um blusão e envolve-se apaixonadamente no cenário, correndo por entre a floresta até ao momento em que a bola, como que por encanto, desaparece para voltar a surgir, mais à frente, saindo daquele buraco que teima em mover-se.

O bosque da loucura

A direcção do spot publicitário é da responsabilidade do sueco Fredrik Bond, um antigo fotógrafo que durante cinco dias filmou algumas das estrelas do futebol.

O anúncio retrata uma batalha que tem como palco uma paisagem urbana arenosa, com os jogadores a procurarem manter a posse de bola e os adversários, uns reais e outros sobrenaturais, a tentarem roubar o esférico.

O inglês Defoe tropeça na raiz de uma árvore; Nuno Gomes e Podolski são surpreendidos com a existência de um buraco no solo que se move; o holandês Robben engana um cão bicéfalo e Saviola, desesperado, tudo faz para escapar à perseguição de galos enlouquecidos.

Mesmo Djibril Cissé, já na maca depois de se ter lesionado, também luta pela bola, enfrentando a tenacidade de Morientes, Trézéguet ou Del Piero.

Sempre com dois adolescentes como espectadores atentos, o anúncio representa a paixão dos jogadores pela bola, a necessidade de estarem sempre em contacto com ela, tendo como som de fundo um "remix" do clássico "A Dança do Sabre" de Aram Khachaturian.

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