Depois de ter concorrido em 2020, avança para as eleições de 25 de outubro
João Noronha Lopes é repetente nestas andanças. Depois de ter concorrido em 2020, recolhendo 34,71 por cento dos votos, o que lhe garantiu o segundo lugar, atrás de Luís Filipe Vieira e à frente de Rui Gomes da Silva, numa das mais participadas e polémicas eleições do clube da Luz, o gestor volta a candidatar-se, desta vez para desafiar a liderança de Rui Costa. Tem na sua equipa nomes marcantes do futebol encarnado, casos de Nuno Gomes (candidato a vice-presidente) e Vítor Paneira (diretor-técnico). Nascido no Alentejo, Noronha Lopes, de 59 anos, nunca mais se esqueceu do primeiro jogo que viu no Estádio da Luz: um Benfica-Farense em que Eusébio marcou um golo. Na adolescência, viveu nos EUA, entre 1983 e 1984, onde praticou futebol. Casado e pai de quatro filhos, todos benfiquistas, tem seguido os encarnados por muitos lados.
Em 2000, teve mesmo oportunidade abraçar um cargo na Direção do Benfica, ainda que não tenha durado muito tempo. Depois de ter feito parte do grupo que incentivou Manuel Vilarinho a avançar, sucedendo a João Vale e Azevedo, acabou por fazer parte dos órgãos sociais. Hoje, conta com o apoio de Vilarinho. Nesse mesmo ano, e depois de um trajeto na advocacia, entrou na gigante McDonald’s, onde chegou a cargos de topo, inclusive à escala mundial.
Nas eleições de 2020, ganhou um capital nas urnas tal que todos esperavam que avançasse em 2021, quando o clube foi novamente a votos, depois da saída de Luís Filipe Vieira. Não o fez, apesar de ter sido voz crítica da Direção, pela forma como esta conduziu o processo eleitoral. Também esteve na criação de uma comissão independente de sócios para rever os estatutos do clube. “Em 2021 não estavam reunidas as condições profissionais e familiares” para voltar a candidatar-se, disse, em entrevista a Record, em junho passado. Agora, está na corrida.
Muito antes de anunciar a candidatura, começou a preparar o seu programa. No que ao futebol diz respeito, propõe-se conquistar seis campeonatos em sete, acenando com a contratação de Bernardo Silva.
As listas terão de ser entregues, no máximo, até dia 10, mas os nomes que compõem a equipa de Noronha Lopes têm vindo a ser conhecidos paulatinamente.
DIREÇÃO:
Presidente: João Noronha Lopes
Vice-presidente (futebol): Nuno Gomes
Vice-presidente (área financeira): José Theotónio
Vice-presidente (modalidades): Felipe Gomes
MAG:
Presidente: Gonçalo Almeida Ribeiro
CONSELHO FISCAL:
Presidente: António Bagão Félix
FUTEBOL:
Diretor geral: Pedro Ferreira
Diretor desportivo: Tomás Amaral
Diretor técnico: Vítor Paneira
Além das personalidades que o acompanham, Noronha Lopes tem também divulgado o apoio de alguns ilustres como Manuel Vilarinho (ex-presidente), Ricardinho (futsal), Jean Jacques (basquetebol), Pedro Ribeiro (radialista) ou Ricardo Araújo Pereira (humorista)
FUTEBOL:
A proposta de Noronha Lopes para o futebol assenta num "modelo que coloca o Benfica acima de tudo", que pretende "recuperar a mentalidade de vitória" e a "identidade ao clube".
- Recuperação da mentalidade de vitória;
- Devolver a identidade ao clube;
- Liderança unificada;
- Recrutamento inteligente;
- Formar para vencer;
- Processo sustentado;
- Mercado de transferências mais inteligente. Contratar menos, mas bem;
- Consolidar e expandir o futebol feminino;
MODALIDADES:
O vice-presidente para as modalidades, Felipe Gomes, irá trabalhar diretamente com um coordenador-geral de operações, que fica responsável pelas "áreas financeiras, jurídica, comunicação, comercial, médica e logística", além de um coordenador geral desportivo, que irá assegurar a vertente técnica "das cinco modalidades de pavilhão, do projeto olímpico e das restantes modalidades". "Isto acaba com os silos, a gestão avulsa e a improvisação", pode ler-se numa nota enviada às redações, onde se vinca ainda que passará a existir uma "liderança unificada, responsável e competente". Além disso, também é realçado que cada modalidades passará a ter "um responsável operacional com metas e objetivos definidos".
- Pavilhões cheios, através de Novo Red Pass Modalidades 26/27; revisão dos critérios de acesso aos bilhetes; premiar Sócios que frequentam os pavilhões com camisolas autografadas e meet & greet com jogadores (virtuais ou presenciais); Eventos para Sócios mais frequentes com quota modalidades - treinos abertos exclusivos para os sócios mais assíduos; Experiência de "Jogador por um Dia" para os Sócios com mais presenças; Viagens com a equipa a um jogo fora (Portugal/Europeu); Melhorar a experiência de pavilhão - Estacionamento gratuito a detentores de bilhete de jogo de modalidades; criar a 1.ª fila “courtside seating”, à imagem da NBA; Merchandising exclusivo por modalidade.
- Projeto para apresentar uma candidatura à Euroliga para a equipa de basquetebol;
- Futebol feminino com investimento renovado, dando mais protagonismo às atletas, reforçar a ligação com os adeptos e abrir portas;
- Reforço da formação nas modalidades: cada modalidade terá um pipeline próprio de talentos, com objetivos claros de integração anual nas equipas principais;
- Casas do Benfica com as modalidades: Benfica On Tour - jogos do Benfica como visitado, mas jogados em zonas do país com Casas do Benfica, com deslocações organizadas para jogos fora e na pavilhão da Luz;
- Benfica Olímpico e aposta para Los Angeles'2028: voltar a ser o clube mais representado nos Jogos Olímpicos.
OUTRAS ÁREAS:
- Congelar o aumento do Red Pass entre 2025 e 2029;
- Reformar a bilhética com um modelo digital, justo e transparente: "sócios poderão consultar, em tempo real, a sua posição e pontuação, com base em critérios públicos, auditáveis e previsíveis."
- Uma casa do sócio no Estádio da Luz; o 1.º provedor do sócio; portal da transparência benfiquista; casa do Benfica digital; realização de duas reuniões anuais com a presença de todos os membros dos Órgãos Sociais em Casas do Benfica.
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João Noronha Lopes iniciou-se na advocacia, tendo trabalhado em dois escritórios diferentes, um dos quais co-fundou. Entrou para a McDonald’s em 2000 e em dois anos tornou-se o CEO da empresa em Portugal. Foi depois responsável pelo sul da Europa e Vice-Presidente em França e, mais tarde, passou a Vice-Presidente da Europa. Em 2013, foi galardoado com o prémio Best International Leader Award, que distingue o melhor líder português a nível internacional. Tornou-se depois chefe mundial do franchising da McDonald’s.
No Benfica, fez parte dos órgãos sociais em 2000 com Manuel Vilarinho e foi candidato à presidência em 2021, perdendo para Luís Filipe Vieira mas recolhendo 34,7% dos votos.
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