E. Amadora-V. Guimarães (86’): Há motivos para vermelho a Stoica?

E. Amadora-V. Guimarães (86’): Há motivos para vermelho a Stoica?

VAR [Tiago Martins]: Miguel, sugiro que venhas à zona de revisão para avaliar situação de retirar o cartão vermelho.

Árbitro [Miguel Nogueira]: Ok, o que se passa?

VAR: O jogador toca na bola e não atinge com a sola da bota no adversário. Vou-te mostrar duas imagens, tá?

Árbitro: Já cá estou. Mostra-me o tempo de contacto, se faz favor... Ok. Passa para a frente. Ok, excelente. Vou alterar a... Tenho perspetiva completamente diferente, fui completamente enganado. Vou alterar. Vou dar amarelo, ok? Acaba por ser negligente. Qual é o número?

VAR: Número 10.

Explicação de Duarte Gomes:

“Tiago Martins tem capacidade de comunicar muito bem e mostrar as imagens para o árbitro ficar saciado naquele momento. Árbitro perceciona que há entrada de sola, para cartão vermelho, que põe em perigo a integridade. Mas não foi o caso. Contacto é lateral, lance é para amarelo e não para vermelho.Humildade do árbitro, que sofre ilusão em campo. Excelente decisão e comunicação. Nada a dizer”.

Benfica-Santa Clara (35’) - Paulo Victor bem expulso por falta sobre Tomás Araújo?

Benfica-Santa Clara (35’) - Paulo Victor bem expulso por falta sobre Tomás Araújo?

VAR [Ricardo Moreira]: Daqui VAR, João. Aconselho-te a ir à zona de revisão para um cartão vermelho.

Árbitro [João Pinheiro]: Ok, tranquilo. Eu vou ver...

VAR: Jogador tem a perna esticada e atinge com os pitões, ali a zona cara/peito...

Árbitro: Ok... Põe em perigo a integridade física do adversário... Mete aí se faz favor, outra vez. Pára no ponto de contacto.

VAR: Há primeiro momento aqui, depois continua e há segundo momento...

Árbitro: Diz-me só o número dele...

VAR: Seis, quatro.

Explicação de Duarte Gomes:

“Consigo compreender as pessoas que olham para o lance e não querem vermelho. O jogador aparentemente não teve malícia e está a apontar para a bola. O problema é que, quando um jogador disputa uma bola, está obrigado a ter cuidados. Neste caso não teve essa preocupação e mais importante, entra com a sola da bota. Começa na cabeça, passa pela orelha, pelo peito e acaba na coxa. Nós queremos cartão vermelho nestes lances. Podem dizer que o critério é rigoroso, porque estão a pensar mais no infrator. Nós pensamos mais na vítima. Não é um ringue de MMA, nem um jogo em que permitamos contactos que originam sangue ou possíveis graves lesões. Aconteceu com o Gonçalo Inácio com o Arouca, no Vitória-FC Porto o Tiago Silva deveria ter levado o vermelho. É um ataque a zonas do corpo perigosíssimas e podem fazer dano real ao jogador. Foco a minha atenção em quem sofre a falta. João Pinheiro já tinha o chip mudado para vermelho depois de ver o Tomás Araújo sangrar. Viu a consequência. Não queremos estas entradas no futebol. Colocam em perigo a integridade física e queremos acabar com elas. Como não consegue ver a falta? Porque não é perfeito. Nenhum é, nem infalível. Há situações que falham. Neste caso o João nem vê o contacto, pensa que é um pé alto e como o Benfica segue com a bola deixa jogar. No final não errou, tomou a melhor decisão”

Alverca-Tondela (38’). Há motivo para penálti?

Alverca-Tondela (38’). Há motivo para penálti?

VAR [Cláudia Ribeiro]: Luís, peço que venha à zona de revisão para possível penálti.

Árbitro [Luís...]: Ok...

VAR: Vou-te mostrar que o jogador atinge na perna de trás, ok?

Árbitro: Ok... Este é o contacto, certo?

VAR: Sim. Vou-te dar a dinâmica da jogada...

Árbitro: Mostra outra vez. Agora em normal, por favor... Certo, certo. Concordo, penálti.

Explicação de Duarte Gomes:

“Em campo a perceção é diferente. O árbitro não vê nenhum contacto e fica com ideia clara que o jogador simulou. Ele não só não marcou como teve e a certeza que havia simulação. Elogiar a Cláudia pela forma como foi absolutamente clara. Mostra-lhe a melhor imagem, uma rasteira. É o processo que diria quase perfeito. O árbitro vê a verdade e percebe que é bem diferente da sua, que está muito bem fundamentada. Muito bem, mudou a decisão, anula o amarelo por simulação e assinala o penálti. O VAR é um árbitro assistente, tem a vantagem de ter imagens e maior tranquilidade para a decisão”.

FC Porto-Nacional (26’). Há motivo para penálti sobre Borja Sainz?

FC Porto-Nacional (26’). Há motivo para penálti sobre Borja Sainz?

VAR [Bruno Esteves]: Recomendo que venhas à zona de revisão para um penálti.

VAR: Vou-te mostrar um pisar no calcanhar, completamente com a perna aberta fora da jogada...

Árbitro [Luís Godinho]: Ok, penálti...

VAR: ... de forma negligente, na minha opinião.

Árbitro: Negligente. Ok. Número 2 pisou de forma negligente, ok...

Explicação de Duarte Gomes:

”Uma boa decisão. Árbitro está bem colocado, neste lance tem jogadores a cruzar-se e nem tem perceção. O Godinho está a focar no centro da área, não se apercebe do toque. Há contacto com causa-efeito, contacto evidente no jogador. Há serenidade na comunicação, o Bruno Esteves esteve muito bem. Curto, sintético... Em termos de processo de comunicação, foi claro e muito rápido. Ajuda o jogo a recomeçar mais rápido. É muito importante, sobretudo nestes lances que não deixam grandes dúvidas. O vermelho, neste tipo de abordagens, tem muito a ver com intensidade, velocidade, consequência e a forma como o jogador ataca o adversário. A consequência é danosa, pode causar uma lesão grave. Não há grande intensidade, há sim negligência. Acaba por pisar e, sem a bola lá estar, algo perigosa, é desenho perfeito da negligência”.

Marítimo-Vizela (45’+3). Motivos para cartão vermelho?

Marítimo-Vizela (45’+3). Motivos para cartão vermelho?

[VAR] Paulo Barradas: Cláudio, daqui VAR, peço que venhas à zona de revisão...

VAR: Jogador está completamente isolado, o colega defensor está bem atrás.

Árbitro: Mete isso em dinâmica, a falta em vi... deixa andar.

VAR: Vou-te mostrar o momento do agarrão. Aqui.

Árbitro: Agora daí para a frente... O outro jogador vai lá disputar a bola antes dele chegar à baliza.

Explicação de Duarte Gomes:

”Lance difícil à séria. É tudo subjetivo. Consigo compreender o raciocínio do VAR. Se não houvesse infração o jogador que sofre o agarrão tinha ou não claras possibilidades de marcar golo? A lei diz que isto é tão grave que merece cartão vermelho. Para isso fixa alguns requisitos e o único que não sabemos se está bem preenchido é a proximidade e o número de defesas que estão ali perto e podiam fazer a dobra. Havendo o fator que gerou dúvida, a dobra, o árbitro entendeu manter o cartão amarelo. Se é só oportunidade de golo e não é clara, é cartão amarelo. Validamos este raciocínio do árbitro num lance que é cinzento, na fronteira entre uma decisão e outra. Uma falta que destrói um possível golo, o jogador é expulso. Aqui não temos a certeza se daria golo ou não. Na dúvida, é cartão amarelo”.

Marítimo-Vizela (31’). Havia motivo para penálti?

Marítimo-Vizela (31’). Havia motivo para penálti?

[VAR] Paulo Barradas: Cláudio, daqui VAR, peço que venhas à zona de revisão para um penálti. Um puxão.

[VAR] Vou-te mostrar o defensor nº 44 a puxar deliberadamente a camisola do atacante, ok? Quando chegares diz...

[Árbitro] Cláudio Pereira: Estou cá...

VAR: Este é o momento... ele puxa deliberadamente a bola, empurra para trás e chuta a bola. Tenho outra câmara atrás da baliza, se quiseres ver...

Árbitro: Acho que não tem inferferência nenhuma, mas quero ver...

VAR: É o momento. Guarda-redes defende e tem o puxão. Completamente a camisola puxada, o jogador não consegue ir buscar a bola.

Árbitro: Continua a mostrar, para a frente, depois dele... Queres penálti e cartão vermelho nisto?

VAR: Provavelmente o jogador iria chegar à bola, sim... Apesar de ir no ar tem possibilidades de jogar..

Árbitro: Sim... vou mudar...

Explicação de Duarte Gomes:

“Este lance merece algumas referências. Aqui há uma evidência, uma camisola esticada, é o primeiro ponto de partida. Depois faltam dois pontos. Tem consequência e impacto real e evidente no jogo? Tem de ser muito evidente. Qual é a decisão que o futebol espera neste lance? O avançado continua a disputar até. Isto é um esticar de camisola sem consequência real no jogo e no jogador. São os lances que queremos que os nossos VAR não intervenham. 68% do quadro de VAR tem menos de 50 jogos. Fizemos reformulação, os VAR são quadro específico, têm todos grande experiência como árbitros mas em sala ainda dão os primeiros passos, ainda agarrados aos contextos teóricos. Não queremos este tipo de penáltis. Um esticar de camisola não é igual a um agarrão. Não concordamos com a intervenção, é potenciadora do erro da decisão final. Mas é um processo humano, o dilema entre a verdade do árbitro e a que vê na imagem. Foi pelo instinto do colega melhor posicionado e com mais meios, mas é uma aprendizagem para todos.”

V. Guimarães-Sp. Braga (45’+2). Motivo para penálti a favor do V. Guimarães?

V. Guimarães-Sp. Braga (45’+2). Motivo para penálti a favor do V. Guimarães?

[VAR] Rui Costa: Nobre [árbitro], daqui VAR, consegues vir à zona de revisão para um possível penálti?

[VAR] Vou-te mostrar, nº 77, no momento do livre...

[Árbitro] A bola está em jogo... agora com velocidade... É o nº 77?

Explicação de Duarte Gomes:

”A mensagem que se passa aos árbitros, e é instrução seguida pela UEFA, é de que deve haver uma causa-efeito. Um simples esticar da camisola nem sempre pressupõe infração, mas quando é um agarrão, a consequência é evitar que o jogador se posicione naquela zona. Tem impacto no jogador. É uma ação deliberada e o pontapé de penálti é bem assinalado. É para isto que existe VAR. Causa-efeito, impacto evidente e impossibilidade de o jogador disputar a jogada. Intervenção bem feliz e decisão correta. Por regra, todas as faltas prolongadas e continuadas são punidas no início da ação, a exceção é quando a falta é de fora para dentro da área e aí pune-se com penálti. Esta jogada configurou a exceção”.

Áudios do VAR, em direto: análise às 5.ª e 6.ª jornadas do campeonato

Os áudios do VAR nas jornadas 5 e 6 da Liga Betclic Portugal serão hoje divulgados e analisados na Sport TV. Siga aqui tudo ao minuto.