Bate-boca entre Jesus e Lopetegui pode levar a inquérito

Conselho de Disciplina não vai punir nenhum dos treinadores, mas CII pode depois agir

Bate-boca entre Jesus e Lopetegui pode levar a inquérito
Bate-boca entre Jesus e Lopetegui pode levar a inquérito

A discussão entre Julen Lopetegui e Jorge Jesus no final do clássico de domingo pode levar à abertura de uma investigação da Comissão de Instrução de Inquéritos (CII), órgão da Liga com competência para investigar potenciais infrações disciplinares. O incidente foi transmitido em direto pela BTV, pelo que a CII tem margem para tomar a iniciativa de agir, juntando a informação dos relatórios de delegados e árbitros e ouvir testemunhas.Se considerar que houve alguma infração, então poderá propor castigos ao Conselho de Disciplina (CD).

Para já, e ao que foi possível apurar, o órgão disciplinar da FPF não vai aplicar qualquer castigo na sequência do confronto entre os treinadores de Benfica e FC Porto. Record sabe que o incidente foi descrito nos relatórios do árbitro Jorge Sousa e também dos delegados da Liga, Reinaldo Teixeira e Nuno Pedro, mas oCD poderá considerar que se tratou de um simples "bate-boca" como há muitos no futebol. Por isso, e também porque foi resolvido numa questão de segundos, poderá não ser referido no mapa de castigos da 30.ª jornada da 1.ª Liga que hoje será publicado. Se assim for, só uma eventual intervenção da CII poderá levar a sanções para algum dos treinadores.

Os ânimos em frente ao túnel de acesso aos balneários da Luz aqueceram quando o técnico do FC Porto foi ter com Jorge Jesus e, ao cumprimentá-lo, disse-lhe ao ouvido que não admitia que ele voltasse a trocar o seu nome, como tinha feito em algumas conferências de imprensa durante a temporada. JJ não terá percebido à primeira, pelo que continuou a sorrir para o adversário. O basco insistiu e o português lá reagiu, acabando ambos por serem separados por elementos da equipa técnica e staff do Benfica, bem como Antero Henrique, diretor-geral da SAD portista. Aliás, foram esses momentos, em que Lopetegui já estava dentro do túnel e Jesus ainda no relvado, que foram descritos com mais pormenor nos relatórios dos delegados e do árbitro.

Espinha atravessada

A atitude do treinador do FC Porto surpreendeu Jorge Jesus, até porque o próprio jogo não tinha sido especialmente escaldante. No entanto, o ressentimento era antigo e revelou-se naquele momento. De acordo com o diário espanhol "ABC", que cita "fontes próximas" de Lopetegui, este sentia-se incomodado com a forma como o português tinha, por mais do que uma vez, trocado o seu nome. Duas semanas antes, numa conferência de imprensa, Jesus tinha dito "Lopetegui ou Lotopegui – às vezes troco o nome – faz bem o seu trabalho". Ora, segundo a notícia publicada ontem em Espanha, o basco há muito que tinha isso "atravessado", pois acreditava que se tratava de "uma atitude de menosprezo, como se Jesus quisesse dizer ‘este treinador está na boca de toda a gente e tem um nome impronunciável’".

O reencontro dos técnicos no clássico da Luz, depois de se terem conhecido durante a partida da primeira volta no Dragão, até começou por ser bastante afável. Julen Lopetegui fez questão de se dirigir ao banco do Benfica, onde já estava Jorge Jesus, e ambos apertaram as mãos e abraçaram-se antes do apito inicial, trocando palavras cordiais entre sorrisos. Depois, o basco seguiu para o respetivo banco de suplentes e o jogo começou em clima tranquilo. Mas o facto de estar em causa um título fez entornar o caldo.

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