No jogo de palavras que antecedeu o primeiro grande confronto da época, o Benfica mostrou uma enorme evolução mental...
No jogo de palavras que antecedeu o primeiro grande confronto da época, o Benfica mostrou uma enorme evolução mental e terá surpreendido o adversário num campo em que os portistas costumam ser insuperáveis. Se Paulo Fonseca pensava mesmo que o Benfica abdicaria de um avançado e recuava perante a ameaça, ficou claro que Jorge Jesus o enganou: dois avançados sim, mas uma intensa capacidade de luta e concentração total para bloquear o meio-campo, com toda a paciência e velocidade de raciocínio e execução necessária a um jogo de contra-ataque, com menos posse de bola, mas com maior objetividade e facilidade em chegar à finalização.
Consulte o direto do encontro.
Relacionadas
Não foi um jogo que deixe saudades, por causa da tensão emotiva provocada pelo óbito de Eusébio, mas também pelas dificuldades levantadas por um relvado em mau estado. O Benfica não quis a bola, mas maticou, perdão, matou muito à frente as ligações ofensivas do FC Porto, cujos extremos simplesmente não existiram, entregando Jackson de bandeja a uma marcação sem falhas de Luisão e Garay.
O FC Porto não registava uma partida com tão poucos remates há anos e viu-se circunscrito a soluções de bola parada, com sucessivos livres de Carlos Eduardo a não causarem, finalmente, qualquer pânico na área agora à guarda do estreante Oblak.
Objetividade
A vencer muito cedo, o Benfica não se deslumbrou e teve o mérito de permanecer fiel ao plano de jogo, do que resultou uma primeira parte pouco agradável, com um domínio consentido dos visitantes, cuja única oportunidade surgiu em lance irregular de Jackson à beira do intervalo.
No segundo tempo, aumentaram os espaços após o apagão de Lucho González e o Benfica ficou à vontade para lançar meia dúzia de raides que podiam ter resultado em mais golos, com Markovic e Rodrigo a falharem na cara de Helton. Mas o segundo, como é da tradição, saiu de um lance de bola parada, desta vez com vantagem dos centrais do Benfica, ainda com meia hora pela frente e em superioridade numérica, mas com as fragilidades criativas dos portistas muito evidentes no contraponto ao repentismo e objetividade dos jogadores do Benfica, até ao último quarto de hora, altura em que Jesus fechou o jogo com a entrada de Ruben Amorim.
Dois avançados
Com Jorge Jesus, este foi o triunfo mais claro do Benfica sobre o FC Porto, confirmando a evolução positiva da equipa, depois de um começo de temporada cheio de hesitações. Mais uma vez se comprovou, independentemente do adversário, que o Benfica pode alinhar sempre em 4x4x2, mantendo a identidade, uma vez que dispõe de avançados que se completam e, sobretudo, de apoios sólidos quer ao centro (nunca mais duvidar do melhor espaço para Enzo Pérez) quer nos flancos, com um Gaitán operário e disponível e um Markovic de talento e apetite voraz para os grandes jogos, depois de já ter sido decisivo no dérbi de Alvalade.
As debilidades do FC Porto estiveram muito patentes: o meio-campo vem perdendo capacidade de construção, tricotando um domínio enganador através da posse de bola em contraste com uma confrangedora incapacidade de fazer a bola entrar na grande área, exceto nos lances de bola parada. Em todo o século XXI foi apenas a terceira vez que o FC Porto saiu da Luz sem conseguir marcar pelo menos um golo – e isto diz tudo.
Árbitro: Artur Soares Dias (nota 1)
Soares Dias somou erros sobre erros: de um fora-de-jogo de Jackson em lance de golo a um penálti claríssimo de Mangala, passando por outro sobre Quaresma e por uma expulsão forçada.
Momento: 13'
Contra-ataque imparável conduzido pelo centro por Markovic, que soltou a bola para Rodrigo fulminar a baliza. Um golo no momento certo, catalisando toda a energia que condicionava o jogo e que distanciou, muito cedo, ambas as equipas.
Candidato à presidência do Benfica aponta ausência de mecanismos que previnam conflitos de interesses
Saída de Roger para o Al Ittihad oficializada esta sexta-feira
Paragem no campeonato aproveitado pelo técnico João Pereira para limar arestas
Neste período há ainda um FC Porto-Benfica, na 8.ª ronda
Companhia aérea 'proibiu' música do defesa nos seus voos
Pressão sobre águias e dragões faz disparar gastos a Liga Betclic, defende economista João Duque
Médio jogou no Galatasaray com o extremo, que foi polémico ao apresentar-se no Fenerbahçe
Uche replicou, palavra a palavra, a publicação do jogador português nas redes sociais e só trocou... os clubes