A Liga de Clubes colocou um processo à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no qual reclama 2,5 milhões de euros por alegado incumprimento contratual. A Presidência do Conselho de Ministros foi também posta a par desta intenção.

A Liga informou Pedro Santana Lopes, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, e Pedro Passos Coelho que está por cumprir um acordo de responsabilidade social com a Santa Casa, que a levou mesmo a criar uma fundação, na qual investiu 250 mil euros, tendo a Misericórdia até ao momento entrado com 150 mil euros, mas sem cumprir os protocolos de colaboração previstos. Mário Figueiredo, líder da Liga, estranha ainda o facto de entretanto a Santa Casa ter celebrado contratos com a FPF e, indiretamente, com Joaquim Oliveira. “Apenas reclamamos a mesma disponibilidade oferecida à FPF e às empresas do universo de Joaquim Oliveira”, faz notar Figueiredo, que se interroga: “Não haverá um alinhamento oculto com as forças que pretendem a asfixia da Liga para depois colocarem à sua frente quem obedientemente perpetue esses poderosos interesses instalados?”

Para além do mais, o líder da Liga lembra que foi concluído em abril de 2013 um acordo com a Santa Casa para o patrocínio da Taça da Liga, no valor de 1,5 milhões de euros. Mais tarde, a Santa Casa negou a existência desse acordo. A Liga alega que foram sobretudo os clubes que foram lesados com este incumprimento, pois esperavam receber 2 milhões de euros de receitas da Taça da Liga e agora terá de ser a Liga a adiantar esse dinheiro. Mário Figueiredo refere ainda na sua missiva que no âmbito deste acordo o nome da Santa Casa tem surgido em diversos painéis publicitários.

Record teve acesso ainda a diversos documentos deste processo que comprovam que foram várias as tentativas feitas pela Liga para regularizar a situação, isto num momento em que caiu a grande expectativa da Liga de, com a Santa Casa também envolvida, ver legalizada de imediato a situação das apostas desportivas online.