Lionn afirmou em tribunal que foi alvo de tentativa de aliciamento por César Boaventura antes de um jogo com o Benfica
O futebol português volta a ser abalado com suspeitas de corrupção desportiva, com o empresário César Boaventura a ser acusado de ter aliciado três jogadores que alinhavam no Rio Ave, na época 2015/16, antes de um encontro dos vila-condenses frente ao Benfica. A acusação foi feita sob juramento no Tribunal de Esposende pelo defesa Lionn, no âmbito de um outro processo movido pelo guarda-redes Cássio ao agente. O agora jogador do Chaves foi prestar depoimento como testemunha, mas em duas simples frases deixou uma forte acusação ao empresário, como se viu na transcrição do depoimento feita pelo Porto Canal.
"Ele tentou-me comprar para o jogo com o Benfica, só que nesse dia não joguei, estava lesionado", afirmou Lionn, em tribunal, levando à insistência do advogado. "Está a dizer que o senhor César Boaventura o tentou comprar para o jogo com o Benfica?", questionou. A resposta foi a confirmação: "Sim, a mim e ao Cássio. E ao Marcelo também."
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O lateral-direito revelou que conheceu Boaventura quando este lhe disse que "estava à procura" de clube para ele, o que levou a um único encontro entre ambos. Mais tarde, testemunhou "naquele processo das apostas com o Feirense, em que perdemos o jogo também", referiu ainda.
Este suposto aliciamento foi comunicado pelos jogadores aos responsáveis do Rio Ave ainda antes da partida, como contou a Record fonte conhecedora do caso. O próprio diretor de comunicação dos vila-condenses, Marco Aurélio Carvalho, testemunhou em tribunal que os três ficaram "incomodados" com essa situação.
Lionn esteve em tribunal como testemunha e apenas para defender Cássio num processo que o guarda-redes se queixava de ter sido implicitamente acusado por Boaventura de ter beneficiado o FC Porto. Refira-se que, durante praticamente três anos, Lionn, Cássio e Marcelo nunca decidiram revelar este dado, sendo que até o agora jogador do Chaves nem chegou a ser convocado para essa partida, uma vez que se encontrava lesionado.
Record tentou obter uma reação por parte do brasileiro, mas este preferiu não se estender em comentários, alegando que está "a três dias de um jogo importante", no terreno do Aves. "Não tenho interesse em fazer comentários, nem quero ser importunado com isso", explicou o jogador, de 30 anos .
Da perda de pontos à prisão
O crime do qual Lionn acusa César Boaventura, neste caso, corrupção ativa, pode ter repercussões tanto na justiça desportiva, como na civil. No caso da primeira, e caso haja provas de envolvimento de um clube, o regulamento disciplinar da Liga, à época, prevê no seu artigo 63º que a corrupção na forma tentada seja punida com a "subtração de três pontos na prova em curso na época desportiva correspondente à data em que a decisão condenatória se tornar definitiva".
Para tal, diga-se, seria preciso provar que Césarn Boaventura tenha agido a mando ou com conhecimento do Benfica – algo que Lionn não afirmou. À perda de pontos, acresce uma multa que varia entre os 12.750 e os 51.000 euros.
Já no âmbito cível – neste caso, aplica-se ainda a lei de 2007, uma vez que é mais favorável ao arguido, pelo agravamento das penas ocorrido em 2017 –, a pena para corrupção ativa chega a um máximo de três anos de prisão, com possível multa. *
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