Presidente da Liga Portugal assume a frustração dos clubes pela ausência de público nos estádios
Pedro Proença, presidente da Liga Portugal, começou a alimentar a expectativa do regresso do público aos estádios no dia em que entregou a taça de Campeão Nacional ao FC Porto, na última jornada da temporada passada. Momento de esperança reforçado pela viabilidade que a retoma comprovou, mas que cedo acabou no vazio, dado que a ideia ainda não teve repercussão junto das entidades competentes, apesar de o dirigente continuar a defender que é possível alterar o panorama muito em breve.
O arranque do campeonato conduziu Pedro Proença a manifestar a mesma confiança de desbloquear um problema que acredita estar a asfixiar financeiramente todos os clubes, mas como esse desejo ainda não encontrou eco junto das autoridades, Pedro Proença lançou um repto ao Governo e à DGS no final da aula que deu ontem no auditório do Estádio do Bessa e que marcou o arranque da 5ª pós-graduação de organização e gestão no futebol profissional.
"Há um sentimento de frustração que começa a crescer. Os clubes têm tido a serenidade de respeitar as indicações e o quadro normativo da DGS porque perceberam que a determinada altura tiveram um regime de excepcionalidade que facultou a retoma, mas aquilo que os clubes também começam a sentir é um desencanto de não haver, por parte do Governo, nem por parte da DGS, uma abertura de espírito para que o futebol não seja discriminado", referiu o dirigente, defendendo que "os clubes estão uma fase em que percebem que o futebol é feito para os adeptos": "A ideia de ver o futebol na televisão não colhe, porque as competições profissionais são apenas 18 jogos por semana e há uma imensa quantidade de jogos pelo país fora que não pode ser televisionada e cuja bilhética é essencial para a sobrevivência desses clubes. A desculpa que os adeptos de futebol têm outro tipo de comportamento também não colhe, porque tenho a certeza absoluta que no dia em que tivermos de regular esta actividade, como aconteceu nos concertos e na festa do Avante com muito sucesso, também o futebol tem essa capacidade.É por isso que digo, ponham-nos à prova".
Insatisfação que o dirigente vai expressar novamente à DGS na reunião agendada para 2 de outubro, na expectativa de começar a diluir todos os prejuízos acumulados e dar mais uma prova de como o futebol pode ser um exemplo útil para o comportamento que a pandemia exige da sociedade.
"Se Itália já tem um plano de reintegração de público, se já assistimos a inúmeros jogos com público de forma coordenada, a Liga Portugal também pode assegurar o mesmo. Ponham-nos à prova e tenho a certeza absoluta que terão a mesma reacção que tiveram ao final das 10 últimas jornadas da época passada", sustentou Pedro Proença, assumindo que a sustentabilidade das competições começa a ficar em xeque: "Os números são claros. Se o futebol profissional não tiver possibilidade de ter público durante uma época estamos a falar de prejuízos superiores a mais de 100 milhões de euros. É preciso ter uma noção clara do impacto que isto representa".
Plano por quotas
A Liga Portugal entende que a viabilidade de público nos estádios tem de ser paulatina, pelo que o plano que espera ser aprovado contempla várias etapas. A primeira das contempla espaço para mil pessoas.
Se o desenrolar for compatível com as medidas de segurança estipuladas o organismo pretende aumentar o público para 2500 pessoas por jogo, na certeza que o passo seguinte estipula a presença de 5000 mil pessoas.
Mediante a leitura destes avanços, que a Liga Portugal acredita acautelar os interesses de todas as entidades, o último passo tem como finalidade permitir que cada recinto possa atingir uma quota de 30 por cento da sua lotação.
"Aquilo que solicitamos é que permitam à Liga Portugal, numa primeira fase, testar as suas infra-estruturas. O plano contempla a inserção de público de forma gradual, porque, se isto não for devidamente monitorizado, ou se a decisão demorar muito tempo a assumir, teremos consequências de natureza económica que é preciso calcular e quem vai assumir as responsabilidades. Contudo, estamos tranquilos e expectantes para que a reunião do dia 2 de outubro sirva para traçar um plano que nos crie a todos uma dimensão positiva. O futebol tem capacidade para corresponder às exigências. Podemos estar no estádio em distância social e com todo o controlo.", afirmou Pedro Proença, garantindo que "vai demorar muito tempo para recuperar os índices de público": "O futebol profissional não pode viver sem esta receita e já não faço comentários sobre as consequências para a sustentabilidade do futebol não profissional, mas ninguém pense que tudo vai acontecer de uma forma natural no dia a seguir de se tomar a decisão de abrir as portas. Há percas que não se recuperam e cada dia que passa a dificuldade de recuperar público aumenta".
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