É de forte tensão o ambiente que se vive na candidatura de Fernando Seara, pois teme-se que hoje Carlos Deus Pereira, presidente da mesa da assembleia geral da Liga, não se pronuncie pela elegibilidade da candidatura do antigo presidente da Câmara de Sintra. Por duas razões a ponderar: há um clube, o Gil Vicente, que assina duas listas que têm Seara à cabeça; e duas das quatro listas apresentadas têm Seara como líder, embora o mesmo já tenha esclarecido que não assinou a lista que foi apresentada por Rui Rangel, com quem tinha um acordo tácito. A primeira destas razões parece ser a mais forte, mas há argumentos jurídicos para jogar que podem mesmo vir a adiar as eleições da Liga Portugal, marcadas para a próxima 4.ª feira. Isto quando já se sabe que a lista apresentada por Rangel foi acompanhada por uma fotocópia do BI de Fernando Seara.

“Uma traição gravíssima em nome de uma estratégia pessoal de conquista do poder a todo o custo, ou a qualquer preço”, foi como ontem, em comunicado, Rui Rangel classificou a atitude de Seara.

Um dos cenários possíveis passa mesmo pela aceitação apenas de duas listas: a do próprio Mário Figueiredo e a de Rui Alves. Este último veio ontem desfazer dúvidas quanto a qualquer tipo de incompatibilidade que se possa colocar a propósito do facto de ter sido até há pouco tempo presidente do Nacional da Madeira, “decisão que foi tomada por vontade pessoal e não por receio de qualquer situação de incompatibilidade, até porque a candidatura à presidência da Liga apenas foi apresentada no dia 6 de junho, quatro dias depois do pedido de demissão”. Recorde-se que Paulo Teixeira, que tinha anunciado a sua candidatura, juntou as suas forças à de Rui Alves, numa candidatura que não tem o apoio dos grandes mas que tem vindo a conseguir uma boa base de sustentação.

Um dado novo a reter, e que está a ser bastante comentado nos bastidores (efervescentes) desta campanha, é a aproximação do Benfica à candidatura de Mário Figueiredo.