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Ricardo Quaresma é o autêntico vinho do Porto – quanto mais velho melhor! Aos 31 anos, o extremo do FC Porto está a viver uma das melhores temporadas da sua carreira futebolística e na noite desta quarta-feira abriu o caminho da uma vitória dos dragões sobre o Bayern Munique (3-1), tornando-se no primeiro jogador português a marcar dois golos no mesmo jogo aos alemães vestindo as cores de uma equipa nacional - Cristiano Ronaldo já o conseguiu em duas ocasiões, mas pelo Real Madrid.
Quando regressou ao FC Porto, em janeiro de 2014, poucos acreditavam que Ricardo Quaresma conseguisse voltar a produzir o futebol de qualidade que o tornara famoso anos antes. E poucos ainda o levaram a sério quando admitiu que um dos motivos desse regresso passava também por voltar a ser opção na Seleção Nacional. Veio o Mundial do Brasil e Quaresma ficou de fora. Chegou Julen Lopetegui e Quaresma começou mais vezes no banco que no onze do FC Porto. Parecia que o fim estava próximo.
Mas Quaresma nunca deixou de acreditar em si próprio e o tempo deu-lhe razão. Com Fernando Santos a selecionador, voltou a ter papel importante na Seleção Nacional, porque, ao mesmo tempo, foi convencendo o treinador espanhol no FC Porto. E a verdade é que, pé ante pé, Ricardo Quaresma tem sido um dos grandes protagonistas do FC Porto nesta época 2014/15, na qual já leva 10 golos marcados, estando apenas a um do seu melhor registo de sempre, conseguido em 2007/08 na primeira passagem pelos azuis e brancos - feito repetido em 2010/11 na primeira temporada no Besiktas, também a de maior aproveitamento europeu, com cinco golos na Liga Europa.
Vibrar agora com a trivela
Esta quarta-feira, quando a nação portista recordava com saudade o calcanhar mágico de Madjer, voltou a vibrar com a trivela de Quaresma. Marcou o primeiro golo da noite de penálti, com a calma que só ele tem, e fez o segundo logo depois, de trivela, claro, ante um Manuel Neuer que até nem devia ter sido seu adversário em nenhum dos remates.
Foi a segunda vez na carreira que Quaresma marcou dois golos num jogo europeu. A primeira foi a 1 de dezembro de 2011, ao serviço do Besiktas, frente ao Maccabi Telavive (curiosamente, nos descontos da primeira parte e nos descontos da segunda), no triunfo da equipa turca por 3-2 fora de casa.
Em 4.º na lista portuguesa
Com dos dois golos marcados esta quarta-feira, Ricardo Quaresma tornou-se no quarto melhor marcador português no atual formato da Liga dos Campeões, com 7 golos, atrás de Cristiano Ronaldo (76 golos), Figo (24) e Nani (9). Não são aqui considerados os marcadores na antiga Taça dos Campeões Europeus, onde Eusébio, por exemplo, apontou 46 pelo Benfica.
Pedras foi o primeiro
Deixando de lado o caso especial de Cristiano Ronaldo (que marcou dois golos por duas vezes ao Bayern Munique, a 24 de abril de 2012 e a 29 de abril de 2014, sempre pelo Real Madrid), há apenas dois outros jogadores portugueses que marcaram dois golos ao gigante alemão.
Foram eles Pedras, um médio ofensivo que o conseguiu ao serviço do V. Setúbal, na época 1967/68, na Taça das Taças (no Bonfim e em Munique) e Nené, o goleador do Benfica, em dois jogos da Taça dos Campeões Europeus (o primeiro a 17 de março de 1976, numa derrota sofrida em Munique por 5-1, o segundo a 4 de novembro de 1981, em nova derrota fora, agora por 4-1).
O brasileiro Mário Jardel também marcou dois golos ao Bayern Munique pelo FC Porto, mas nos dois jogos dos quartos-de-final da Liga dos Campeões em 2000, nas Antas e em Munique, eliminatória ganha pelos alemães. Os outros jogadores que conseguiram marcar ao Bayern Munique representando equipas portuguesas foram Madjer e Juary, na célebre final de Viena, Domingos Paciência (todos pelo FC Porto), João Moutinho (pelo Sporting), Dimas e Valdo (pelo Benfica), Fernando Tomé (V. Setúbal) e Roland Linz (Sp. Braga). O Boavista e o Belenenses também defrontaram o clube alemão em provas da UEFA mas não conseguiram marcar qualquer golo.
OS GOLOS EUROPEUS DE QUARESMA
Por provas (18):
- Liga dos Campeões, 7
- Liga Europa, 10
- Supertaça Europeia, 1