Morte do Bicho causou dedicatória em massa do universo portista no Estádio do Dragão. Record acompanha as cerimónias
O desaparecimento de Jorge Costa, indubitável figura do FC Porto e do futebol nacional, deixou o universo portista em estado de choque. O Bicho deixou uma marca indelével em todos os adeptos azuis e brancos, personificando a mística dos dragões em capacidade dentro de campo.
No Estádio do Dragão, a moldura humana que deseja prestar homenagem ao antigo defesa-central e ex-diretor de futebol profissional do FC Porto transformou-se numa fila que continua a crescer até à urna de Jorge Costa. Entre adeptos do FC Porto de várias gerações, de outros clubes ou até mesmo estrangeiros, Record vai acompanhando esta emblemática cerimónia, tentando perceber o estado de espírtio de cada adepto e a forma como o Bicho os marcou.
Gustavo, 20 anos
"Nasci dragão e vou morrer dragão. Venho ao Estádio há 18 anos. Não o vi a jogar, porque ele saiu do FC Porto no ano em que eu nasci, 2005, mas foi capitão desde os anos 90 até esse ano. Esteve presente no 'Penta', venceu a Taça UEFA, a Liga dos Campeões e, como tal, esteve em todos os troféus mais importantes do FC Porto. Acho que o que estão a fazer não chega para dignificar o que o Jorge Costa foi na história do FC Porto e do futebol português. É uma tristeza enorme o que aconteceu. Estava a começar a nova época, com os novos reforços... É surreal, vai fazer falta à equipa, pela personalidade muito raçuda que tinha, mas vai dar um empurrãozinho lá de cima com certeza."
Vai fazer falta à equipa, mas vai dar um empurrãozinho lá de cima com certeza
20 anos
Luís, 34 anos
"Posso dizer-lhe que estava a conduzir quando soube da notícia e tive que parar para me recompor. É um bocadinho de história do clube que desaparece. Cresci a ver o Jorge como um verdadeiro líder dentro de campo pelo FC Porto. Aliás, quando começo a ver futebol com olhos de ver, já o Jorge era a minha referência. Não houve nenhum capitão como ele e dificilmente irá haver. Este ano perdemos o presidente dos presidentes e, agora, o capitão dos capitães. Está a ser um ano muito duro. Quando dizemos que queremos jogadores à FC Porto, não há melhor que mostrar uma fotografia do Jorge Costa. É a definição de um jogador à FC Porto."
Adelino, 50 anos
"Marcou-me como um ser humano e como defendia as cores da seleção nacional. Não sou do FC Porto, mas ele defendia muito bem o clube. Olhava-o como um jogador com garra, com amor à camisola e venho cá, porque acredito que há pouquíssimos jogadores como o Jorge Costa no dia de hoje. Na geração dele, havia muitos, hoje já não. Fiquei chocado pela idade dele, não devia ter ido embora, não se esperava, sobretudo pelas circunstâncias. Será muito complicado para o FC Porto arranjar um diretor como ele."
Não sou do FC Porto. Venho cá, porque acredito que há pouquíssimos jogadores e pessoas no dia de hoje como o Jorge Costa
50 anos
Joaquim, 66 anos
"Foi uma figura incontestável no futebol português. No FC Porto esteve ao mais alto nível e acho que qualquer jogador gostaria de ter a capacidade que ele tinha e é um orgulho, obviamente, para todos. Poder fazer-lhe esta homenagem e dar-lhe um último adeus é o mínimo que os adeptos podem fazer. Não devia ter tido esta desgraça, mas é a vida. Eu não contava com isto, tinha muito mais para dar ao clube e ao futebol. Vai ficar na história como um jogador exemplar. É uma pena não poder continuar a usufruir deste momento, que iria ser a recompensa por tudo o que fez. Vencer o campeonato é o mínimo que o FC Porto pode fazer pelo Jorge Costa, porque foi com ele em campo que o clube conseguiu ganhar os maiores troféus da sua história."
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