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23 outubro

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Agente da PSP ainda hoje se sente intimidado pelos Super Dragões: «Sou constantemente ameaçado»

Julgamento da violência antes de um jogo de hóquei em patins frente ao Benfica em 2018

• Foto: Ricardo Jr.

A 4ª sessão do julgamento em que Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, e mais oito elementos da claque do FC Porto são acusados de terem agredido adeptos do Benfica e polícias num jogo de hóquei em patins entre os dois emblemas realizado em 2018 contou com o testemunho de um polícia que desde 2008 fazia parte da equipa de Spotters da PSP e que estava encarregue da equipa escalada para fazer a segurança do evento.

Audiência ficou marcada pelo forte dispositivo policial presente no tribunal do Bolhão, no Porto, principalmente por força da deslocação de Hugo Carneiro, elemento mais conhecido por "Polaco", elemento que está detido em Custoias no âmbito da Operação Pretoriano e que marcou presença na sala do julgamento, onde chegou algemado e escoltado por um corpo de oito polícias de elite. Já Fernando Madureira não esteve na sala, mas assistiu à audiência por vídeo-conferência.

"Não temos os instrumentos para travar a violência, mas somos as pessoas que melhor conhecem os referidos adeptos. Há alguma confiança  e tudo tentamos para endireitar o seu comportamento, pelo que nos sentimos traídos quando estas coisas acontecem", começou por referir o chefe da polícia, esclarecendo que "nesse jogo, ao contrário do habitual, o Fernando Madureira não se disponibilizou a prestar as habituais informações úteis para a logística da segurança": "Os indícios de que estavam a ser preparados actos de violência junto à sede dos Super Dragões eram elevados, seja pela movimentação dos elementos da claque, mas porque estavam vestidos com cores escuras e carapuços para não serem identificados".

O polícia referiu ainda o ambiente de perseguição e intimidação de que tem sido alvo e que entretanto, também por força da pressão inerente a todo o contexto, perdeu uma avultada quantia de dinheiro pela impossibilidade de fazer segurança em eventos desportivos.

"Eles são abusadores e desde esse jogo que sou perseguido. Afectou-me imenso a nível financeiro, uma vez que já nem sequer posso ir ao estádio. Sou constantemente ameaçado. Sofri danos e continuo a ser perseguido", afirmou o polícia.

A sessão desenrolou-se com o chefe das forças de segurança a transmitir como se processaram todos os movimentos dos adeptos portistas antes do jogo, bem como a deslocação dos cerca de 200 adeptos do Benfica até à chegada à estação do Metro do Dragão, local onde aconteceram os actos de violência.

"Os adeptos dos dois clubes nunca chegaram a confrontar-se pelas medidas de segurança implementadas. Os Super Dragões estavam à entrada da estação do Metro, e os elementos do Benfica ficaram na plataforma inferior", referiu o chefe da polícia, para logo de seguida descrever os intensos quatro minutos de violência em que as forças de segurança foram agredidas com "tochas, potes de fumo, pedras e garrafas": "Quando os adeptos do FC Porto se aperceberam que os do Benfica tinham chegado à plataforma do metro houve uma corrida desenfreada e vários polícias foram atingidos. Foi muito grave. Fui atingido com uma pedra, mas vi outros elementos das forças de segurança a serem atingidos, a ficarem feridos e a deitarem muito sangue".

O chefe da polícia também identificou alguns dos arguidos nas fotografias que constam do processo e foi neste período que a sessão acabou por ser interrompida por diversas vezes, não só por força dos comentários dos seis Super Dragões presentes, uma vez que um dos arguidos apresentou justificação para não estar presente, mas também por causa da interacção do chefe da polícia com os advogados de defesa.

"Os arguidos têm de estar em silêncio", repetiu o juiz por mais do que uma vez para a plateia, sendo que também utilizou a sua autoridade quando se dirigiu ao chefe da polícia como aos causídicos: "Meus senhores vamos lá ser objectivos nas perguntas e nas respostas. Estamos de manhã, mas não estamos no programa da manhã".

A próxima sessão do julgamento está agendada para as 14 horas do dia 18 de março onde vão ser visionadas as imagens das câmaras de segurança e onde voltarão a marcar presença todos os arguidos, incluindo Fernando Madureira, ainda que novamente por vídeo-conferência.

Por Record
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