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André Villas-Boas: «A política de contratações é desastrosa, sem rei nem roque»

Candidato pela Lista B assumiu preocupação com o que considera ser "uma estrutura disfuncional"

• Foto: Carlos Gonçalves

André Villas-Boas apresentou Andoni Zubizarreta e Jorge Costa para a estrutura do futebol e, durante a cerimónia, não poupou a atual administração, elencando o que considera estar a ser mal feito e o que pretende ver melhorado caso venha a ser eleito presidente do FC Porto no dia 27 de abril.

"Há factos que são bem ilustrativos, que nos deixam preocupados e que são um fator evidente de uma estrutura disfuncional. A falta de planeamento ao longo dos anos resultou em inúmeras saídas de jogadores profissionais a custo zero; em inúmeras contratações de jogadores na equipa A e na equipa B de valor dúbio e em contra-ponto com as necessidades dos seus treinadores; o uso permanente de determinados clubes e determinados intermediários como entreposto de negociação, significando que o FC Porto, em seis anos e meio de vendas de jogadores e com receitas no valor de 500 milhões de euros com essas vendas, tenha encaixado apenas 10 por cento desse valor, 50 milhões de euros, o que, comparando com os nossos rivais que tiveram encaixes na ordem dos 36% e 46%, ainda mais nos envergonha. A tudo isto, não só acrescem negócios simulados entre clubes com a intenção de forjar mais-valias, como também uma política de contratações desastrosa, sem rei nem roque, e onde a autoridade do clube se dissipou a favor dos interesses de determinados agentes e/ou intermediários", criticou André Villas-Boas, acrescentando que também a formação do FC Porto tem sido afetada com as decisões da atual estrutura do futebol profissional.

"O contágio passou para a formação, onde os nossos juniores não são campeões há mais de cinco anos, os nossos juvenis há 12, e onde temos vindo a ser ultrapassados por clubes de menor dimensão e recursos, não só no campo desportivo como no infraestrutural. Virando o foco para a formação, nas últimas 6 épocas e meia, o FC Porto realizou vendas de jogadores de cerca de 180 milhões de euros. Em média, pagou 24 por cento de custo de comissões e intermediação na venda desses jogadores, o que contrasta com os seus rivais que gastam em média cerca de 10 por cento. Caso o FC Porto tivesse gerado receitas e margem ao nível dos rivais, teria gerado entre cerca de 120 milhões a 180 milhões de euros a mais de resultados, ou seja, poderia ter pago três academias ou centros de alto rendimento nesse período", apontou.

Colocando depois os olhos no futuro, André Villas-Boas explicou o que pretende implementar se for eleito e deu o Barcelona e o Ajax como bons exemplos a seguir. "Hoje, como nunca, temos necessidade de rapidamente centralizar uma metodologia de formação, estabelecer rapidamente uma cultura formativa que nos permita fornecer a equipa principal de talento, de jogadores com um forte sentido de pertença ao clube e talento inegável. Para que isso aconteça, não pode haver medo de os chamar precocemente à equipa principal, orientando o clube para a criação de uma cultura de formação à imagem de outros grandes clubes europeus como o são, entre outros, o Barcelona e o Ajax", considerou, detalhando depois que a estrutura de futebol terá cinco cinco pilares fundamentais ao redor do diretor desportivo Zubizarreta: o diretor do futebol profissional, Jorge Costa, o diretor de scouting, o diretor da formação, o diretor da performance, Pedro Silva, e o diretor do futebol feminino.

"Cada um destes responsáveis irá zelar, respetivamente, pela identificação de novos talentos, pela formação integral dos nossos jovens e pelo rendimento ótimo dos atletas, assegurando que o jogador criado, formado ou que faz parte do FC Porto se distingue pela sua qualidade inequívoca e pela capacidade de trazer mais vitórias para o clube e para a sua sustentabilidade financeira, elevando e valorizando a marca FC Porto e o sentido de pertença. Este modelo organizacional reflete a complexidade do futebol atual, respondendo âs exigências do mesmo, com o conforto de ter as pessoas certas nos lugares certos", explicou o candidato da Lista B, que também não deixou de questionar as mais recentes notícias a envolver o FC Porto e o fair play financeiro da UEFA: "Ainda esta semana tivemos novas notícias sobre incumprimentos. E as perguntas ficaram novamente por responder. Houve ou não incumprimento, há ou não uma coima a caminho, há ou não risco de suspensão da participação nas provas da UEFA?"

Por José Miguel Machado
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