Candidato à presidência diz que os dragões estão numa "situação limite"
André Villas-Boas está na noite desta terça-feira em Cantanhede para apresentar o seu programa eleitoral a sócios e adeptos do FC Porto daquele concelho do distrito de Coimbra. O candidato à presidência dos dragões começou por lembrar que o clube está numa "situação limite" e "refém dos credores".
"O FC Porto é de todos, não é de um proprietário. Parece que o clube tem um dono e a voz dos sócios não conta para nada. Há um novo acordar do dragão, uma nova forma de olhar o dragão. Temos um clube refém dos credores, a situação em que nos encontramos é limite. É um desafio enorme para o futuro do ponto de vista financeiro. A nossa sustentabilidade financeira passa por um modelo de gestão mais rigoroso, por um maior controlo de custos. Estaremos eternamente gratos ao passado. Usarei isso como pressão interna para mim. Seria mais fácil para mim não substituir o presidente mais titulado do mundo", começou por referir André Villas-Boas.
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"O FC Porto não se livra de negociar com todos os agentes. Do que se livra é de cometer barbaridades com comissões e intermediações, particularmente sempre com a mesma peessoa. Venho para o FC Porto envolvido neste espírito de missão. Qualquer pessoa que tenha lesado o FC Porto, serei intransigente com a identificação da mesma. Não se podem cometer atos bárbaros de gestão que privilegiem determinados agentes, ano após ano, jogador após jogador, com contratos exclusivos de venda. Tem tudo a ver com o blindar dos ambientes desportivos. No entanto, não nos livramos de negociar com todos os agentes, todos por igual, mas sem cometer atos bárbaros de gestão."
Aposta na formação
"O FC Porto tem de garantir sustentabilidade financeira na formação. Aí estão as grandes mais-valias em termos de retorno. Jogadores formados no clube de pertença têm mais-valia financeira que entra tudo nas contas. Queremos também retorno desportivo e seremos exigentes para que jovens estejam ao nível do FC Porto. Há uma mudança de paradigma desde a Liga Europa. Nessa altura era permitido a fundos e particulares serem detentores de passes ou investirem. O FC Porto baseava a sua filosofia desportiva muito no scouting. Já não é permitido pela FIFA e neste momento projetos de formação são a sustentabilidade do clube. É preciso formar mais e melhor. Há uma grande diferença. Não se pode ter medo de chamar precocemente os jogadores à equipa principal. Evidentemente, nesse caminho há as decisões que são soberanas dos treinadores. No entanto, há filosofia desportiva do clube que se sobrepõem a essas decisões. Que cultura? O FC Porto formador dos maiores talentos que fornece à equipa A e que são o garante da vertente desportiva. Formar mais, melhor e não ter medo de os chamar precocemente, sendo que, para os sócios, haverá sempre uma dúvida. Há que dar margem para crescer. Um projeto parecido com os do Brugge, Barcelona, Ajax, Athletic Bilbao. Há quase um assumir do risco. Com o Xavi, quantos miúdos de estrearam com 17 anos? Até um de 16 anos. É a cultura de clube, cultura Barça, que chama e não tem medo. Esse é o primeiro ponto. Quanto à proteção contratual destes miúdos, vou chamar a atenção para o que se está a passar. A Superliga Europeia é a Premier League com poder económico singular. No jogo da Youth League com o Mainz, haviam de estar 20 olheiros dos maiores clubes. Talento já não foge a ninguém. Daí que a direção desportiva protege jogadores dos tubarões a curto e médio prazo. É importante protegê-los contratualmente."
Gestão cuidada
"Gestão cuidada é ter um sentido de responsabilidade quando escolho um jogador. Do que se lembra destes jogadores? Bolat, Sami, Moussa Yaya, Alan Bidi, Inácio, Luizão, Kayembe, Mauro Caballero, Víctor García, Quiñones, Omar Govea, Raul Gudiño, Leonardo Ruiz, Gleisson, Tony Djim, Marius? Nada. Escolher um jogador é uma responsabilidade perante os sócios. Tem aqui jogadores qu custaram 3 M€. Ninguém os viu jogar. Samuel Portugal, sabe quanto custou? 4 M€ e ainda falta uma parte do passe. Já o viu jogar? Mais os salários. Sem crítica ao rapaz. Escolher um jogador é uma responsabilidade perante os sócios. Se sei que não dá rendimento, não o escolho. Para isso faço análise aprofundada para ver se tem qualidade. Há processos que correm melhor, outros pior. O FC Porto contratou jogadores que já despachou em janeiro. Foram contratados nesta época e já não estão no FC Porto, estão cedidos. É responsabilidade, porque as quantidades investidas são dispêndio para o FC Porto e uma gestão desportiva não pode ser isto. Tenho de me assegurar que determinado dá X de rendimento ou X de potencial de venda. Não tem vindo a acontecer. O mais alarmante é que em 12 anos, enquanto ganhámos alguns títulos, passivo dobrou. Estamos totalmente reféns dos credores. Não quero que seja cavalo de batalha, mas que entre na cabeça dos sócios. Custo desportivo desse sucesso foi enorme. Causa agora sombra enorme de sustentabilidade financeira. Nós é que vamos estar sob a pressão dos associados relatiavamente à situação financeira do FC Porto. Se contrato um jogador, paguei isto, paguei isto ao intermediário, está tudo à vista de todos. Não sabemos custos relacionados dos financiamentos que andam a fazer. Porquê? Se somos os donos do clube? Se assim fosse, não era recebido por esta massa humana, estaria aqui na fila, com os órgãos sociais e mais ninguém. Toda a gente tem lucidez, olhos abertos e capacidade de pensamento e racional, já ultrapassou esses temas. Escolhe ideias, projetos, candidato, mas esse tema já foi ultrpassado. Para a outra candidatura é tudo traidores. Mas num processo eleitoral há sempre ideias opostas. Parece que são iguais, porque o outro lado dedica-se a copiar o nosso. Vou pôr marca registada no programa. Parece que boa gestão e boa governança entrou ao fim de 41 anos no FC Porto."
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