Antero Henrique privou de perto com Jorge Costa durante largos anos e, por essa razão, não quis ficar de fora das homenagens ao antigo capitão do FC Porto. Em entrevista à SportTV, o ex-dirigente dos dragões recordou um "homem bom", que sempre fez tudo para defender os interesses do clube, mesmo quando já depois de ter saído. 

Recordação de Jorge Costa: "O Jorge Costa era um homem bom, é importante que se diga e que fique ampliado, porque essa era a sua dimensão mais importante. Em relação ao ser capitão, em relação à tarefa e responsabilidade de ser capitão, o Jorge era o maior defensor do grupo e do balneário. Esta justiça na defesa do balneário, a nós, dirigentes, e às equipas técnicas, dava-nos grande confiança e facilidade em lidar com esse corpo chamado balneário. O Jorge, tendo essa sensibilidade, sensatez, inteligência e o sentido de responsabilidade, tornou a tarefa de todos muito mais facilitada. Umas vezes mais divertido, outras mais rigoroso, outras vezes mais exigente, outras mais benevolente. Era um pêndulo que funcionava estupendamente ao nível da sua grande responsabilidade, de ser capitão do FC Porto. Quando penso no Jorge, penso no capitão."

Saída para apostar na carreira de treinador: "O FC Porto sempre teve perspetiva aberta em relação a talentos treinadores. E todos os que pediram para sair enquanto treinadores da formação, demos sempre oportunidades de o fazerem porque achávamos que outro tipo de experiência valorizariam a sua condição natural para serem treinadores. Apoiámos muito a sua decisão de ser treinador. Recordo-me que, aquando da sua ida para o Olhanense, estabelecemos ligação ainda mais forte. O Ukra fez parte do lote de jogadores que o FC Porto emprestou. Foi uma época de sucesso para eles e para o Jorge. O Jorge amou estar em Olhão. As gentes de Olhão ainda hoje têm grande afeto ao Jorge. Mas dizia, dávamos a possibilidade e a liberdade no sentido de enriquecerem com outro tipo de experiências. Obviamente, todos sabíamos que o Jorge regressaria ao FC Porto e decidiria quando regressaria. Era um ativo quase ímpar ao nível da história, da capacidade, de pluralidade de funções. Seria sempre do FC Porto e estou convencido que agora continuaria por muitos anos. Quando voltou ao FC Porto, fiquei satisfeito e feliz, porque tinha a certeza de que estaria preparado para a função. Iria melhorar muito, mas já era uma pessoa preparada para esta função. Era uma pessoa inteligente, sensível, conhecedora, bondosa. O Jorge, como bom ouvinte que era, ia crescer muito nesta sua nova função."

Importância de Jorge Costa: "Quando tinha alguma dificuldade com algum contrato mais difícil de prolongar ou algum jogador mais jogadores mais difícil de convencer, recorri a ele muitas vezes. Com 100% de sucesso. Não me recordo de alguma vez termos sido parceiros nas tarefas de defender os interesses do FC Porto em que não tivéssemos sucesso. Este trabalho, não estando ligado ao FC Porto, foi muito importante. Não perdemos muitos jogadores a custo zero muito por interferência do Jorge. Fez o melhor sem qualquer de interesse que não fosse o de defender o seu clube."