Após um jogo enfadonho e que chegou a ser irritante, o Troféu Cidade de Vigo ficou em casa na "lotaria" das grandes penalidades. O FC Porto não foi uma equipa "ausente", mas também não disfarçou a crise de confiança e só fez um remate à baliza do Celta. Teve o mérito de aguentar o nulo em inferioridade numérica (expulsão de Ovchinnikov) desde os 16 minutos. E os sócios aplaudiram. No pequeno salto até Vigo, deu para recuperar alguma coisa...
Vigo – Impunha-se uma resposta da equipa, depois de imenso "alarido" que se seguiu à derrota de Belém. No pequeno salto até Vigo, o FC Porto não foi a mesma equipa "ausente", tal e qual lhe chamou o treinador, mas a verdade é que não conseguiu disfarçar a crise de confiança que lhe tira o fulgor e dinamismo de tempos não muito distantes.
Durante toda a primeira parte, a equipa voltou a denotar sinais de grande ansiedade. Até parecia que nenhum jogador queria a bola. E sempre a "queimar", o passe saiu inúmeras vezes para os pés do adversário. Perante um Celta de Vigo mais "mandão", mas igualmente longe da equipa que "assustou" a Europa na época passada, os dragões nunca lograram ser um adversário, pelo menos, incómodo.
Um remate em todo o jogo quase explica tudo, mas a verdade é que se aquela bola traiçoeira de Clayton (tal e qual frente ao Sporting) não é defendida por Cavallero (57 minutos), o FC Porto podia ter "roubado" o Troféu Cidade de Vigo e recebido ainda mais aplausos dos seus sócios, estes determinados em "apagar" as convulsões dos últimos dias e até a aplaudir de pé a entrada dos responsáveis da SAD, que ontem "carimbaram" o histórico protocolo com o vizinho galego.
Por ironia do destino, o sinal mais positivo da noite começa na expulsão de Ovchinnikov, obrigado a derrubar Jesuli para evitar o golo logo aos 16 minutos, em lance que teve origem numa falta sobre Chainho. Fernando Santos fez sair o jovem brasileiro Paulo Assunção, ontem com oportunidade a titular, para a entrada obrigatória de Rui Correia. E o guarda-redes foi oferecendo aos seus companheiros a confiança necessária para a equipa "aguentar" o nulo até ao final, defendendo remates de Vagner, Catanha e Tomás, este na segunda parte quando os galegos já gritavam golo.
PROTOCOLO IGNORADO
E não houve nenhum golo para ajudar à festa, depois de uma segunda parte de maior garra dos dragões, obrigados a uma missão de sacrifício pela inerente consciência de que só podiam ter armas para evitar a derrota. Abnegados, os portistas foram evitando com alguma naturalidade a ofensiva desmedida do Celta, mas o jogo prosseguiu bastante enfadonho e chegou até a ser irritante, devido às constantes paragens e falta de "pulso" de um árbitro galego a ouvir das boas dos seus compatriotas. Os jogadores também não contribuíram e entraram no jogo das faltas e dos empurrões. O protocolo esteve por um fio de ser quebrado, mas a partida lá seguiu até ao fim com outras demoras e pouco futebol. Muito pouco de futebol.
Houve ainda tempo para uma cena caricata protagonizada por Rubens Júnior. Assistido em campo, o brasileiro acabou por sair em maca e não viu que entretanto havia sido substituído por Luís Cláudio, entrando novamente perante a estupefacção geral. Ainda viu o cartão vermelho directo e só acreditou na verdade quando chegou perto do banco portista.
Enfim, a "coisa" durou uns bons cinco minutos e o jogo, finalmente, acabou segundos depois, com todos os convocados do FC Porto a terem direito a jogar, em gestão confiante de Fernando Santos que não deu para ter sorte na "lotaria" das grandes penalidades. Paulinho Santos e Ricardo Silva, dois dos titulares que descansaram quarta-feira, falharam a oportunidade e a taça que "abriu" o protocolo ficou em casa.
Sem motivos para festejar, porque a retoma psicológica ainda não está garantida, o FC Porto recuperou alguma coisa em Vigo, perante uma equipa com as mesmas "baixas" (nove internacionais e dois lesionados), mas tem agora mais dez dias para responder a preceito ao "julgamento" da sua massa associativa no regresso da I Liga, frente ao P. Ferreira.
ANTÓNIO MENDES, MIGUEL VIEIRA, RUI SOUSA e LUÍS VIEIRA, enviados especiais
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