O Arouca vai ao Estádio do Dragão a saber que, do outro lado, há uma cara “estranha”. Luís Castro foi escolhido como treinador interino e vai assumir a responsabilidade de tomar conta de um plantel que viu Paulo Fonseca partir. É apenas a quarta vez na era Pinto da Costa que há uma mudança no comando técnico a meio da época, sendo que os dragões só numa ocasião não reagiram a ganhar: quando foi um treinador interino a assumir as rédeas…

Quinito, Tomislav Ivic, Octávio Machado e Victor Fernández. Eis os quatro técnicos que sofreram a chicotada psicológica com a temporada a decorrer, desde 1982, ano em que Pinto da Costa se tornou presidente dos azuis e brancos. Dois outros treinadores - Luigi Del Neri e Co Adriaanse – viram a porta de saída, mas ficaram-se pela pré-temporada, sem terem feito qualquer encontro oficial nas respetivas épocas.

O primeiro a entrar para a estatística foi Quinito, em 1988/89. Foi preciso uma goleada sofrida no terreno do PSV (0-5), em jogo da 2.ª eliminatória da Taça dos Campeões, para o comando técnico mudar de mãos. Alfredo Murça assumiu a responsabilidade de ser treinador interino, tal e qual Luís Castro, e não conseguiu ser bem-sucedido na estreia. Os dragões foram a Fafe, na 11.ª jornada do campeonato, e o jogo acabou como começou: com tudo a zero. Quanto a Alfredo Murça, deu o lugar a Artur Jorge dois jogos depois.

Foi a única ocasião em que Pinto da Costa confiou num técnico interino, bem como a única vez em que o FC Porto não venceu na ressaca de um despedimento. Que o diga Bobby Robson, o eleito para substituir Tomislav Ivic no banco de suplentes dos azuis e brancos em 1993/94. O croata até tinha visto os seus pupilos derrotarem o Beira-Mar (2-0), na 17.ª jornada da liga, mas foi demitido e viu Robson chegar, ver e vencer. Nos oitavos-de-final da Taça de Portugal, o Salgueiros ficou pelo caminho (2-0).

Mourinho é bom exemplo

Outro caso de sucesso é o de José Mourinho, que conseguiu unir o plantel depois de os dragões tropeçarem na 19.ª ronda da liga diante do Boavista (0-2), sob a batuta de Octávio Machado. Mou chegou ao Dragão e resolveu o difícil desafio imposto pelo Marítimo, com um golo de Hélder Postiga e um auto-golo de Briguel (2-1). Mas pegou no FC Porto em 3.º e em 3.º ficou no final da época.

A fechar a lista, José Couceiro foi o último a ter de assumir as rédeas a meio da temporada. Corria a temporada de 2004/05 quando Victor Fernández foi posto fora do comando técnico dos azuis e brancos após 19 jornadas. A derrota com o Sp. Braga (1-2) foi a gota de água, mas a visita ao terreno do Estoril liderada por Couceiro terminou com os três pontos conquistados (2-1).

JOGOS APÓS CHICOTADAS PSICOLÓGICAS