Técnico Paulo Fonseca diz que vai prosseguir o seu plano...
O 4x3x3 continua no quadro tático do FC Porto, resistindo praticamente a todos os treinadores que têm passado pelo clube nas últimas duas décadas. Paulo Fonseca não mexeu na distribuição por sectores, mas promoveu uma alteração no meio-campo que muita tinta tem feito correr.
Deixou de ter o trinco histórico que um dia foi promovido por José Maria Pedroto e substituiu-o por uma dupla de médios-defensivos. Fonseca já se mostrou incomodado pelas questões colocadas sobre o tema e poderá não se livrar delas caso os resultados e as exibições não sejam convincentes.
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Record ouviu três figuras que passaram por equipas técnicas do FC Porto e percebeu que a mexida levada a cabo no início desta época tem uma razão: João Moutinho. A partida do médio para o Monaco deixou a equipa órfã do seu patrão, o homem que ligava os sectores, muito embora haja quem entenda que isso não era motivo para mexer num modelo de sucesso.
“Quem entrou para o lugar de Moutinho deveria fazer a mesma função, não era necessário mexer no modelo do meio-campo. Já toda a gente percebeu que o Fernando não rende o seu habitual e o Lucho, apesar de jogar bem em todo o lado, está numa posição muito adiantada. Perdeu-se o controlo do meio-campo”, constatou Rodolfo Reis, antigo trinco dos dragões e ex-adjunto de Fernando Santos.
Já Octávio Machado não tem qualquer dúvida sobre a influência que Moutinho tinha na equipa:“Os sistemas têm a ver com as características dos jogadores. Aprendi isso com José Maria Pedroto. São os treinadores que têm de se adaptar aos jogadores e não o contrário. Sem o Moutinho é evidente que nada poderia ser como dantes. Era preciso alterar alguma coisa. Eu, por exemplo, no meu tempo no FC Porto, tinha de jogar com dois médios-defensivos, porque os extremos praticamente só atacavam. Era preciso compensá-los no meio-campo”, explicou o antigo técnico portista.
Rui Quinta, ex-adjunto de Vítor Pereira, lembrou que Moutinho “conhecia bem o jogo e marcava os ritmos”. Sobre a opção levada a cabo pelo atual técnico ficou uma certeza: “O Paulo Fonseca tem as suas convicções e deve lutar por elas, caso contrário, quando surgissem as adversidades não tinha respostas. As características dos jogadores são decisivas e ele sabe o que está a fazer.”
AS TRÊS RAÍZES DO SISTEMA
Ponta-de-lança
A aposta num homem forte na área começou ainda no tempo de Fernando Gomes, na década de 80. Fez-se um interregno quando a dupla Domingos/ Kostadinov fazia as delícias dos portistas, mas voltou com Mário Jardel. Daí para cá, os sucessivos treinadores foram dando liberdade de ação a McCarthy, Falcão e Jackson Martínez, entre outros. Só em situações pontuais foram lançados dois pontas-de-lança em simultâneo.
Trinco
Rodolfo Reis foi o primeiro grande trinco da era moderna no FC Porto. Arrumava a casa com eficácia e teve em André um bom seguidor. A tradição foi-se alargando até Paulinho Santos, passou por Costinha e Paulo Assunção até chegar a Fernando. O brasileiro assumiu a função com uma qualidade inegável, provando que não era necessário ninguém por perto. Face à chegada de Paulo Fonseca ainda procura o melhor entendimento com Defour nas tarefas defensivas.
Extremos
Paulo Futre e Jaime Magalhães serviram de inspiração aos extremos dos tempos mais recentes e o FC Porto habituou-se a ter um serviço de luxo a partir das alas. Drulovic, Capucho, Quaresma e Hulk foram alguns dos argumentos que os técnicos foram apresentando para jogar com dois homens no apoio ao ponta-de-lança, ainda que alguns deles explorassem espaços interiores para desequilibrar, como era o caso de James Rodríguez.
Fonseca transportou fórmula do P. Ferreira
• Quando Paulo Fonseca assumiu a equipa já Moutinho estava no Monaco, daí que nunca o tenha equacionado no seu plano de jogo. Tendo levado o P. Ferreira ao playoff da Champions com uma estratégia que contemplava um meio-campo com uma dupla de médios-defensivos e um 10 assumido, Fonseca não teve dúvidas em transportar esse modelo para o Dragão. A questão é que Fernando tem sentido grandes dificuldades em adaptar-se e Defour ainda procura convencer no lugar de Moutinho.
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