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13 setembro

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Espanyol-FC Porto, 0-2: Um Porto muito maduro dissolveu Espanyol

Drulovic e Pena marcaram na segunda parte e o FC Porto conseguiu a sua segunda vitória nos doze jogos que já fez em Espanha em competições europeias. Uma vitória que o coloca quase seguramente na Europa de Março, sempre o objectivo mínimo para as grandes equipas

Espanyol-FC Porto, 0-2: Um Porto muito maduro dissolveu Espanyol
Espanyol-FC Porto, 0-2: Um Porto muito maduro dissolveu Espanyol

COM dois golos nascidos de uma eficácia que não acontece todos os dias, o FC Porto saiu quinta-feira de Montjuic, após a primeira mão da terceira eliminatória da Taça UEFA, com uma vitória que lhe abre todas as perspectivas de deixar para trás o Espanyol e continuar na Taça UEFA ainda no mês de Março.

Num jogo em que teve sempre como primeira preocupação não ser surpreendido pelo contra-ataque adversário, o FC Porto acabou por deixar Barcelona com uma vitória por 2-0, a sua segunda vitória, apenas, em doze jogos realizados em terras espanholas para as competições europeias.

Controlou o jogo, teve a sorte de fazer um golo logo após o intervalo e num lance fortuito, mas que Drulovic aproveitou com classe. Depois, teve a arte de manter o adversário quase inanimado e ainda dar-lhe a estocada final pelo inevitável Pena.

A partida anunciava-se táctica e Fernando Santos disse logo ao que vinha com o onze que escolheu: optou por Nélson a lateral-direito com Cândido Costa à sua frente (Capucho voltou ao banco) e também Chainho no lugar de Alenitchev, construindo assim a sua equipa mais compacta e mais rigorosa defensivamente, que lhe deu os melhores resultados longe das Antas.

Só que em Montjuic Pena jogou demasiado tempo sozinho na frente, o que tornava a equipa curta, com os jogadores muito juntos para não correr riscos de ser surpreendido.

O Espanyol é uma formação que baseia o seu jogo também numa forte estrutura defensiva e num 4-2-3-1 que também está longe de ser de grande risco e, por isso, formou-se um jogo de pares que deu uma meia hora inicial de um jogo quase parado.

Era xadrez, mas as peças só se moviam defensivamente. O importante, de um lado e de outro, era não perder a posição e não perder de vista o homem que se devia marcar. Não eram marcações homem-a-homem, mas à zona em que não era permitido mudar de posição, ainda que Jorge Costa aparecesse mais sobre o perigoso Tamudo, Paredes sobre Posse ou, do outro lado, Soldevilla sobre Pena.

Com todas estas cautelas, não se estranhou nada que se chegasse ao intervalo com dois remates para cada lado e apenas uma oportunidade de golo, quando Posse aproveitou um falhanço de Paredes para, numa bela rotação, deixar Jorge Costa atrás e rematar à saída de Ovchinnikov, só que o capitão tinha recuperado e, sobre a linha, tirou a bola de cabeça resolvendo uma questão difícil.

De resto, remates houve um de Pena, que atirou de fora da área com força mas ao lado (19 m) - e podia ter feito melhor, porque foi uma das raras ocasiões em que teve espaço -, e outro de Arteaga, muito parecido, aos 36 m.

De resto, mais emoção só houve numa ou noutra queda na área do FC Porto em que o árbitro mandou jogar (numa delas até mostrou o cartão amarelo a Tamudo, porque este pediu “penalty” num lance completamente limpo com Nélson e Aloísio). Já podem ter ficado algumas dúvidas numa situação em que Posse, um argentino baixinho e rápido, entrou na área e Paredes lhe deu um encosto um pouco fora de tempo que o árbitro entendeu venial, até talvez com razão.

Drulovic define o jogo

Ao intervalo, Fernando Santos tirou Cândido Costa e colocou Capucho e a verdade é que as coisas correram muito bem ao FC Porto logo dois minutos depois do intervalo. Num jogo de soma zero até ali, absolutamente nulo, um alívio de Capucho sobre a linha de meio-campo apanhou Drulovic mais atento que o seu marcador (Cristobal).

O sérvio ganhou a posição e a bola, Mora saiu da baliza em catástrofe e, de ângulo nada fácil, Drulovic colocou a bola nas redes. Na primeira oportunidade o FC Porto fazia um golo que, num jogo destes, tinha grandes possibilidades de ser decisivo. Como foi.

O Espanyol, obrigado a desfazer o seu jogo tímido, nunca foi capaz de colocar realmente em dificuldades a defesa adversária até ao fim do encontro e mesmo assim desorganizava-se de tal modo que ia dando muito mais espaço aos jogadores de Fernando Santos.

E foi assim que Pena conseguiu o segundo golo, depois de uma jogada de Deco, correndo a linha da área por fora, pescando o nº 31 no limite de fora-de-jogo. Pena dominou a bola a dois tempos e chutou de pé esquerdo, não com muita força mas com uma colocação perfeita que tornou infrutífera a estirada de Mora (71 m).

Paco Flores, o conservador técnico do Espanyol, já tinha tentado dar alguma vida ao seu ataque retirando o discreto Navas e colocando Toni Velamazán e depois trocando o defesa Soldevilla pelo avançado Serrano.

Mas as coisas não melhoraram, porque a estrutura defensiva portista foi sempre fantástica, com um Aloísio atento, um Jorge Costa a dominar os lances de corpo a corpo e um Esquerdinha que fez do corredor esquerdo propriedade privada. E Nélson também não teve demasiados problemas, enquanto Paredes se firma cada vez mais como um farol intenso.

Com o Espanyol nas cordas, que só em lances muito esporádicos conseguia criar algum perigo, o FC Porto esteve mesmo à beira do 3-0, que significaria uma eficácia de praticamente cem por cento: foi aos 89 m, quando Drulovic avançou pela esquerda e, na área, desferiu um tiro cruzado que Mora conseguiu desviar contra o seu poste esquerdo, para depois a bola lhe ir ter às mãos com alguma felicidade.

O FC Porto mostrou no Estádio Olímpico de Montjuic o seu lado de equipa madura, capaz de abordar estes jogos em que há pouco a ganhar e muito a perder da forma mais correcta. E, depois, se teve a sorte do jogo pelo seu lado, isso aconteceu porque a categoria individual dos seus jogadores é inquestionavelmente superior às dos seus adversários.

Nas Antas, dentro de quinze dias, não se tratará apenas de despachar um trâmite burocrático, porque as equipas espanholas mandam nas competições europeias e não é por acaso. Mas trata-se apenas de arrumar bem os papéis e colocá-los nas pastas certas.

MANUEL QUEIROZ, VÍTOR PINTO e LUÍS VIEIRA, enviados especiais

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