O empate causou estrondo e pode deixar marcas “a posteriori”.
Por isso, tomem nota: há dez anos que o Estoril não jogava onde ontem jogou, há 27 que não lhe marcava um golo e há 28 que não empatava. Fez história! Provavelmente voltará acontecer daqui a uma década, mas parece mais o sinal dos tempos e de técnicos novos inspirados no sucesso recente de outros colegas. As equipas já não se contentam com um empate ou perder por poucos em casa do campeão europeu.
Não se perdeu o respeito, ganhou-se auto-estima e capacidade para mostrar o potencial que os velhos hábitos escondiam.
Personalidade
Os canarinhos começaram por avisar que jogariam para retardar o golo contrário, mas pregaram-lhe um partida e marcaram primeiro. E não foi um lance fortuito. O jogo estava equilibrado, apesar de uma indesmentível tendência mais ofensiva dos caseiros, embora sem criar oportunidades de golo. Nada que causasse temor no Estoril. Pelo contrário. A personalidade com que se apresentou e começou por discutir o jogo é digna de servir de exemplo e o lance mais fiel reporta-se ao golo de N’Doye. O senegalês, que pressionou sempre bastante à frente, ganhou uma bola, entrou na área e não se assustou com Vítor Baía. Esperou que saísse dos postes e atirou-lhe colocado para o fundo. Impressionante a frieza, fascinante marcar num cenário de campeões. A esta desenvoltura mental [a equipa ainda tentou nos primeiros 15 minutos sair do meio-campo, mas depois tornou-se impossível e decidiu defender o ponto], adicione-se-lhe a disponibilidade táctica para pressionar sempre que possível longe da sua linha defensiva e a qualidade de alguns intérpretes. Pinheiro, que não é só de ontem que sabe marcar livres, bateu inapelavelmente Baía e o guarda-redes Jorge foi fantástico.
Retardou o empate e evitou com um conjunto de defesas de qualidade insuspeita para coroar uma noite sublime em que o azul ficou amarelo e cara de doente.
Não, não é esquecimento. É verdade, o FC Porto também jogou. Pouco, pois claro. Mas teve momentos interessantes, embora não fosse fogoso e esplendoroso como o do passado recente. Mas essa tecla vai tocar sempre e Víctor Fernández vai ouvi-la muitas vezes desafinada.
A táctica...
O 4x4x2 exibido para vencer um recém-regressado à SuperLiga não resultou, arrancou assobios e promete leituras futuras porque a saída dos craques para o estrangeiro, a falta de entrosamento, a lesão de Derlei, etc, não vão servir de desculpa por muito mais tempo.
Comecemos por trás: salvaram-se os laterais, pois Pedro Emanuel chegou a desentender-se com Vítor Baía e Pepe começa a mostrar a dureza que no ano passado o colocou ao lado de Flávio Meireles (V. Guimarães) como os mais indisciplinados (17); no meio-campo, Costinha parecia plácido em demasia, Maniche não explodiu e é a quem compete carrilar a matéria ofensiva, Hugo Leal começou por pressionar mas rapidamente passou a ser um estorvo e, vá lá, chegámos a Carlos Alberto. Foi o único capaz de, por momentos, acordar a equipa com as suas invenções. A verdade é que por vezes “desaparece” e o técnico desespera a chamá-lo para missões tácticas que não agradam ao brasileiro.
Por fim, o ataque. Hélder Postiga começou por estar desenquadrado e Luís Fabiano mostrou que tem argumentos para ser o escolhido. Ainda não foi fabuloso, mas mostrou nervo ao entregar-se por completo ao jogo, “pinta” a parar de peito para Maniche em plena grande área e faro pela baliza, pois também construiu o golo que marcou a passe de Carlos Alberto.
Aletrada
A perder , o intervalo deve ter sido lindo. Mas a equipa surgiu diferente. A começar na táctica, que passou para 4x2x4, face à saída de Hugo Leal e à entrada de Quaresma para esquerda.
Maniche juntou-se a Costinha, Carlos Alberto passou para a direita e na área Fabiano e Postiga. Embora instalados no meio-campo contrário, não chegava para ultrapassar um oponente que se recusou até ao limite a jogar mal e a atirar a bola para o quintal. Fernández lançou então tudo o que tinha para marcar golos: Derlei e McCarthy. Todos queriam a bola, mas só havia uma. Deu para empatar, mesmo com 15 remates contra 1. O resto é ver para crer. Mas há jogadores que estão diferentes.
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