João Pinto, Rui Barros, José Semedo e Fernando Bandeirinha estiveram no museu do clube
João Pinto, Rui Barros, José Semedo e Fernando Bandeirinha estiveram na tarde desta segunda-feira no Museu FC Porto para recordarem as suas experiências na conquista do pentacampeonato 1994/99, o único na história dos dragões e do futebol português.
No ano em que se assinala o 25.º aniversário dessa grande conquista, os quatro antigos jogadores do FC Porto recordaram alguns momentos especiais. João Pinto lembrou Rui Filipe, ele que marcou o primeiro golo nessa histórica caminhada e que faleceu uma semana depois, e Fernando Bandeirinha não escondeu a emoção quando evocou a memória de Bobby Robson.
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A exposição temporária no Museu FC Porto vai estar disponível até ao próximo dia 31 de outubro e até lá os interessados poderão constatar que entre os heróis que participaram nesse percurso destacaram-se os nomes de Aloísio Alves, com 149 jogos, e Mário Jardel, com 92 golos. Nas 170 jornadas que os portistas realizaram em cinco campeonatos, venceram 130. Assinalável.
JOÃO PINTO
"Fiz parte dos três primeiros campeonatos do penta, faço parte desta bela história que consta do palmarés do FC Porto. Foram anos extremamente difíceis, devido ao valor dos adversários, mas ganhámos esses títulos com uma superioridade em relação aos nossos adversários de uma forma como só nós, os jogadores que passámos pelo FC Porto, sabemos, das dificuldades que tínhamos e da responsabilidade de representar este grande clube. É uma satisfação, porque o FC Porto continua a ser o único clube a conquistar um pentacampeonato em Portugal. Nas três épocas em que participei nessa conquista, lembramo-nos sempre do Rui Filipe, tivemos a perda de um jogador que era também uma excelente pessoa. Ele marcou o primeiro golo na nossa vitória frente ao Sp. Braga, na 1.ª jornada do campeonato, na quarta-feira seguinte, para a Supertaça, fomos ao Estádio da Luz e ele marcou um golo, mas foi expulso e não pôde jogar no fim-de-semana seguinte, em Aveiro, frente ao Beira-Mar. Foi então que aconteceu a tragédia que nos entristeceu bastante. As nossas forças duplicaram para esse jogo e conseguimos uma vitória dedicada a ele. Foi também um campeonato dedicado a ele. Pela minha forma de ser, não tive momentos especiais nesse trajeto. Encarava todos os jogos da mesma forma. Costumo dizer que se o meu filho fosse meu adversário e jogasse numa posição que eu tivesse de marcar, eu dava-lhe nas pernas para poder ganhar. Era a mentalidade que tínhamos nessa altura, os treinos quase sempre eram mais agressivos do que os jogos. Foi assim que o FC Porto conseguiu ganhar, com a mística que ultrapassava os outros clubes"
RUI BARROS
"Depois de conquistamos o tricampeonato, todos pensamos que poderíamos chegar mais além, então o quarto e o quinto foram fantásticos, uma marca que continua a ser histórica, todos os que contribuíram para essa proeza estão de parabéns. Naquela altura, nos estágios, ficava no mesmo quarto que o João Pinto, e às 8 da manhã ele puxava os lençóis para eu não dormir, por isso a minha carreira acabou cedo por causa dele, senão tinha durado muito mais tempo… Aquela conquista foi algo de extraordinário, lembro-me que jogámos fora e depois quando chegámos ao Porto tínhamos muita gente à espera, carros, motas, gente a correr ao lado do autocarro, foi algo fora do normal, nunca imaginámos que tanta gente gostasse do FC Porto. Foi o concretizar de um sonho, foi algo de espetacular para mostrar aos meus filhos e aos meus netos. Depois de muitos anos é que valorizamos esses momentos, vamos buscar essas recordações lindas, naquele momento foi algo fantástico."
JOSÉ SEMEDO
"Participei em dois anos do penta e foram anos difíceis, com muitas lesões que me cortaram a possibilidade de jogar mais vezes, como eu queria, é um misto de emoções. De infelicidade e ao mesmo tempo de felicidade, porque demos início a uma campanha vitoriosa, que culminou no pentacampeonato. Isso deixou-me muito satisfeito, não obstante ter jogado pouco, de ter participado pouco, mas a vida de um jogador é feita desses percalços. Deixou-me muito feliz a capacidade da equipa, não deixou dúvidas a ninguém da sua mais-valia, uma equipa de ataque, feita para fazer muitos golos e assim o conseguiu. Dessa forma, as minhas lesões ficaram um bocadinho diluídas com essa satisfação plena de termos vencido esses dois primeiros campeonatos e termos dado condições aos jogadores e equipas técnicas que vieram a seguir para continuarem essa senda vitoriosa. Nesta casa é apanágio jogar-se sempre para vencer os jogos, os campeonatos, títulos nacionais e internacionais, daí que uma conquista como o penta nos tenha passado pela ideia. Quando o míster Bobby Robson veio para o clube percebemos que estava ali uma lufada de ar fresco, era um futebol ofensivo, vistoso, criava uma empatia com os sócios e isso passava para o balneário. Com os jogadores daquela altura e com a mística que existia tudo era possível."
FERNANDO BANDEIRINHA
"O meu papel não foi tão ativo como desejamos sempre, mas acabei por dar o meu contributo à equipa, ajudei nos momentos em que fui chamado, não joguei tanto quanto queria, muito devido à presença do João Pinto, já que ocupávamos a mesma posição, mas acabei por jogar noutras posições, no meio-campo, na esquerda, mas sempre a procurar dar o meu melhor para a equipa ganhar os jogos. Em todas as equipas existem os jogadores mais versáteis, que jogam em várias posições, que dão alternativas aos treinadores, e eu fui um pouco assim. É útil termos jogadores que nos podem dar alternativas e foi esse o caso, fui tentando ajudar a equipa, nos treinos e nos jogos, como se fosse titular, sempre foi a minha forma de estar no futebol, com empenho, dedicação, foi assim que começámos esse percurso. Ganhámos jogo a jogo e chegámos ao final de cada campeonato na frente. Depois, não há nada melhor do que festejar títulos. Aproveito o momento para falar de Bobby Robson, uma pessoa de quem muito me orgulho, uma pessoa fantástica, que me ajudou muito, acho que merece ser aqui recordada e elogiada por tudo aquilo que me deu. No segundo ano não tive uma época tão boa como a primeira, a primeira época foi excecional, na segunda fiz apenas um jogo para ser campeão e entendi o porquê da minha permanência no clube, porque ele exigiu. É sempre bom estarmos ligados aos momentos bons do clube."
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