Uma nova mentalidade para o futebol português. É esse o verdadeiro sonho de Joana Pinto da Costa, a nova árbitra que trouxe o tema da arbitragem feminina para a ordem do dia. Por ser filha do presidente do FC Porto, conhece o meio de que fala quando afirma que "o futebol é um poderoso expoente do espírito machista vigente na nossa sociedade".
Com apenas 15 anos, mostra-se uma convicta defensora do "girl power", valendo-se da sua força de vontade para levar até ao fim o curso de arbitragem que tinha iniciado. A mãe, Filomena, que se encontra separada de Pinto da Costa, conta que o pai já havia augurado uma carreira de árbitra para a filha, ainda esta não tinha nascido sequer. A ideia ficou no ar, ganhando consistência somente quando a Joaninha, como é tratada nos círculos mais íntimos, se lembrou de abraçar esse desafio. "Tentei jogar futebol, mas não tinha jeito", explica, passando a procurar outra forma de estar ligada ao futebol: "Disse ao meu pai, um pouco na brincadeira, que gostaria de ser árbitra. Ele achou a ideia excelente e disse-me logo que iria falar com algumas pessoas, no sentido de saber pormenores. Encorajou-me e comecei de imediato."
O curso não lhe levantou grandes problemas, recebendo as insígnias na passada quarta-feira, na Associação de Futebol do Porto. Presente esteve Pinto de Sousa, presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, que ofereceu a Joana Pinto da Costa o seu primeiro equipamento de árbitra. Curiosamente, também o seu padrinho de baptismo, António Henriques, exerce funções no CA federativo. Apesar disso, não é certo que Joana venha a enveredar por uma carreira na arbitragem. A época de exames vai receber toda a atenção, numa primeira fase, e depois pensará sobre o futuro. Nem quer ouvir falar de, um dia, dirigir um jogo no Estádio das Antas. Preocupa-a mais o facto de sentir que "os jogadores não ajudam os árbitros. A maioria deles nem conhece as regras do futebol. Se me mandarem lavar a louça? Não terei nada a dizer. As pessoas deviam era olhar-se ao espelho. Ser insultada não me assusta. Não existe tolerância em relação aos árbitros. Mas, hoje em dia, a verdade é que acabo, às vezes, por ouvir insultos por ser filha de quem sou. Terei de ser capaz de lidar com isso. Lamentável é que ainda existam tantas faltas de educação".
Mostrando-se defensora do sorteio, porque considera a nomeação "mais injusta", garante não ter receio se tiver de impor as leis a jogadores masculinos: "Entrarei em campo para dirigir um jogo e aplicar as regras. Não importa se são homens ou mulheres. O que conta é o seu comportamento em campo. A partir daí, apenas terei de fazer prevalecer as leis. Depois ganhará o melhor..."
Pinto da Costa: «Terá sempre o meu apoio»
Pinto da Costa acompanhou de perto a decisão de Joana em tirar o curso de árbitra, a qual mereceu igualmente a aprovação da mãe. Presente na imposição das insígnias, na passada quarta-feira, o presidente portista garantiu que não influenciará a sua filha sobre seguir, ou não, a carreira de árbitra. "Só ela poderá decidir", salientou, precisando o seu raciocínio: "O importante, e foi o que lhe ensinei e continuo a ensinar, é que as pessoas façam só aquilo de que gostam. E que, fazendo, o façam bem."
De resto, confessou-se "um pai orgulhoso", mas não pelo facto de a filha ter feito um curso de arbitragem. "Fico satisfeito sempre que ela consegue atingir os objectivos a que se propôs. Foi ela que se propôs fazer isto, e conseguiu. Não é uma preocupação minha que ela seja árbitra. No que ela quiser, tem sempre o apoio do pai", prometeu.
A sua Joaninha agradece, apesar de não ficar nada contente quando a consideram "menina do papá": "Muitas pessoas preferem colocar-me logo a etiqueta de menina rica e mimada, mesmo sem me conhecerem. Tenho muito orgulho no meu nome, mas acho que nunca estive tanto tempo como gostaria com o meu pai."
Filomena Pinto da Costa: «Tem um carácter forte»
Para Filomena Pinto da Costa, tomar conta da jovem Joana não é muito difícil. A filha cumpre com as obrigações e o relacionamento é excepcional. Também a nível escolar obtém bons resultados, frequentando o 10º ano no Colégio Internacional do Porto. "Como é inteligente, não precisa de estudar muito. Mas tem um carácter forte. E é muito responsável", garante a voz da mãe.
Após a separação dos progenitores, Joana passou a ir menos ao futebol. É a própria que faz uma descrição interessante do seu dia-a-dia, e do que são os seus "hobbies" e aspirações, comprovando que a sua vida é muito mais rica do que ser filha do presidente do FC Porto. "Vou para a escola todos os dias. Gosto de artes. Já quis ser veterinária, mas isso foi há muito tempo. Jogo basquetebol na escola e também pratiquei equitação e estudei mandarim. O chinês vai ser uma das grandes línguas do futuro", defende, concluindo o seu perfil: "No resto, sou uma rapariga normal. Estou com os amigos. Gosto de sair. Quando chego a casa vejo televisão. Como. Durmo. Ainda gasto muitas baterias de telemóvel, e muito dinheiro nas comunicações. Gosto muito de falar ao telefone. Gosto de tudo, menos de estudar."
«FC Porto devia apostar no futebol feminino»
Na perspectiva de Joana Pinto da Costa, o FC Porto deveria avançar para a criação de uma secção de futebol feminino, dando assim o exemplo aos restantes grandes clubes.
A filha do presidente garante ter dito diversas vezes ao pai que "o FC Porto deveria apostar numa equipa de futebol feminino. Mas ele respondia perguntando-me contra quem é que iria jogar? Que não bastava treinarem e depois não terem jogos contra clubes do mesmo nível. Seria um esforço inglório e com despesas para o clube. Entendo, por isso, que deveria ser a própria Federação a criar incentivos para os maiores clubes se lançarem no futebol feminino. As mulheres não podem continuar a ser o parente pobre do futebol", concluiu.
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