Recuo no terreno começou com a mudança para o Standard Liège...
“Até aos 17 anos joguei a ponta-de-lança no Namur, da 3.ª Divisão belga”. A revelação foi feita pelo próprio Mangala na edição deste mês da revista oficial do FC Porto, a “Dragões”. O francês deu a inesperada pista e Record foi atrás da história. A procura desaguou num treinador montenegrino Zoran Bojovic, adotado há mais de 30 anos pela Bélgica, que treinou Mangala para ser ponta-de-lança, no Namur, entre os 14 e os 17 anos do agora central portista. O mais espantoso é que Bojovic continua convencido de que o central tem tudo para ser um grande... avançado.
“O Mangala jogava numa equipa aqui dos arredores de Namur, e a certa altura veio fazer testes. Adorei-o. Pedi-lhe que continuasse mais duas semanas à experiência, ele ficou e só saiu três anos depois para oStandard Liège”, começou por nos contar o técnico, confirmando que, para si e para o Namur, Mangala foi sempre um ponta-de-lança: “A envergadura física que ele tem neste momento faz a diferença para os adversários, certo? Então imagine como era quando ele era miúdo e jogava com os da sua idade. Era forte, rápido, possante, tinha uma técnica bastante aceitável e rematava bem. Fazia golos, muitos golos... Como poderia colocá-lo noutra posição que não na frente do ataque?”
Mangala nascia assim para o futebol como um ponta-de-lança que, agora, ninguém imagina ao ver como manobra confiante e sereno no centro da defesa do FC Porto. Zoran Bojovic vê completamente o contrário e explica porquê. “Vejo pouco o campeonato português, mas acompanho a Champions, claro, e admito que o Mangala é nesta altura um enorme defesa-central, com todas as características necessárias para vingar no futebol moderno. Sei que ele é muito bom a defender, mas sei também que podia ser um grande avançado. Comigo nunca jogou noutra posição e se o voltasse a treinar seria na frente que o colocaria a jogar!”, assegura-nos.
Artilheiro
O recuo de Mangala no terreno de jogo iniciou-se assim que se mudou para o Standard Liège. “Lá jogou como defesa-esquerdo, depois como médio-defensivo, como central... E no FC Porto joga como central, não é? É muito bom, claro, mas continuo a achar que não é a melhor posição para ele. Já tinha dito isto quando ele foi para Liège.”
Bojovic não é gaulês, mas é, sem dúvida, irredutível. Quando lhe dizemos que Mangala – vai regressar ao onze do FC Porto na partida de amanhã, depois de ter cumprido um jogo de castigo – leva já seis golos apontados esta temporada, vê este dado como prova de que o trabalho que realizou com ele para ser avançado teve resultados positivos. “Uma das situações em que era muito útil era nas bolas paradas. Evitava golos na nossa área e marcava na do adversário. Não me espanta que essa continue a ser uma das suas mais-valias”, disse, notando nunca ter feito um trabalho específico com o central para aprimorar a sua capacidade de impulsão, um dos parâmetros em que tem dado mais nas vistas desde que chegou a Portugal: “Já naquela altura saltava mais alto do que os outros. Além dessa sua capacidade também é alto, pelo que chega às bolas bem lá em cima. Que eu saiba, é um dom com o qual já nasceu.”
Apesar de Mangala ter evoluído da frente para trás no que ao seu posicionamento em campo diz respeito, Bojovic assentiu, com bom humor, que “dificilmente terminará a jogar como guarda-redes”. Ainda assim, encontra um hipótese: “Se o treinador lhe pedisse, ele jogava. Ele não diz que não a um desafio.”
Impetuosidade natural e sempre pela positiva
“Maldoso não é. Disso podem ter a certeza”, assegurou Zoran Bojovic, confrontado com o estilo de futebol agressivo de Mangala. A impetuosidade do jovem internacional francês é algo que “nasceu com ele” e que “é resultado do seu espírito competitivo”.
“Desde que o conheço que é um jogador muito ativo dentro de campo. Está sempre a trabalhar, sempre à procura da bola, do melhor posicionamento. É muito forte ao nível mental, do compromisso que tem com a sua tarefa, a equipa e o jogo”, referiu o técnico, entendendo que é este compromisso acérrimo com o futebol que pontualmente o leva a disputar bolas com uma agressividade que pode ser mal entendida pelos adversários e pelos árbitros: “É a vontade de querer ajudar e vencer que sempre teve. Tem de ter algum cuidado para não se prejudicar a ele e à própria equipa, mas naturalmente vai melhorar esse aspeto com a experiência.”
NÚMEROS
6 - golos apontados por Mangala esta temporada, dois deles nos dois últimos jogos em que participou: Académica e RioAve. O francês é, juntamente com Varela, o quarto melhor marcador do FC Porto, atrás de Lucho, James e Jackson Martínez
31 - partidas realizadas como titular e três na condição de suplente utilizado. Isto para um total de 2.820 minutos acumulados em campo pelo defesa-central até ao momento.
10 - cartões amarelos. Mangala é portista mais admoestado em todas as competições, seguindo-seFernando, com nove. O francês também já viu um vermelho por acumulação
Farioli chamou elementos da equipa B e dos sub-19
Apesar da contrariedade, expectativa é que o médio esteja apto para o jogo dos dragões frente ao Nacional
As primeiras sessões dos três escalões realizaram-se esta semana na Escola Básica 2/3 do Viso e no Pavilhão Gimnodesportivo do Lagarteiro
Financiamento junto dos mercados de capitais, renegociação do contrato de exploração do estádio e transferências decisivos para as contas da SAD portista
Revelação caricata de Allan Nyom sobre o dianteiro colombiano
Bobo Baldé, que esteve na final da Taça UEFA de 2003, entre Celtic e FC Porto, terá sido atropelado e esmurrado por pais antes de ser levado pela polícia
Companhia aérea 'proibiu' música do defesa nos seus voos
Filho do extremo do Barcelona foi ignorado por mascote no parque de diversões parisiense