Mediático julgamento dos 12 arguidos começou esta manhã, com o ex-líder dos Super Dragões a ser ouvido
Vítor Aleixo, o pai, viu o seu depoimento ser interrompido pelo fecho do primeiro dia do julgamento da Operação Pretoriano. O ex-Super Dragão será o primeiro a falar amanhã de manhã, terça-feira. Antes dele, foram já ouvidos Fernando Madureira e Hugo 'Polaco'.
Terminadas as questões a Hugo Polaco, agora é Vítor 'Aleixo', o pai, quem está a depor no Tribunal de São João Novo, no âmbito da Operação Pretoriano. Recuando à AG do terror, Aleixo admitiu que se envolveu em confrontos físicos no Dragão Arena, depois de ter ouvido sócios a insultarem Pinto da Costa. "Estava lá um senhor a dizer que ele 'mamou' e que eu queria 'mamar'. Tive um impulso e dei-lhe uma chapada. Depois levei um soco, não dele, de outra pessoa. Depois vim a saber que era pai desse rapaz”, afirmou e concluiu: "Na altura até queria pedir desculpa e rapaz e ao pai. Vou fazer neste tribunal quando os vir se for possível."
Hugo 'Polaco' foi questionado sobre o momento em que se apoderou de uma série de pulseiras que davam acesso à Assembleia Geral do FC Porto, realizada a 13 de novembro de 2023. Na resposta, depois de ter admitido que entrou na reunião magna sem se credenciar, 'Polaco' provocou gargalhadas aos presentes: "Eu fui lá falar com a senhora, bati-lhe o coro e pedi as pulseiras, a culpa é dela. Disse que tinha a minha mulher, colegas de trabalho e precisava de pulseiras para entrar. Nas outras assembleias também me deram pulseiras." Polaco diria, depois, que "a menina" lhe deu quatro pulseiras para ele oferecer à mulher e a três amigas. Sobre a parte da reunião magna que decorreu no Dragão Arena, aquele ex-membro dos Super Dragões afirma que esteve "sempre sentado" e que não viu nenhuma altercação.
No Tribunal de São João Novo, avança o CM, estão 47 polícias e 13 elementos do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional (GISP), estes últimos só para Fernando Madureira. Estão também presentes no local os 12 arguidos da Operação Pretoriano, além de 14 advogados.
Respondidas todas as perguntas, terminou agora o depoimento de Fernando Madureira. Agora será a vez de Hugo 'Polaco' intervir.
Numa altura em que Cristiana Carvalho, advogada de Fernando Saul, questionava Macaco, a juíza decidiu colocar ordem na casa com a seguinte intervenção: "André Villas-Boas não está aqui a ser julgado. O que pretende demonstrar? Que houve incitamento e que isso justifica a ação dos arguidos?"
A procuradora do Ministério Público confrontou Fernando Madureira com algumas mensagens que caíram no grupo de WhatsApp dos Super Dragões, no dia da Assembleia Geral do FC Porto de 13 de novembro de 2023. "Este grupo tinha cerca de 300 participantes. Se deixava de ir lá meia hora tinha logo 500 mensagens, era impossível ver todas as mensagens", reagiu o antigo líder da claque. "Amanhã lá estaremos, contra tudo e contra todos" ou "arranjem cartões de sócios, amigos, familiares. Dá na mesma", foram algumas das mensagens lidas antes de terminarem as perguntas por parte do Ministério Público.
Retomado o julgamento no Tribunal São João Novo, no Porto, depois da pausa para almoço. Fernando Madureira chegou à sala de audiência algemado e com uma garrafa de água, conforme mostram as imagens da CMTV.
A primeira sessão do julgamento dos 12 arguidos da Operação Pretoriano sofre agora uma pausa para almoço e será retomada pelas 14 horas, novamente com Fernando Madureira a explicar-se ao coletivo de juízes.
Fernando Madureira continua a ser questionado pelo coletivo de juízes no Tribunal de São João Novo, no âmbito da Operação Pretoriano. “Isso de pessoas a passar à frente… foi constante. Cheguei a passar um grupo de senhores de idade para não estarem à espera horas na fila. Até o Villas-Boas furou a fila”, acusou Macaco, negando, depois, que tenha recebido e entregue cartões de sócios do FC Porto na AG do terror. “O que pedi aos chefes dos núcleos dos Super Dragões? Pedi para levarem três ou quatro pessoas à AG, mas nunca pedi para baterem em ninguém”, referiu ainda, insistindo que essa reunião magna foram “umas primárias” para as eleições. “O André Villas-Boas usou aquilo como umas primárias. Para mim a votação era indiferente, só queria que apoiassem o Pinto da Costa."
Macaco continua a falar aos juízes no Tribunal de São João Novo, no Porto. Confrontado com as mensagens de WhatsApp que enviou após a AG do terror, Madureira explicou: "Agradeci aos Super Dragões, porque se comportaram de forma exemplar na Assembleia Geral. O que se passou na AG não teve nada a ver com os Super Dragões. Foi tudo criado pela máquina de campanha do André Villas-Boas para ganhar as eleições."
Nas suas explicações ao coletivos de juízes, Fernando Madureira voltou à Assembleia Geral Extraordinária do FC Porto, realizada a 13 de novembro de 2023. O ex-líder dos Super Dragões admitiu que mobilizou os elementos da claque para "irem à AG apoiar Pinto da Costa", mas sublinha que nunca mandou ninguém "mudar de bancada" no Dragão Arena. "Fiquei realmente nervoso e transtornado por ver sócios contra sócios", prosseguiu Macaco, referindo o que comentou lá, naquele momento. "É este me... que querem para presidente? Veio cá dar uma entrevista e agora está com os colh... no sofá e nós, aqui, ao barulho", disse Madureira, recordando que o atual presidente do FC Porto esteve no Estádio do Dragão, falou aos jornalistas e, depois, não marcou presença no pavilhão.
Fernando Madureira continua a falar ao coletivo de juízes. O ex-líder dos Super Dragões recordou um dos pontos mais mediáticos da Assembleia Geral do terror, garantindo: "A altercação entre Tagarela [Henrique Ramos, que é assistente do processo] e Moreira de Sá não teve nada a ver com as eleições, eram ambos pelo Pinto da Costa. Mas o Moreira de Sá era mais Alexandre Pinto da Costa e o Henrique [Ramos] mais Pedro Pinho." Macaco disse ainda que depois da AG foi "comer um prego e beber um fino" com Tagarela, onde gozou com a gabardine que ele usou no evento, dizendo-lhe que "devia ir para o prestigiado museu Madame Tussaud "para rivalizar com a de José Mourinho".
Fernando Madureira já presta declarações ao coletivo de juízes. O ex-líder dos Super Dragões começou a sua intervenção assim: "Começamos pelo dr. Adelino [Caldeira]. No início, o MP dizia que o plano era do dr. Adelino, que me pediu e ao Saul que levássemos os sócios para a Assembleia Geral para que votassem. Eu na altura disse logo que era mentira." Ato contínuo, Fernando Madureira foi interrompido por uma das juízas, que o lembrou que Adelino Caldeira, ex-administrador da SAD do FC Porto, não faz parte do processo. A juíza indicou ainda que se Macaco quisesse falar, teria de referir-se aos factos.
Os 12 arguidos da Operação Pretoriano estão a ser identificados antes de iniciarem as suas declarações. Fernando Madureira já assumiu que vai prestar declarações, enquanto a sua mulher, Sandra Madureira, vai manter-se em silêncio. Vítor Catão referiu que, "para já", vai remeter-se ao silêncio. Hugo Polaco diz que vai falar, tal como a família 'Aleixo', tanto o pai como o filho, Fernando Saul, José Pereira, Fábio Sousa e José Dias. Jamaica não fala, nem Hugo Loureiro.
Os jornalistas perderam, por momentos, o som e a imagem na sala onde assistem ao julgamento da Operação Pretoriano. Entretanto, o advogado de Hugo Loureiro, mais conhecido por 'Fanfas', também falou ao coletivo de juízes. "Os arguidos vão expor as fragilidades da acusação", defendeu Francisco Duarte.
Cristiana Carvalho, advogada de Fernando Saul, é a primeira a falar. Defendeu perante o coletivo de juízes que o processo é “uma novela” e uma “mão cheia de nada”. E acrescentou: "Esta acusação é terrorismo jurídico e envergonharia um jovem caloiro de direito."
Com mais de uma hora de atraso, os 12 arguidos da Operação Pretoriano já começaram a ser julgados no Tribunal de São João Novo, no Porto. A sala escolhida para o efeito tem lotação limitada e cada um dos arguidos só pode indicar um familiar para assistir à sessão.
Acompanhado pela sua advogada, Fernando Saul, antigo ex-Oficial de Ligação aos Adeptos do FC Porto, também já está no tribunal. À entrada, Cristiana Carvalho explicou que o seu cliente "vai prestar declarações" e mostrou-se confiante: "Ele não participou em nada, vai continuar a manter o que disse desde início, que é inocente, porque efectivamente o é."
Sandra Madureira, mulher de Fernando Madureira, também já está no tribunal. À chegada, a ex-vice líder dos Super Dragões disse "bom dia" aos presentes e quando questionada sobre se estava tranquila, respondeu assim: "Bastante"
Hugo Polaco, um dos 12 arguidos, chegou pelo próprio pé ao tribunal e à entrada respondeu a algumas questões dos jornalistas: "A culpa não é de ninguém, ninguém roubou nada a ninguém. Estou tranquilo, tudo se vai resolver", disse.
Fernando Madureira, o único arguido que se encontra em prisão preventiva, chega ao Tribunal de São João Novo numa carrinha celular, rodeada por fortes medidas de segurança.
Medidas de segurança reforçadas com muitos agentes da PSP presentes no exterior do Tribunal de São João Novo, no Porto.
O FC Porto tornou-se assistente neste processo, pelo que poderá estar representado no julgamento por um advogado que poderá efetuar questões às testemunhas. No âmbito deste caso, os dragões exigem uma indemnização civil de cinco milhões de euros.
Fernando Madureira é o arguido principal, sendo o único que aguardou julgamento com a medida de coação de prisão preventiva desde a sua detenção, a 31 de janeiro do ano passado. Já Vítor Catão, após alguns dias nessa condição, passou para prisão domiciliária, ao passo que Hugo Polaco também esteve em prisão preventiva durante cinco meses, passando para um regime de liberdade com termo de identidade e residência no início de julho.
Arranca esta manhã (9 horas), no Tribunal de São João Novo, no Porto, o julgamento do processo da Operação Pretoriano, onde estarão sentados no banco dos réus os 12 arguidos indicados pelo Ministério Público. Respondem por um total de 31 crimes na Assembleia Geral do FC Porto, de 13 de novembro de 2023: 19 de coação agravada; sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo; três de atentado à liberdade de informação; um de instigação pública a um crime e outro de arremesso de objeto.
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