Advogada de Vítor Catão: «Sabe que pagou o preço de ser uma pessoa polémica, embora nunca envolvido num suposto plano»
A advogada de Vítor Catão assumiu, durante as alegações, que o seu constituinte foi penalizado pela excessiva exposição nas redes sociais, mas lembrou que o mesmo corrigiu essa postura e nunca esteve envolvido em qualquer plano relacionado com a Assembleia Geral do dia 13 de novembro de 2023.
“Portugal, diz-se desde
Salazar que é futebol, fado e Fátima. Pretoriano foi isso mesmo. O palco do meu
constituinte eram as redes sociais, nada mais. Era um justiceiro, criticava
tudo e todos e, por vezes, mentia, é verdade. É caso para dizer que a justiça
virou-se contra o justiceiro. O arguido teve coragem de reconhecer que não
estava bem. Reduziu as redes sociais e procurou ajuda psiquiátrica. Sabe que o
risco de pena é real, mas também sabe que o tribunal sabe que pagou o preço de
ser uma pessoa polémica, embora nunca envolvido num suposto plano. Argumentação
foi o caos, mas a justiça faz-se com factos. Catão é instável emocionalmente,
por vezes infantil, mas revelou evidente capacidade de mudança. É importante
salientar que Catão nunca recorreu da medida de coação que lhe foi imposta,
porque percebeu que a sua segurança estava em causa e porque reconheceu a
gravidade dos acontecimentos, bem como que a sua postura tinha de ser de
mudança. Catão está pronto para assumir as suas responsabilidades, mas nunca
teve qualquer interesse financeiro em qualquer dos assuntos aqui discutidos. Não
estou a dizer com isto que os outros arguidos tinham um interesse financeiro,
apenas que não há duvidas de que Catão não tinha qualquer benefício económico
em jogo. Foi alvo de justiça popular ao denunciar pessoas com as suas
fragilidades. Cometeu erros, mas não é um oportunista, nem tem interesses
ocultos”, revelou Susana Mourão.
"Tem-se sustentado a
ideia de uma ação concertada, incluindo a ação do Vítor Catão, mas se o abstrairmos
da sua paixão clubística, cedo percebemos que a narrativa não se sustenta. Testemunhas
de acusação foram identificadas pelo atual presidente do FC Porto, o que
demonstra, isso sim, um verdadeiro plano. Podemos confiar na veracidade das
testemunhas? Há coincidências, mas demasiadas coincidências são uma construção.
Catão não faz parte dos Super Dragões, mas tem um problema. Tornou-se uma
figura pública com este processo, mas estar tão exposto também pode ser uma
vantagem, porque não se provou nenhuma agressão. A prova testemunhal não o
compromete. Não houve conluio, nem co-autoria, houve, sim, uma ação individual
junto da comunicação social, contra as instruções de Fernando Madureira e da
claque. Os Super Dragões detestam o Vítor Catão. Foram os próprios Super
Dragões que meteram Catão na linha quando houve o episódio com os jornalistas.
Uma pesquisa na internet dissipa qualquer dúvida. Ele nunca se iria integrar
nos Super Dragões. Tagarela até apelidou Catão de diminuído, mas nunca o acusou
de qualquer agressão”, acrescentou a advogada de Vítor Catão.
"Testemunhas foram tendenciosas. Trouxeram-nas para este processo com um
propósito. O que o Vítor Catão fez junto da comunicação social não foi bonito
de se ver. Foi ao seu jeito, entendeu que seria um evento privado e que não
poderiam entrar lá dentro."