Otávio, de 22 anos, é um homem realizado. Começou a temporada 2023/24 no Famalicão, mostrou serviço e acabou no Dragão, a representar as cores do FC Porto. Fez dupla com o icónico Pepe, estreou-se na Liga dos Campeões e ainda conquistou o primeiro troféu como profissional, quando ergueu a Taça de Portugal no Estádio do Jamor.

Antes de regressar à ação e colocar-se nas mãos do treinador Vítor Bruno, esteve à conversa com os jornalistas do GloboEsporte e não deixou nada por dizer. Logo a começar pelo pesadelo que viveu em 2022, no modesto Sampaio Corrêa.

"Fui para o Sampaio Corrêa e estava sem jogar. Na minha cabeça chegaria lá e teria oportunidades. Quando fui, estava em forma e colocaram-me a jogar. Creio que não fiz um dos meus melhores jogos e fiquei marcado por isso. Depois mudou o treinador e ele disse-me que teria oportunidades, mas não tive", iniciou.

Falou com os pais, regressou ao Flamengo e como voltou a não ter muitos minutos, optou por uma aventura em Portugal. Famalicão foi o destino e tudo se começou a compor...

"Quando cheguei ao Famalicão o treinador pediu-me para descer aos sub-23. Eu não queria, mas fui. Joguei quatro jogos, tive oportunidade na equipa principal e não saí mais. No começo desta temporada, fomos muito bem, porque a nossa defesa era a melhor da liga e uma das melhores da Europa. Em dezembro começou a aparecer um monte de coisas no Twitter, notícias e essas coisas sobre o FC Porto. Achava bem difícil. Nem sempre essas coisas são verdades", destacou.

Mas a verdade é que foi mesmo para o Dragão: "Ali estava a realizar um sonho. Quando cheguei foi tudo diferente. Jogar ao lado de um ídolo como o Pepe foi incrível. O Pepe abraçou-me e ajudou-me bastante em tudo. Depois do treino conversava sempre comigo. Foi-me ajudando e acolheu-me mesmo. Para mim, não tem preço estar a jogar ao lado do Pepe."

E foi assim que Otávio aprendeu uma grande lição - desistir nunca é opção: "Já nem acreditava. Há dois anos estava no Sampaio Corrêa sem jogar. E estava quase a desistir. O salto que eu dei no FC Porto foi algo que não estava à espera. Foi muito importante na minha carreira, porque a dada altura deixei de sonhar. Isso mostrou que devemos acreditar sempre."