O trinco portista atingiu na Reboleira o jogo nº 200 ao serviço do FC Porto no campeonato maior repartidos por nove temporadas. Na presente época somou apenas 10 partidas, nem todas completas ou como titular, e o desafio acentuar-se-á na próxima temporada face à contratação de Costinha (ex-Mónaco)
PAULINHO Santos completou 200 jogos ao serviço do FC Porto no Campeonato Nacional no Estádio José Gomes, frente ao Estrela da Amadora, na última jornada da I Liga.
Um registo de honra numa época marcada pela perda de protagonismo na equipa portista como reflectem dez presenças na I Liga, factor no qual tem grande parte de responsabilidade a aquisição do médio paraguaio Carlos Paredes. E o desafio de retoma como titular para Paulinho Santos ameaça acentuar-se na próxima época face à contratação do médio internacional português Costinha ao Mónaco.
O facto de Costinha ser, tal como Paredes e Paulinho Santos, um polivalente ajuda a levar a concorrência a extremos. Paulinho Santos prorrogou, já esta época, o contrato com os portistas até 2004. Tendo perdido espaço no onze, o médio tem ainda um peso determinante no balneário e na perspectiva técnica é visto como um recurso confortável face às suas capacidades. Símbolo da dourada era de 90 dos dragões, fazendo parte do pentágono do "penta" com Jorge Costa, Rui Barros, Drulovic e Folha, Paulinho Santos festejou nos últimos nove anos seis títulos de campeão, três Taças de Portugal e cinco Supertaças, e poderá estar ainda na discussão de mais uma Taça para cuja final, no Estádio do Jamor, no próximo dia 10 de Junho, os dragões estão apurados.
Curiosamente, ou não, o ponto mais alto da carreira de Paulinho Santos no FC Porto corresponde ao mais rico período de conquistas do clube, com destaque para o "penta". Refira-se, por exemplo, que o médio foi o jogador mais utilizado (31 jogos, 2761 minutos) pelo técnico António Oliveira no ano do "tri". Um período que coincindiu também com uma presença marcante na selecção nacional (Paulinho Santos foi o lateral-direito titular da equipa das quinas que chegou aos quartos-de-final do Europeu de Inglaterra, sendo afastada pelo República Checa à custa de um golo do ex-benfiquista, actualmente na Lazio, Karel Poborsky).
Na Reboleira, de forma um tanto paradigmática, a equipa arrancou um triunfo fazendo apelo ao orgulho e à vontade de vencer, ultrapassando a limitação de objectivos, valores que fizeram também grande parte da personalidade de Paulinho Santos como jogador, para o bem e para o mal. A sua forma viril de estar em campo, às vezes com exageros, moldam-lhe a história e projectam-no de forma diferente no universo portista relativamente ao exterior. Internamente Paulinho Santos é um herói, personifica a sede de conquista, alguém capaz de se atravessar pela mais simples causa. Externamente, o médio é visto como um vilão. Em suma, a verdade é que a força de Paulinho não deixa ninguém indiferente.
Casos de estimação
Paulinho Santos, juntamente com Rui Jorge, veio para as Antas em 92/93 por indicação do técnico Augusto Inácio que o comandou no Rio Ave na época anterior, na II Divisão de Honra e fez a sua estreia à 18ª jornada na deslocação ao Estoril, equipa comandada na altura pelo actual técnico portista Fernando Santos.
O médio alinhou a titular na equipa formada pelo treinador brasileiro Carlos Alberto Silva, mas foi substituído por Semedo, aos 37 minutos, numa partida que os dragões venceram, por 3-1, ultrapassando o estigma do Campo da Amoreira.
Mostra o registo que Paulinho Santos não tardou a impor-se na equipa das Antas, dando início a uma das mais marcantes carreiras individuais nos dragões nos últimos anos, embora nem sempre pelas melhores razões.
Apadrinhado pelo conterrâneo caxineiro André, nas Antas, Paulinho Santos soube ser fiel à devotada doutrina de antes quebrar que torcer. Sendo um jogador de coração sujeitou-se às traições que essa forma de estar impõe à razão. Foi dito que terá sido pelos laços de coração que Pinto da Costa e Paulinho Santos concordaram em rejeitar uma proposta do Barcelona no final da época de 95/96. Um caso de estimação pela positiva. Mas há um lado negro.
A carreira de Paulinho Santos ficará ligada à relação profissional com João Vieira Pinto. Os dois jogadores tiveram várias desinteligências graves em campo, chegando a agredir-se mutuamente. Actualmente, depois de mais uma situação de agressões mútuas num FC Porto-Benfica, Paulinho Santos e João Pinto não se falam, mas chegaram a dar-se muito bem, precisamente na campanha da selecção no Euro/96 depois de terem feito as pazes após uma outra situação de troca de agressões. O técnico nacional António Oliveira impôs o bom relacionamento a bem do ambiente na equipa, juntando Paulinho Santos e João Pinto no mesmo quarto nos estágios da selecção.
Quem é quem
Nome: João Paulo Maio dos Santos (Paulinho Santos)
Data de nascimento: 21-11-70 (29 anos)
Naturalidade: Vila do Conde
Altura: 1,70 m
Peso: 66 kg
Internacionalizações: 30 (2 golos)
Clubes que representou: Rio Ave (89/90; 90/91; 91/92) e FC Porto desde 92/93
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