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27 outubro

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Pinto da Costa: «As opiniões de terceiros não me incomodam. São baboseiras que se atiram para o ar»

Presidente portista marcou presença no Tribunal do Bolhão para prestar o seu depoimento na ação por difamação que interpôs contra o antigo candidato à presidência Nuno Lobo

Pinto da Costa à entrada do Tribunal do Bolhão, no Porto,
Pinto da Costa à entrada do Tribunal do Bolhão, no Porto,
Pinto da Costa à entrada do Tribunal do Bolhão, no Porto,

O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, marcou presença no Tribunal do Bolhão, no Porto, para prestar o seu depoimento na ação por difamação que interpôs contra Nuno Lobo, antigo candidato à presidência dos dragões. O caso remonta a 2020, nas vésperas do último ato eleitoral no FC Porto, e Pinto da Costa reiterou em tribunal que ficou ofendido com a seguinte declaração proferida pelo seu ex-concorrente durante uma entrevista: "Ao contrário de Pinto da Costa sou um homem íntegro".

Argumento que o presidente portista garantiu à juíza que nunca deixará passar em claro por colocar em causa a sua honestidade, tendo admitindo também que tolera sem qualquer problema todas as críticas relativas à sua gestão. "Qualquer candidato contra mim terá sempre espaço mediático, mas não tive a paciência de ler toda a entrevista, apenas a parte em que me alertaram sobre a minha integridade", começou por referir Pinto da Costa, ciente que "todos os dias há críticas graves de diversas personalidades": "Em cada adepto há um crítico e um treinador, pelo que não me ofendem as críticas, mas tudo o que coloque em causa a minha seriedade será tratado desta maneira, em tribunal. Todos os que coloquem em causa a minha seriedade têm este destino. Agora se disserem que as contas estão más, se compro ou vendo mal ou que escolho mal o treinador não me ofende nada. Se a ligar a tudo isso teria de me incomodar todos os dias, mas tudo o que meta a minha seriedade em causa eu respondo desta maneira".

Não satisfeita com as declarações iniciais de Pinto da Costa, a juíza inquiriu o presidente portista sobre as críticas relativas ao panorama atual do FC Porto.

Juíza: "O senhor não tem tido muita oposição na presidência do FC Porto pois não?"

Pinto da Costa: "Não."

Juíza: "Porquê?"

Pinto da Costa: "Acho que é porque não estão disponíveis para se candidatarem contra mim, porque basta ser sócio e ter as quotas em dia, mas também acho que é sempre importante para o FC Porto que haja sempre mais do que um candidato".

Juíza: "Considerou a possibilidade da declaração em questão ter sido descontextualizada?"

Pinto da Costa: "Claro que sim e ainda mais indignado fiquei quando verifiquei o senhor Nuno Lobo foi ágil a esclarecer que não tinha dito nada daquilo e afinal o áudio da entrevista comprova que disse".

Juíza: "O que queria dizer quando se referiu aos piscineiros da lista de Nuno Lobo?"

Pinto da Costa: "Piscineiros? Eu? Nem conheço o termo. Eu disse nadadores porque, efetivamente, a lista de Nuno Lobo tinha dois bons ex-atletas de natação do FC Porto".

Juíza: "O senhor presidente disse que ficou ofendido por aquela declaração do Nuno Lobo, mas fica ofendido quando surgem as críticas de que há uma ditadura no FC Porto, ou quando dizem que está agarrado ao poder, ou que a direção está a destruir o clube, ou que se está a assistir à delapidação das contas do clube ou ainda que o seu último mandato foi um desastre?"

Pinto da Costa: "Não. São declarações de alguém que não tem argumentos. Já fui a 15 eleições, 15. Não prorroguei nenhum mandado. O meu entendimento sobre isso é que, se estou agarrado ao poder é porque os sócios me querem no poder. Nunca impedi ninguém de concorrer".

"As opiniões de terceiros não me incomodam, nem me ofendem. São baboseiras que se atiram para o ar porque eu sei que toda a gente tem uma perspetiva diferente do FC Porto".

"Também não sei onde está o delapidar do clube. Desde que entrei em funções construiu-se um estádio novo, um pavilhão novo e temos um centro de treinos".

"Quem trabalha comigo, que é a opinião de quem realmente me interessa, sabe que isso não corresponde à verdade", comentou Pinto da Costa.

Juíza: "Porque é que não houve um debate entre candidatos no último ato eleitoral?"

Pinto da Costa: "Nunca esteve previsto isso. O presidente da Assembleia Geral entendeu que isso não ia levar a lado nenhum e decidiu que todos os candidatos teriam direito a uma entrevista televisiva com a mesma duração".

A primeira sessão do julgamento, que se centrou durante muito tempo na discussão de Pinto da Costa conhecer ou não Nuno Lobo antes das eleições, possibilidade que o presidente portista garantiu não ser verdade,  desenrolou-se durante três horas, aproximadamente.

Para lá de Pinto da Costa prestou ainda depoimento Nuno Lobo, que não negou ter proferido a afirmação em causa, embora tenha salientado que a mesma foi descontextualizada durante uma "entrevista feita por telefone, que teve várias interrupções e que durou mais de duas horas": "Na véspera da minha entrevista que nos trouxe até aqui o senhor Pinto da Costa alegou desconhecer-me, quando isso não é verdade. Foi uma tentativa de menorizar a minha candidatura e ofendeu-me porque tantas vezes declamámos poesia nas minhas casas de diversão. Tive uma reação emocional. O presidente faltou à verdade e ofendeu-me quando disse que não me conhecia".

A segunda sessão do julgamento, onde serão ouvidos os depoimentos das três testemunhas de defesa arroladas, realiza-se no dia 13 de dezembro.

Por Pedro Malacó
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