Lopetegui teimou em não lançar o camisola 7 contra o Sporting e foi obrigado a engolir o seu orgulho
Foi preciso Julen Lopetegui ter-se sentido verdadeiramente apertado para, finalmente, soltar as rédeas a Quaresma. O técnico espanhol teimou em não lançar o camisola 7 contra o Sporting, desperdiçando o moral adquirido pelo seu comandado na Seleção Nacional, mas contra o Athletic Bilbao, já encostado às cordas e em risco de voltar a morrer na praia, teve de render-se, finalmente, ao talento do extremo. O Mustang só por uma vez tinha marcado no Dragão para a Champions, em dezembro de 2007, contra o Besiktas, e quase sete anos depois comprovou, para quem tivesse dúvidas, que continua a ser decisivo e merece as tais oportunidades que reclamou na Dinamarca.
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É extraordinário que o FC Porto tenha sido obrigado a sofrer até perto do fim para garantir um triunfo que deixa bem encaminhado o apuramento para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões. A equipa superou o trauma da eliminação da Taça de Portugal, foi para cima dos bascos, demonstrou que é capaz de atuar numa rotação elevada e com a intensidade nos limites, quebrando por uma vez o guião da posse de bola sem intencionalidade. O conjunto de Julen Lopetegui podia, e devia, ter deixado a questão resolvida logo na etapa inicial. Todavia, a capacidade de definição continua abaixo do desejável e o desperdício de oportunidades voltou a ser uma moeda onde, na outra face, emergiu mais um erro infantil que premiou o adversário.
Afinal, esse deslize teve o condão de demonstrar que pode valer a pena soltar o espartilho a uma equipa que tem capacidade para ser esmagadora: com Tello e Quaresma abertos, Brahimi no meio e Jackson na frente, foi conquistado um triunfo de enorme importância que inspirou de imediato Lopetegui a meter Óliver Torres para recuperar o registo da posse com o travão de mão sempre pronto a ser acionado, não fossem os dragões galvanizar-se e selar nova goleada europeia.
Impulso
Dos leões de Alvalade para os leões bascos, o FC Porto alterou cinco nomes e deu funções diferentes a Quintero. Fabiano, Indi, Alex Sandro, Brahimi e Tello espalharam outro perfume, mas o facto é que, do outro lado, Ernesto Valverde deixou-se contagiar pela filosofia de Lopetegui, prescindindo de titulares como Iraola, Gurpegi e Muniain. Com o médio colombiano e o criativo argelino em constantes mudanças de posição, os azuis e brancos ganharam impulso através das acelerações do extremo cedido pelo Barça. Tello, também ele suplente de forma inexplicável contra o Sporting, deu o mote para uma exibição com sangue a ferver como poucas vezes se tem visto de uma equipa que, por vezes, carece de capacidade de se revoltar.
San José mandou uma bola à base do poste direito de Fabiano, mas esse susto foi uma exceção à regra de superioridade de um FC Porto galvanizado que confundia repetidamente um Athletic Bilbao habituado a bater o pé aos adversários e marcar golos mesmo no Camp Nou ou no Santiago Bernabéu. O golo de Herrera, mesmo antes do intervalo, foi um corolário merecido, mas que não deixava antever facilidades.
Ernesto Valverde prescindiu imediatamente de San José e Aduriz, apostando finalmente em Muniain, lançando também Beñat e adiantando Guillermo. Com Quintero a demonstrar que tem tanto talento como dificuldade em manter o nível durante 90 minutos, os dragões foram perdendo o controlo do encontro até que Herrera e Casemiro provocaram mais uma perda ridícula de bola que terminou com o empate. Rúben Neves repôs o equilíbrio e Quaresma saltou de seguida para o resgate, por exigência inflamada da massa associativa. O derradeiro suspiro de alívio, todavia, surgiu quando Fabiano impediu o golo de Laporte.
O homem do jogo: Quaresma
Não há volta a dar-lhe. O Mustang tem uma qualidade que não pode ser ignorada e, uma vez mais a sair do banco, fez a diferença no duelo que estava complicado contra o Athletic Bilbao. Ainda tem um papel importante a desempenhar no FC Porto.
Árbitro
Damir Skomina (nota 1)
O esloveno Damir Skomina teve uma interpretação controversa dos empurrões dentro da grande área. Indi fez penálti, mas Jackson e Brahimi também foram derrubados. Casemiro devia ter sido admoestado.
NOTA TÉCNICA
Julen Lopetegui (3)
Recuperou a equipa do desastre na Taça e deu-lhe cunho ofensivo, mas demorou a reagir ao crescimento do Athletic e viu o seu meio-campo oferecer mais um golo ao adversário. Desta vez, teve de recorrer a Quaresma e... triunfou.
Ernesto Valverde (2)
O Athletic dá tudo em campo, mas esta temporada falta sempre qualquer coisa para que a malapata seja quebrada. Os bascos desafiaram os dragões, mas as boas mexidas de Valverde ao intervalo não foram suficientes.
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