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19 setembro

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O episódio na Académica, a "possibilidade de sair num ano crítico" e os "dois dias a olhar para o símbolo": tudo o que disse Conceição

Treinador do FC Porto fez a antevisão à receção ao Antuérpia, marcada para amanhã

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Sérgio Conceição e as lesões: «Há aqui situações que não são culpa do departamento médico, do jogador ou do treinador»

Sérgio Conceição admitiu que o FC Porto tem pecado na finalização e até recordou um episódio na Académica, quando orientava a Briosa, para ilustrar o trabalho de colocar a bola na baliza adversária. Na conferência de antevisão à receção ao Antuérpia, marcada para amanhã 20h00) e referente à 4.ª jornada da Liga dos Campeões, o treinador portista recordou ainda a possibilidade que teve de sair do Dragão, analisou novamente o desaire com o Estoril e abordou o tema das várias lesões no plantel.

SÉRGIO CONCEIÇÃO

Análise ao adversário e importância do jogo

"É um jogo de Liga dos Campeões, acho que somos um dos três clubes com mais presenças nesta competição, a maior de clubes do mundo. Para nós, a importância que damos aos jogos é sempre a mesma. Em relação ao jogo em Antuérpia, foi passado. Serve de referência, assim como os três jogos que o Antuérpia fez depois do nosso. Amanhã vai ser um jogo diferente daquele que tivemos lá, vão acontecer momentos semelhantes aos que passámos na Bélgica, e cabe-nos levar o jogo para onde queremos e ganhar".

FC Porto tem criado oportunidades mas tem apresentado falta de eficácia... A que departamentos se referia no final do último jogo?

"Em relação à eficácia, o futebol é simples, é fazer golos na baliza adversária e não sofrer. Em relação à outra questão, tive um episódio na Académica onde as coisas estavam difíceis. Penso que o Vítor Bruno já tocou nisso numa formação que demos. Achava que a dinâmica que eles tinham no treino era fantástica, havia uma grande disponibilidade, mobilidade, e nos jogos isso não acontecia. Os jogadores tremiam um bocadinho, escondiam-se do jogo... Achei que nos treinos estava a fazer algo errado, então fiz o contrário. Durante dois dias levámos as bolas para o campo mas os jogadores não tocavam na bola. Ganhámos 3-1 ou 4-1 nesse fim de semana. Quando queremos colocar velocidade no treino, metemos baliza, finalização. 70% dos exercícios que fazemos têm baliza, finalização. Se calhar vou fazer o contrário, vou tirar [a bola]. Sobre o Antuérpia, na 1.ª parte tivemos duas ou três ocasiões claras e não marcámos, na 2.ª fizemos vários e podíamos ter feito mais. O Sp. Braga fez 0 golos na 1.ª parte, na 2.ª com o Portimonense fez 6, praticamente com os mesmos jogadores. É preciso trabalhar e perceber que estamos a finalizar pouco para o que criamos, e esse [criar] é o primeiro passo para o golo aparecer. As vitórias mais tranquilas também vão aparecer.

Departamentos? Sou exigente comigo primeiro e depois com os outros departamentos. Falei dos lesionados porque foi aquilo que naquele momento me veio à cabeça, em relação à nossa situação. Mas não era em relação ao doutor Nélson Puga, ou a quem dirige o departamento de análise e observação, ou à comunicação... Essa exigência existe aqui todos os dias. Tornei-a pública e isso é como falar dos jogadores. Eu sei que há coisas que têm de ser ditas no balneário, mas às vezes por estratégia e liderança, acho que o devo fazer publicamente. Mas isso sou eu e assumo essa responsabilidade. Não me venham cá é com redes sociais, a dizer que o departamento médico é que os mete a treinar e a jogar. Ando aqui há muitos anos e não preciso disso. A maior prova é que tive a possibilidade de sair e não saí num ano crítico. A cláusula era paga ao FC Porto, mas tenho um grande respeito ao presidente e à instituição. Não é pelo dinheiro que estou aqui".

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Sérgio Conceição: recorda episódio na Académica: «Os jogadores não tocavam na bola»

FC Porto tem jogado bem na Liga dos Campeões. Como se faz a mudança de chip? É obrigatório fazê-lo agora?

"Ainda não descobri onde está esse chip, que chip é esse. Vocês perguntam sempre sobre esse chip. Não estou a falar dos tempos das vacas gordas, mas estou aqui há sete anos. Trabalhamos de tal forma, com essa tal exigência, rigor e disciplina... E não estou a falar de mim, agora dou toda a moral a todos os departamentos. Trabalhamos para ganhar títulos. Este é o meu sétimo ano aqui e trabalha-se sempre da mesma forma. Houve um jogo em que devíamos ter sido mais competentes, houve erros que cometemos, mas os jogos em que ganhámos na Liga dos Campeões houve coisas a retificar. Faz parte da vida dos treinadores e dos jogadores. Não há chip para mudar, esse chip está metido a partir do momento em que assinamos contrato com este clube, temos que dar ao pedal. Seja contra o V. Guimarães, Antuérpia ou Vilar de Perdizes".

Treino hoje foi com ou sem bola? Este jogo pode ser importante para preparar a próxima jornada, que pode ser determinante no campeonato?

"O treino foi com bola. Iniciámos sem bola e depois metemos bola, muita bola. E também finalização. Voltando à outra questão: não estou a pensar no jogo contra o V. Guimarães, nenhum treinador prepara dois jogos ao mesmo tempo, depois não estamos nem num nem noutro. O jogo de amanhã é extremamente importante para nós, para ficarmos mais perto do nosso objetivo, passar aos 'oitavos' da Champions. Temos noção, mas não preocupação. Eu meto cá para fora muito do que sinto. As minhas expressões, a minha cara demonstra bem o que sinto. Os jogadores conhecem-me muitíssimo bem, e se eu demonstrasse preocupação ou receio... Respeito pelo V. Guimarães, que está 3 pontos atrás de nós. Houve situações em que tive receio quando era mais jovem, quando quase perdi pessoas que amava e amo muito. Mas enquanto jogador de futebol... Se houver receio ou medo de alguma coisa... Não faz parte".

Contraste entre Liga Betlic e Liga dos Campeões... FC Porto adapta-se melhor a uns desafios do que a outros?

"Já respondeu... É um bocadinho por aí. Tem a ver com os adversários, com esse posicionamento, com a forma como se organizam defensivamente. Tem a ver com isso, é verdade. Normalmente defende-se de forma mais fácil e pode-se ser mais desorganizado quando há menos espaço. Quando uma equipa se expõe da mesma maneira que nós fazemos, é normal haver mais espaço para explorar. A forma como atacamos, também atacamos consoante o que analisamos, de acordo com as nossas caraterísticas e definindo a estratégia, pelos corredores centrais, laterais, mais em cruzamentos, roturas. E depois, claro, tendo em conta onde defendem os adversários. Na Liga dos Campeões se calhar encontramos o espaço que no campeonato não encontramos".

Que marcas a derrota contra o Estoril deixou no FC Porto? Não conseguiu marcar a uma equipa que sofreu golos em todos os jogos no campeonato...

"Andei dois dias com a cabeça baixa a olhar para o símbolo, porque temos de olhar para o símbolo e perceber que clube representamos. Não só quem lidera, mas também todos os sócios, adeptos e simpatizantes. Olhar para o que não fizemos. São jogos que deixam mossa, a mim deixam-me mossa, sem dormir, com dificuldade em ficar bem disposto. Também não é difícil, mas deixam-me pior ainda. E transmito isso ao grupo. Mas lá está, são situações que vivemos no balneário e que vão atenuando com o passar das horas e com a preparação para o próximo jogo. Mas custa, não sabemos qual é o jogo decisivo para se perder o campeonato, que é o nosso principal objetivo. Jogando bem, muitíssimo bem, menos bem ou mal, não podemos perder pontos desta forma. Mas isso já é passado. Sem dúvida, temos de olhar para o jogo como um exemplo para sermos mais fortes nos próximos".

Tem sido muito coerente no discurso ao longo dos últimos sete anos e raramente encontra na estrutura uma desculpa para os maus resultados. Isso pode significar alguma angústia relativamente à matéria-prima que tem recebido? 

"Já falei do plantel. Os treinadores querem ter os melhores jogadores do mundo, são eles que ganham jogos. Nós ajudamos no trajeto, mas eles é que vão lá para dentro e decidem. Eu já falei das vacas gordas, meias-gordas e magras, não precisamos de recuar muitos anos para olharmos para as diferentes equipas e jogadores que fomos perdendo. A capacidade financeira do nosso campeonato não permite guardar os melhores jogadores, temos de nos reinventar ano após ano. O futuro dos clubes é a formação e tem de haver esse trabalho. Se defendo os meus jogadores e é com estes que vamos ganhar? Sem dúvida absolutamente nenhuma. Chateio-me porque acho que podemos dar sempre mais. Se me perguntar se gostaria de ter mais 3, 4, 5 ou 6 jogadores que estão nas melhores equipas da Europa? Claro, tal como gostariam outros treinadores. Mas isso para a nossa realidade é completamente impossível. Falei dos diferentes departamentos, não de um departamento. Não preciso de testemunhas, estou a dizer que a minha exigência aqui é diária com os departamentos que interferem diretamente com o futebol. Depois toda a gente diz 'este rapaz é um aldrabão'. A minha exigência é grande e às vezes passa o limite da minha azia, mas já falei disso. Tratadores de relva, cozinheiros, nutricionistas... Quando vejo algo que não está bem ou quando reparo que estamos a desligar um bocadinho, estou cá para isso. Sei que durmo pouco, tomo muita atenção às coisas. A todas elas".

Neste início de época, FC Porto já vai em 20 lesões. Há alguma explicação para isto além do azar? Zaidu treinou integrado, amanhã já conta?

"A convocatória vai sair agora, mas o Zaidu está disponível. Os outros lesionados não. Depois do jogo com o Vitória vamos ter a paragem e aí sim, poderemos recuperar mais jogadores. Em relação às lesões, vocês sabem a situação do Marcano, por exemplo. Muitas vezes acontecem estas coisas na vida dos atletas. Podemos todos fazer melhor, a começar no nosso fisiologista, por exemplo. Todos devemos melhorar. Essa é a tal exigência. Aqui não há um problema direto com ninguém. Quando há uma lesão todos assumimos, quem mete o jogador a jogar sou eu. O invisível não controlamos. Há aqui situações que não são culpa do departamento médico, do jogador ou do treinador. São lesões absolutamente normais num jogador de futebol".

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PEPÊ



PEPÊ

Defrontaram o Antuérpia há pouco tempo. O que trazem desse jogo e o que não pode voltar a acontecer?

"Sabemos que fizemos um grande jogo, principalmente uma grande 2.ª parte. Corrigimos os erros ao intervalo e sabemos que temos de ser mais agressivos e partir para cima deles".

A paragem para as seleções aproxima-se. Tem esperança de ser chamado para Brasil ou Itália?

"Não olho muito para isso, o meu foco está totalmente no FC Porto. Tenho de trabalhar muito e dar o meu melhor para isso acontecer. O meu objetivo agora é o jogo de amanhã".

FC Porto em Antuérpia teve duas faces muito distintas na 1.ª e 2.ª partes. A equipa facilitou? O plantel sente a necessidade de amanhã dar uma grande resposta?

"Sabemos que a nossa 1.ª parte lá não foi muito boa, mas corrigimos na 2.ª e depois correu tudo muito bem. Sabemos que temos de entrar no nosso melhor desde o início da partida para conseguirmos um grande resultado. Os erros que fizemos já corrigimos e agora é olhar para a frente".

O FC Porto tem sido castigado pela falta de eficácia. Acredita que pode marcar amanhã, uma vez que ainda não o fez esta época?

"Procuro dar o meu melhor independentemente do jogo, procuro melhorar sempre para ajudar os meus companheiros e tenho a certeza que em breve esse golo virá para poder ajudar a equipa".

Por Record
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