O empate em casa, contra oEintracht Frankfurt, colocou o FC Porto numa situação muito complicada. No seu longo historial europeu, esta é a 13.ª vez que os azuis e brancos se veem obrigados a corrigirem fora um mau início no seu reduto. Na dúzia de ocasiões anteriores em que isso sucedeu, apenas contra o Grasshopper (2001/02) e Panathinaikos foi possível (2002/03) concretizar a reviravolta e evitar a eliminação.

Octávio Machado foi o primeiro treinador a concretizar um feito desse calibre, indo triunfar a Zurique depois de ter obtido nas Antas o mesmo resultado (2-2) que o FC Porto tem agora de solucionar na Alemanha. Na época seguinte, José Mourinho voltou a mostrar o seu talento para influenciar o debate em torno de um desafio, ao prometer a reviravolta, no inferno de Atenas, logo após a derrota em casa contra o Panathinaikos. Como é usual suceder, não desiludiu os adeptos e ergueu a Taça UEFA em Sevilha.

Desde que se mudou para o Dragão, o FC Porto registou arranques amargos contra Inter Milão, Chelsea e Man. City, acabando sempre por sair derrotado na 2.ª mão, falhando clamorosamente o objetivo de contrariar o destino. Todavia, em nenhuma dessas situações, o treinador (respetivamente José Couceiro, Jesualdo Ferreira e Vítor Pereira) tinha a sua posição em xeque. Paulo Fonseca enfrenta uma situação de vida ou morte, pelo menos no que toca à sua continuidade no atual cargo, mas tem a seu favor o facto de defrontar um adversário claramente mais acessível. Mesmo assim, oEintracht, na Commerzbank Arena, soma quatro vitórias e 9-1 em golos na Liga Europa.

Ou seja: “ganhar na Alemanha sem qualquer problema”, como Ricardo Quaresma vaticinou, será uma tarefa árdua de concretizar.