Tinha-lhe perguntado sobre algumas ações que já estivessem, efetivamente, em marcha, nomeadamente renegociações de dívidas. Como é que isso se está a passar? Pode explicar? 

ANDRÉ VILLAS-BOAS - Estamos num ponto de comparação entre o que nos é oferecido. Felizmente, o que acontece para nós, com a credibilidade da equipa profissional que temos, é que estes bancos permitem que o FC Porto se sente à mesa com eles e estamos já numa fase de discussão avançada, onde discutimos as melhores propostas que ambos, ou que os três, nos estão a oferecer. Daí que a questão será escolher o melhor caminho e o caminho mais vantajoso para o FC Porto. Portanto, elas estão a acontecer regularmente. Na próxima semana temos mais uma com um destes bancos internacionais. Pelo que a decisão será tomada em breve relativamente a esta reformatação da dívida e a forma como também aplicaremos esse dinheiro para sustentar o FC Porto a curto, médio e longo prazo.

 

E que outras fontes de financiamento têm em mente? 

AVB - É um ponto de discussão importante que reverte à melhor qualidade do produto do futebol português. Há um universo que está relacionado com o posicionamento da marca FC Porto no campo internacional. Isso é inegável. Do qual, a título de exemplo, podemos pensar no Campeonato Mundial de Clubes e como é que a marca FC Porto se pode colocar junto daquelas comunidades imigrantes portuguesas e estrangeiras que temos nos Estados Unidos da América relativamente ao posicionamento da marca. Este é só um exemplo de como nos colocarmos, que já estamos a trabalhar. O outro tem a ver com novas fontes de receitas que temos que ser invariavelmente nós a criar. Infelizmente, e felizmente também, os nossos associados são os nossos clientes. Temos que criar uma nova relação com eles que nos permita também ter crescimento de fontes de receitas através desta nova relação com os associados. O que é que nós temos feito nesta fase? Temos criado um vínculo cada vez mais emocional, que era uma obrigação por parte do clube, mas que não acontecia, que é aproximar os sócios do clube. Portanto, temos tido uma série de experiências novas para com os associados do FC Porto, uma das quais intitulámos de Lucky Fan, onde damos abertura e acesso a produtos e conteúdos exclusivos do FC Porto, sejam a apresentação do treinador, no caso do futebol profissional, mas também a apresentação do treinador das modalidades e outras que iremos lançar mais à frente. Das quais, por exemplo, entregas das taças ao museu, que antes aconteciam na presença da equipa que entregava a taça ao museu e na presença do seu presidente. O que nós queremos fazer agora é que os sócios sejam os próprios em entregar a taça ao museu, na companhia das equipas. Portanto, todas estas iniciativas juntam, aproximam o sócio do FC Porto emocionalmente. É algo que nós devemos aos sócios e a partir daí criar aqui uma nova relação emocional, mas que também traga benefícios para o FC Porto financeiramente.