Entrevista ao presidente do FC Porto, num exclusivo do novo canal da Medialivre, que arrancou esta 2.ª feira
Quais são as prioridades no imediato para efetuar esta mudança? No fundo, também para pôr um ponto final nesse grande desequilíbrio que encontrou?
ANDRÉ VILLAS-BOAS - O FC Porto é um clube de associados. É muito mais difícil ser um clube de associados do que ser um clube de um proprietário. O que é claro também é que temos cultura, temos história, temos cultura de vitória, todos estes valores que estão inerentes a um clube de associados e um clube de associados é algo que nos honra muito. Nós temos sempre que ser um clube dos sócios e para os sócios. É desta forma que teremos de atingir esta sustentabilidade financeira, atacá-la como prioridade para continuarmos a ser um clube de associados. Eu acho que, tal como disse em campanha eleitoral, é sempre uma vantagem competitiva ser um clube de associados por estarmos vinculados de forma emocional a estes valores e a esta cultura que se transporta no tempo. E penso que o que nos dará mais conforto é sabermos que o FC Porto pode resistir enquanto clube de associados. Também é óbvio que para continuarmos nesta subsistência enquanto clube de associados temos que ganhar desportivamente. Será muito o que se vai passar no campo desportivo que nos vai dar esta liberdade de continuação dos nossos projetos e que nos traga esta sustentabilidade.
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Falou em acionar mecanismos que permitam dar a volta, voltar a erguer o clube e conseguir de facto equiparar os resultados desportivos à situação financeira. Já pediu auditorias forenses que só vão começar a ser trabalhadas a partir de julho. Mas, no entretanto, o que é que já pode dizer aos sócios e adeptos do FC Porto sobre aquilo que já conseguiu fazer para reerguer o clube?
AVB - Estes tempos iniciais têm sido dedicados ao conhecimento de todos os dossiês e de tudo o que se passa em torno ao FC Porto e das situações mais prementes que temos que resolver. Dossiês mais urgentes de imediata resolução. Depois, claro está, quando chegamos a uma empresa desta dimensão, temos que ter um conhecimento profundo e total da situação atual e é por isso que iremos proceder às auditorias forenses a partir de julho, ou seja, deverá ser a data de arranque. E dentro dos próximos 4 a 6 meses atuar sobre essas conclusões que saiam dessas auditorias forenses.
Em simultâneo, há um plano de reeducação económica do clube que já estará em marcha?
AVB - O que está em marcha são os contactos. Passaram, por altura de campanha eleitoral, por não estarmos eleitos, eram contactos exploratórios, agora são contactos oficiais, que continuamos a desenvolver no sentido de reestruturar essa dívida financeira do FC Porto. Maturidades mais longas, com juros que não asfixiem tanto a situação atual do FC Porto. Claro está que toda essa dívida tem que ser paga de todas as formas. Ela está intimamente ligada a uma nova geração de receitas, uma nova colocação da marca FC Porto no mercado e também ao crescimento do futebol português, que tem obrigatoriamente de acontecer para que possamos pagar essa dívida.
O FC Porto, de alguma forma, já tem alguns objetivos concretos delineados nesse sentido?
AVB - Sim, eu acho que é muito importante os clubes portugueses sentarem-se e pensarem no futuro do futebol português. O futebol português foi altamente penalizado recentemente por conta da queda do ranking do coeficiente de países da UEFA. E a situação com a qual nos deparamos, principalmente os três grandes, é que nesta fase atual os três grandes já não entram na Liga dos Campeões. O que torna ainda mais difícil a sua própria sustentabilidade imediata. Há partes que estão relacionadas, claro está, com o controle de custos, o rigor orçamental, com a disciplina financeira. Portanto, isso são campos onde nós podemos intervir de forma imediata. Agora há outros que estão relacionados com a própria colocação do produto do futebol português. E isso passa muito por um novo diálogo entre os clubes e também entre a Liga e a Federação.
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