Presidente do FC Porto diz que não vai "continuar a alimentar uma guerra" onde foi "muito factual e direto"
Depois de participar no Portugal Football Summit - onde disse que os presidentes dos três grandes não se podiam ver uns aos outros - , André Villas-Boas falou à Sport TV, garantindo que não vai continuar a "alimentar uma guerra".
"Estou aqui para falar do Summit, desse tema já disse o que tinha a dizer e não vou continuar a alimentar uma guerra onde fui muito factual e direto. Em relação à evolução do futebol português, o máximo que posso fazer é um apelo a encontros como este, um encontro dos três grandes, isso é uma obrigação maior. A única coisa que lamento é que não haja esta qualidade de debate em cimeiras de presidentes, em sedes de AG da Liga. É aí que tomamos as grandes decisões relativamente ao futebol português. Os perigos de perda de valor são iminentes, drásticos e aqui entram em cena as lideranças fortes, algo que se quer de um presidente da Liga, da Federação. Abordar os temas, sentar os grandes à mesa e discutir o futebol português de forma evidente, clara, transparente e direta para nos deixarmos de rodeios. Temos situações evidentes de rutura nos direitos audiovisuais. Há queda em vários países dos direitos. Poderemos ter, tendo em conta a queda no ranking, perda de valor relativamente a receitas da UEFA. Se houver algo como o caso Diarra, deixamos de ter transferências da forma que as conhecemos e também aí temos perda de valor. E isto significaria a falência técnica dos três grandes portugueses e dos outros clubes por aí abaixo. Isto obriga a uma reflexão profunda, séria, debate sério e construtivo onde as pessoas opinam. E são precisos presidentes de Liga fortes", afirmou.
O que está a achar do evento? "Acabo de aterrar de Roma, da Associação Europeia de Clubes, e não tenho acompanhado devidamente. O mais importante é ver a qualidade dos painéis, ter pessoas que discutem o futebol abertamente e as suas problemáticas. Tivemos aqui o Secretário Geral da UEFA, a mostrar como os novos formatos impactaram positivamente a indústria do futebol. Tudo isto é positivo e deve servir de inspiração para o futebol português, até porque o risco da perda de valor é imediato".
E existe liderança forte? "Os representantes dos clubes portugueses estão aqui para apoiar os presidentes no desenvolver das suas funções. O presidente da Federação acabou de chegar à sua função com imediato sucesso em termos desportivos e quererá o melhor futebol português. É uma pessoa honesta, séria e clara e isso ficou bem visível em termos da liderança. Com o da Liga, estamos aqui para ajudá-lo. Precisamos que nos ajude também e tenha uma visão muito mais ampla sobre o fenómeno, as suas problemáticas e a forma de atacar problemas. Acho isso fundamental e é preciso reunir e debater. A UEFA está a decidir sobre a forma de vender os seus direitos em 2028. O futebol português não faz a mínima ideia de como há de dividir os direitos. Os clubes querem receber mais sem perceber as dinâmicas que envolvem a demografia desportiva portuguesa, onde a maior parte da população é adepta dos três grandes. Há quadros competitivos e há soluções que podem ser apresentadas e que valorizam os clubes mais pequenos. Têm de respeitar os grandes e o valor da sua marca, nós é que vamos competir para a UEFA e temos dois clubes na Champions, que competem com equipas com orçamento que são o quádruplo dos seus. O Benfica e o Sporting encontram grandes rivais e têm dificuldade de arrecadar pontos na UEFA. Quando os clubes profissionais tiverem a consciência e importância dos grandes, podemos estabelecer metas equitativas de boa distribuição que traga valor para toda a gente. Mas temos de encontrar um bidder para um futebol português e, para isso, temos de encontrar uma chave de repartição que respeite o papel dos grandes. E depois o resto: quadros competitivos, marca, conteúdos, dinamização, internacionalização, onde são os jogos... Uma expansão clara e forte, visão absolutamente necessária".
Os três grandes têm de estar em sintonia para que o futebol português evolua? "Não obrigatoriamente os seus presidentes, mas um alinhamento estratégico é absolutamente fundamental para criar valor. Este é um bom caminho. Temos aqui três CFO's, homens de grande estratégia e conhecimento financeiro que sabem os caminhos para lá chegar e esse é o primeiro passo. Depois é preciso o homem unificador. Se é o presidente da Liga, da Federação, ou demais players que nos podem ajudar nestes processos... Que assim seja. Que sejamos capazes de nos unir rapidamente e chegar a soluções que impactem diretamente o valor do futebol português".
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