Presidente dos dragões desafia a ginástica mental dos comentadores e ainda refere as "santa alianças na 2.ª Circular que visam enfraquecer o FC Porto"
André Villas-Boas comparou, no editorial da mais recente edição da revista Dragões, os lances de penálti contra o Benfica e o Moreirense, que tiveram destinos diferentes. Se o puxão de António Silva a Deniz Gül, no clássico com as águias, não mereceu grande penalidade, já o que foi feito a Froholdt, em Moreira de Cónegos, foi assinalado e convertido em golo.
"Nesse âmbito preparamo-nos para uma semana de grande ginástica mental dos comentadores desportivos entre o penálti não assinalado no Dragão por puxão da camisola de Deniz Gul, ao penálti assinalado em Moreira de Cónegos por puxão da camisola de Viktor Froholdt. Ora o FC Porto sabe que o peso da camisola azul e branca e da sua camisola rosa é o mesmo, já sobre o peso da camisola dos outros prefere não se pronunciar", escreveu o presidente do FC Porto.
Leia o editorial na íntegra.
"Num contexto de pressões externas, interesses duvidosos e tentativas de recentralização, o FC Porto reafirma o compromisso com a verdade desportiva, a transparência financeira e a força dos seus adeptos.
A participação assídua e interventiva do Futebol Clube do Porto em fóruns de reflexão sobre o futebol e a sua indústria não se circunscreve a uma mera representação. É, antes, a materialização da nossa responsabilidade no mundo do Desporto — e do futebol em particular —, bem como da nossa visão estratégica face à complexa conjuntura nacional e global, numa indústria onde o sucesso desportivo está permanentemente sob enorme pressão financeira e ameaçado por uma sufocante tentação de entropia regulatória.
Dessa forma o FC Porto fez-se recentemente representar, com intervenções relevantes, na Assembleia Geral da European Football Clubs, no Comité de Competições da UEFA, na EY European Football Stadium Financing Summit, no UEFA Certificate in Football Management e no Portugal Football Summit organizado pela FPF.
O futebol atravessa uma encruzilhada carregada de desafios que colocam mesmo em questão, em várias vertentes, a sua integridade. Assistimos a movimentos que procuram impor ambientes permeáveis a interesses ilegítimos, desvirtuando a verdade da competição. Aos interesses de investidores, de origem dúbia, que teimam em tentar entrar à força no futebol português, ao nevoeiro que paira no ar sobre apostas desportivas de intervenientes diretos no jogo, como recentemente vimos no caso da NBA e do futebol turco, acresce um nacional-facciosismo que vai permitindo que o centralismo se instale cada vez mais despudoradamente, seja à boleia de um sistema mediático saturado que mais polui do que vai esclarecendo, seja através de “santas alianças” na segunda circular que visam enfraquecer o FC Porto os seus valores e princípios.
A centralização dos direitos audiovisuais, a incapacidade das estruturas ligadas à organização das competições e à arbitragem de valorizarem consistentemente a verdade desportiva, o tráfico de jogadores menores de idade, as multi-propriedades de clubes, ou a proveniência de capitais dúbios nas sociedades anónimas desportivas são temas e frentes onde temos de estar vigilantes e atuantes.
Perante este cenário, o FC Porto assume uma inegociável responsabilidade de ser um agente ativo e consequente. O nosso estatuto de clube europeu de referência, forjado em conquistas desportivas, numa reputação reconhecida globalmente e num historial de quem, há décadas, sempre esteve envolvido nas discussões críticas para a evolução do futebol e da sua indústria, confere-nos autoridade para intervir nas grandes discussões estruturais sobre o futuro do futebol:
• Centralização dos Direitos Audiovisuais: As principais ligas europeias operam com modelos centralizados e regras de distribuição que combinam parcela igualitária, mérito desportivo e variáveis de mercado (audiências, impacto social, qualidade das infraestruturas e projetos formativos). Qualquer proposta deve adotar estas boas práticas à realidade portuguesa e ao objetivo de convergência competitiva sabendo de antemão que as Sociedades Desportivas se devem unir com o Governo no combate à pirataria, que é fundamentalmente o maior entrave para a criação de maior valor para o pacote global de receitas a obter com a Centralização.
• Modelo de Sustentabilidade Estrutural: O nosso “case-study” de gestão é a nossa melhor arma. Fomos pioneiros e hoje, de forma renovada, demonstramos que o sucesso financeiro e o rigor das contas não são vetores antagónicos, mas uma obrigatoriedade. A operação Dragon Notes é agora “copiada” pelos nossos maiores rivais. O FC Porto alegra-se de ter colocado o nome da indústria do futebol português junto a parceiros de peso na banca internacional, com visão e abrangência na restruturação e solidificação das Sociedades Desportivas. Nos debates sobre reformas estruturais, insistiremos que o futuro do futebol passa por práticas de gestão mais transparentes, pelo cumprimento do Fair Play financeiro e pela defesa da integridade das competições, e não pelo endividamento crónico ou pela criação de estruturas de privilégio, contrários à sã concorrência e aos valores do desporto.
• Defesa da Justiça Competitiva: O FC Porto continuará a erguer a sua voz firme e dissonante contra qualquer atuação que vise desvirtuar o desempenho desportivo e o estrito cumprimento das normas existentes. À data, e mais uma vez, podemos novamente dizer que, até hoje, a tecnologia VAR em Portugal continua a não funcionar na plenitude das suas capacidades em muitos estádios das suas Ligas Profissionais. O amadorismo arrasta-se e é precisamente aqui que necessitamos de lideranças fortes e com visão. Queremos acreditar na competição aberta, na ascensão baseada no esforço e na qualidade, demonstrando o valor em campo, suportado pelo que melhor existe tecnologicamente para apoiar melhores tomadas de decisão por parte dos árbitros e dessa forma assegurar a verdade desportiva. A nossa presença nas instâncias decisórias é uma garantia de que o mérito desportivo será sempre defendido com intransigência, mesmo quando o mesmo não encontra suporte nas instâncias nacionais encontrará seguramente nas internacionais, onde a voz do FC Porto é respeitada e reconhecida. Nesse âmbito preparamo-nos para uma semana de grande ginástica mental dos comentadores desportivos entre o penálti não assinalado no Dragão por puxão da camisola de Deniz Gul, ao penálti assinalado em Moreira de Cónegos por puxão da camisola de Viktor Froholdt. Ora o FC Porto sabe que o peso da camisola azul e branca e da sua camisola rosa é o mesmo, já sobre o peso da camisola dos outros prefere não se pronunciar.
• Preservação da Paixão e Identidade: A essência do futebol reside na valorização do atleta, da equipa e do jogo para responder aos anseios dos Sócios e Adeptos. O FC Porto tem o dever de garantir que a evolução do futebol respeita e potencia a identidade clubística, a ligação ao adepto, a emoção das bancadas, que são o verdadeiro capital deste Clube.
Todos os movimentos contrários a esta forma de ser e viver o futebol serão por nós combatidos, por palavras e em ações. Não estranhem, portanto, que as nossas presenças e intervenções sejam notadas.
Foi esta nossa forma de estar e a perseverança que nos motiva, que tornou possível num curto espaço de tempo ter criado as condições para apresentarmos já neste exercício de 2024/2025 contas tão estimulantes. Conseguimos atingir - mesmo sem participar na Liga dos Campeões, onde tudo faremos para estar já na próxima época – um resultado líquido consolidado de €39,2?milhões, o melhor resultado de sempre da nossa SAD. Estes resultados não são apenas números; representam o restabelecimento da confiança, a validação da competência e a prova de que o FC?Porto voltou a ter o controlo sobre o seu destino. Este é o primeiro passo para estarmos certos de que estamos num rumo vencedor.
Transitando para a realidade imediata do relvado, não embandeirando em arco, a fase crucial da época em que nos encontramos exige, de todos nós, Portistas, um empenho absoluto. Da vitória em Moreira de Cónegos aproximam-se jogos difíceis contra o Sp. Braga e o Famalicão com uma deslocação a Utrecht pelo meio.
A cultura de vitória de que somos feitos tem de ser vivida diariamente, de forma inegociável. Toda uma estrutura trabalha, alicerçada numa estratégia clara, para criar as melhores condições de trabalho, por isso exigimos sempre a máxima lealdade, seriedade, disciplina e profissionalismo aos nossos atletas. Mas é também imperioso que sintam a paixão acesa e o apoio incondicional e massivo de todos vós, nas ruas, nos tais fóruns, nas redes sociais, nas bancadas, mesmo quando sofremos um contratempo.
Como muito apropriadamente disse o nosso técnico, Farioli, na sua língua natal, somos uma “famiglia”. A família Portista.
É nesta união granítica que reside a nossa diferença. Não permitiremos que ameaças, insinuações ou pressões mediáticas ou de outra ordem afetem o nosso propósito de vencer. Olhemos para os desafios com a determinação que a nossa História nos merece e o futuro nos exige. Se a determinação é a nossa marca, a exigência é o nosso método, diário.
Juntos, somos uma força invicta."
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