"Não podemos sacudir a água do capote e a culpa era do sr. Angelino, do sr. Antero, do sr Fernando Gomes, do sr. Reinaldo Teles"
Em Albufeira, André Villas-Boas foi confrontado por um adepto sobre eventuais culpas de Antero Henriques, antigo administrador da SAD do FC Porto, no atual problema financeiro do clube. A resposta do candidato veio a pronto, lembrando que os dragões têm um responsável máximo.
"Eu não sei se estás a perguntar ao Antero, não percebo bem o que é que queres dizer, nem o que é que queres implicar. O que é importante é haver sustentabilidade e sustentabilidade não é acumular um passivo de 500 milhões de euros e, sobretudo, 250 milhões de euros em 12 anos, seja qual for a pessoa envolvida. Portanto, todas as pessoas envolvidas têm responsabilidade. Agora, repara uma coisa, tu achas que na minha gestão o máximo responsável não seria eu enquanto presidente?", devolveu André Villas-Boas, recebendo resposta afirmativa.
"Então convém pôr os pontos nos ii. Há responsáveis máximos que são os líder das instituições. E não podemos estar agora a sacudir a água do capote e dizer que a culpa era do sr. Angelino, a culpa era do Sr. Antero, a culpa era do sr. Fernando Gomes e a culpa era do Sr. Reinaldo Teles, que infelizmente faleceu. Os responsáveis máximos têm que assumir as suas responsabilidades", vincou.
"Assumem o seu legado, que é um bem fundamental do FC Porto, mas têm que assumir também as suas responsabilidades. E essas responsabilidades é que levam precisamente a este momento de mudança, que é não dar para continuar com o FC Porto refém de interesses alheios para o seu futuro. Porque senão o FC Porto termina enquanto clubes associados", avisou ainda o candidato.
"Porque se o FC Porto deve 500 milhões de euros, por muito que reavalie o seu estádio para ter capitais próprios próximos dos positivos, ninguém vai vender o Estádio do Dragão para ir jogar para a Constituição. Portanto, o Estádio do Dragão é para se manter por muito que haja essa capacidade contabilística de resolver capitais próprios e de aproximá-los dos positivos. Agora, o FC Porto deve 500 milhões de euros e esses 500 milhões de euros de passivo têm que ser pagos", sublinhou.
"Agora, quem é que se vai atribuir as responsabilidades anteriores? Se é a este, se é A, se é B, se é C, é o principal responsável das instituições, que é o seu presidente. Naturalmente, no futuro vocês vão colocar em mim essa pressão, tendo em conta também o legado que ele [Pinto da Costa] nos deixa. Porque eu é que tomarei decisões, eu é que decidi avançar com esta candidatura", salientou.
"Esta candidatura é forte porque eu me faço rodear de competências e de valências que são máximas, mas há sempre o responsável máximo. Não interessa estar aqui a apontar o dedo a este ou àquele que fugiu, que não fugiu, que meteu e que não meteu, e que ganhou, que não ganhou. O declínio financeiro é não haver rigor e disciplina orçamental que permita ao FC Porto continuar no seu futuro e na sua sustentabilidade", disse ainda André Villas-Boas.
E apresentou soluções para devolver a saúde financeira ao FC Porto: "Porque se alguém, e se houvesse continuidade de execuções das pessoas que são titulares desses 500 milhões de euros, como é que a gente os paga?
Como é que a gente cria valor? Receitas televisivas, competições europeias e valores dos jogadores. É aí que nós temos que estar. Temos que estar na nata. Agora temos que estar na nata com rigor e disciplina orçamental. Para haver rigor e disciplina orçamental sem perder a capacidade competitiva. Apostando, evidentemente, na formação. Criando equipas competitivas baseadas na formação que nos vão permitir a sustentabilidade financeira, mas também ganhar os títulos. Porque é disso que nós vivemos. Ninguém quer um FC Porto perdedor. Todos queremos um FC Porto vencedor e, agora um FC Porto sustentável."
Mantendo o tom crítico, AVB prosseguiu com revelações: "Isto não pode ser o próximo que venha que feche a porta. Este cenário é que já não dá mais. Porque a realidade que está relacionada com toda a antecipação de receitas futuras tem a ver com rotura de fluxo de caixa operacional. O FC Porto precisa de antecipar receitas, precisa de pedir dinheiro emprestado a juros elevados para pagar salários. Para operar todos os dias. Esta é uma realidade atual. E não pode continuar. É preciso criar mais valias, soluções, parcerias comerciais, reformatar a dívida. Agora, tudo isto tem a ver com estar envolvido com as instituições bancárias de máxima credibilidade e não estar refém de outros interesses alheios ao FC Porto. Que é o que parece que está evidente noutra candidatura."
Falando ainda na candidatura de Pinto da Costa, o antigo treinador foi duro. "Se na outra candidatura a reformatação da dívida do FC Porto está vinculada a uma pessoa, está vinculada a fundos que estão a sustentar o FC Porto com benefício próprio, estamos em conflito de interesses evidente. E o FC Porto, quando nós iniciámos os contactos exploratórios com a banca internacional, com os melhores bancos do mundo, a primeira pergunta que fazemos é: 'O FC Porto já aqui esteve? Não. Há conflito de interesse? Não. Então vamos falar...'. E se o FC Porto não se senta com os melhores bancos do mundo para iniciar a sua reformatação da dívida, então estamos mal. Porque parece que nos estamos a agarrar outros interesses para garantir a nossa sustentabilidade", atirou.
AVB prosseguiu sobre as consequências desse modo de gestão: "Se ela não funcionar, fica esse fundo detentor do FC Porto, que depois revende a outros proprietários. O FC Porto, enquanto instituição, é de alto interesse para os fundos. Os fundos estão a tomar conta do futebol. As propriedades estão a tomar conta do futebol. Nós temos que resistir enquanto clube de associados. É um bem fundamental do FC Porto. Temos cultura, temos valor, temos mística. E os outros não têm isso."
Por fim, deu exemplos do que quer evitar, recebendo no fim um forte aplauso: "Uma vez é um proprietário americano, passado um mês é um proprietário russo. Passado dois anos é um proprietário tailandês. E não querem saber dos associados para nada. Por isso é que depois há retaliação, não há cultura, não há valores. E tens o Nottingham Forest que foi penalizado com pontos na Premier League, o Everton em ruptura total. O Bolton já desapareceu. Há clubes cada vez mais a desaparecer. Não garantiram a sustentabilidade. Ficaram reféns, foram mudando de proprietários. Fizeram os seus veículos financeiros, compraram e venderam. Ninguém sabe quem é que são. Ninguém sabe onde é que estão. No entanto, houve pessoas que nesse processo enriqueceram e nunca mais ouviste falar deles. E os clubes foram por aí abaixo."
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